“Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz
de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e
eu, para o mundo” (Gálatas 6:14)
A INCLINAÇÃO NATURAL DO HOMEM EM
BUSCAR ONDE SE GLORIAR
Também devo ocupar-me em saber acerca
daquele que ocupou meu lugar na cruz, porque é essa a verdade que faz a
diferença no viver aqui e que remove toda soberba que enaltece minha própria
miséria. Foi seu amor eterno pelo seu povo, por mim um tão grande
pecador que ele deixou seu lugar de glória e adentrou-se a este miserável
lugar, onde a morte, o pecado e o diabo reinam. A cruz mostra com exatidão que
nossa história é coberta de um amor que jamais poderemos compreender sua
grandeza, pois estamos lidando com amor eterno. A cruz mostra que alguém me
amou e com perfeito amor; a cruz mostra que alguém mirou meu estado de miséria
aqui, minha condição tão triste e meu destino cruel que me aguardava após a
morte. A cruz mostra que não foi decisão minha, mas desse meu Senhor que
ignorou tudo por minha causa, a fim de me salvar e me tornar apto para reinar
na glória com ele para sempre.
A cruz exibe meu eficaz substituto,
porque eu que era um maldito, mas ele se tornou maldição em meu lugar. A cruz
mostra que era eu quem devia ocupar aquele lugar para ser o alvo da terrível e pavorosa
ira de Deus, mas o fato é que ele veio e se postou entre eu e a ira de Deus, a
fim de que todo esse brasume da cólera santa de Deus descesse do céu e o
atingisse em cheio. E que substituto perfeito! Ele voluntariamente se tornou um
cordeiro e agiu como um cordeiro, a fim de que fosse esmagado como um cordeiro.
Também, ele foi o cordeiro escolhido pelo Pai, conforme a linguagem de Pedro, ele
foi um cordeiro puro e sem qualquer mácula.
Outro detalhe que importa a nós é que
ele foi um substituto que veio para esse serviço. Ele não desceu do céu com
outro motivo; não desceu para melhorar os homens aqui; não veio para ser um
modelo de um homem que o mundo deve seguir. Ele veio como o Servo de Jeová e
não do mundo; veio para agradar o Pai e não os homens, e assim se tornou nosso
Servo sofredor, humilde e que soube o que é padecer. Nessa santa disposição se
colocou nesse caminho que o faria assim, pronto a sofrer até que na cruz fosse
consumido. Sua disposição e viver de um servo jamais serão compreendidos pelo
mundo; sua mensagem tende a ser transformada em obra de superstição pela
incredulidade vil e pervertida.
Tudo isso vem esmagar meu orgulho
próprio e esfacelar meu ego, porque não há na cruz lugar para engrandecer a mim
mesmo. Ele veio e conquistou perfeita salvação, e quando falo que é perfeita é
porque não há como melhorar, dar um retoque nessa tão refulgente obra. A
salvação que ele conquistou para mim e para sua igreja vem revelar a grandeza
da nossa história eterna no passado, faz com que sejamos fortes no presente e
garante segurança e perfeição no futuro. A cruz mostra o quanto os inimigos
estão completa e totalmente destruídos e que nada mais podem fazer contra os
santos de Deus.
A cruz declara que eu fui aceito nele;
que minhas obras eram imundas e dignas de serem chamadas de trapo. A cruz assim
silencia meu ego, lança toda soberba no pó, porém ela desembaraça meu ser para
louvar meu Senhor e entoar o hino da redenção. A cruz mantém o mundo fora dessa
adoração, porque acerca dessa história o mundo não pode entender, visto que
entende como loucura. Assim, a cruz é envolvente, porque domina meus
pensamentos e tornam minhas emoções em verdadeira festa. A cruz apaga as luzes
daqui e faz brilhar a glória daquele que comprou para Deus o Pai pessoas de
todas as nações e tribos. Assim podemos cantar com todos os santos:
Na redenção firmado estou, meu
cativeiro já findou,
Contente cantarei louvor a meu
glorioso Redentor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário