“Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz
de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e
eu, para o mundo” (Gálatas 6:14)
A INCLINAÇÃO NATURAL DO HOMEM EM
BUSCAR ONDE SE GLORIAR
A cruz, também mostra quão maldito
somos, porque em nosso lugar Cristo tomou sobre si essa maldição. Então, os
trovões aterrorizantes da lei, seu fogo de ira e cólera mostram o quanto a cruz
mostra quão maligna foi minha decisão no pecado e o quanto o Justo Deus mostra
que para mim era impossível obedecer-lhe segundo as justas exigências da sua
lei. Agora, imagine nós como malditos! Se uma palavra de maldição saída da boca
de um homem era suficiente para trazer consequências terríveis, imagine a lei
de Deus me infamando a todo instante! Imagine a lei de Deus se ocupando em
derramar suas gotas de veneno, de dor, de angústia, etc. em cada parte de meu
corpo, em meus pensamentos e sentimentos!
Imagine um viver aqui sob essas
circunstâncias tão terríveis! Somente o engano e o orgulho do pecado pode me
fazer ignorar essas coisas. Mas, nada pode mudar os fatos, pois a lei de Deus
continua com suas ameaças constantes sobre a cabeça do maldito pecador. A cruz
arranca de mim todas as vestes de justiça própria; todo vestígio de orgulho,
todo disfarce e chega lá dentro para revelar toda minha infâmia que vai
infinitamente além das aparências.
Pensemos também na maldição que se
estende além desta vida; que ultrapassa este breve tempo e que assola os
herdeiros do inferno! Somente os santos que habitam o Paraíso da Nova Jerusalém
estão para sempre livre dessa voz que sacode a consciência do ímpio, a qual
aqui tentou mantê-la silenciosa. Muitos pensam que após a morte o silêncio
reinará para sempre. Mas quanta ignorância, pois é no inferno e lago de fogo
que as almas sofrem os horrores da maldição da lei para todo sempre. O
evangelho chegou a nós, a fim de revelar que a única forma de escapar dessas
misérias eternas é voltar-se para aquele que ocupou nosso lugar na cruz.
Mas a cruz também é um lugar revelador.
Milhares fogem da mensagem da cruz, porque querem o consolo das doces palavras
provenientes dos lábios adocicados dos falsos mestres. Satanás não quer perder
as almas, por isso ele envia seus mensageiros que os mantêm ocupados e
entretidos. Mas a mensagem da cruz revela o quanto desprezei meu Senhor; o
quanto andei sozinho neste mundo, acreditando que eu era esperto e autossuficiente.
A cruz mostra o quanto eu estava iludido e que foi a misericórdia de Deus que
me livrou da mais pavorosa queda pela morte no abismo. A cruz mostra o quanto
abominava o bem e amava o mal; o quanto queria o mercenário satanás em lugar do
bondoso Pastor das ovelhas – Cristo Jesus.
A cruz também mostra o quanto meu ser e
meu corpo era consagrado ao mal; o quanto acreditava que tinha direitos às
minhas paixões lascivas; o quanto amava o mundo e me sentia tão empolgado com
suas festas, prazeres e até mesmo a religião. A cruz mostra o quanto acreditava
loucamente que Deus era diferente, que era filho dele e abençoado por ele. Tudo
isso era o meu prazer, e quanto a morte, eu acreditava que ela viria para
coroar-me com um descanso merecido. A cruz mostra o quanto eu jazia no maligno
e que o conforto do enganador; como ele mostrava ser meu amigo e o quanto era encorajado
a seguir nesse lindo e largo caminho que ele consagrou para seus amaldiçoados
filhos.
Mas, ao ver tudo isso, a cruz me mostrou
que somente almas arrependidas comparecem ali. Pela fé o pecador arrependido
pode mirar seu Salvador, o qual ali ocupou o lugar de miseráveis. A cruz mostra
o quanto tudo muda e que é a partir dali que o homem passa a viver, e viver
para sempre. É a partir da cruz que a luz ilumina o caminho que leva a alma
arrependida ao céu.
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