sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

“MÃO ENCOLHIDA E OUVIDO SURDO” (7)



                             
“Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Isaías 59:1,2).
A TRISTE CONDIÇÃO DO HOMEM REVELADA: “Mas as vossas iniquidades...”
        A condição espiritual do povo israelita era tão enganosa que, em seus corações eles achavam que estava tudo certo, que nada havia de errado. É o que acontece em nossos dias, pois os homens estão tão envolvidos em suas maldades, mas eles não percebem isso, devido ao trabalho incessante dos falsos mestres, de pastores enganadores, os quais enchem os corações de uma paz perigosa e letal às suas almas. O engano destes dias maus é tanto que os homens pensam que a graça significa que Deus está favorável a todos, que Cristo pagou o pecado de todos e que por isso Deus está satisfeito com todos e que finalmente levará todos para o paraíso celestial.
        Mas devemos retornar ao texto, porque as lições que temos ali são de impressionantes necessidades. O que mexeu com a mão de Deus? O que mexeu com os ouvidos de Deus? Ele afirma que sua mão é forte para arrancar pecadores das trevas para a luz; que seus ouvidos estão aptos para ouvir as súplicas de pecadores arrependidos. O que acontece é que os homens não sabem o que significa o pecado: “...as vossas iniquidades fazem separação...”. O que Deus está mostrando é que ele foi, é e jamais deixará de ser santo. Israel desconhecia o fato que o Deus daquela nação era diferente dos deuses das outras nações. Logo no início deste grandioso livro vemos no capítulo 6 a visão que o profeta teve acerca de Deus e essa visão veio para mostrar que o imutável Deus é santo e que por isso sempre odiou e odiará o pecado.
        Ora, nós precisamos saber disso; precisamos saber que o pecado não é brincadeira e que viver de mãos dadas ao pecado é atrair severo juízo de Deus. Mas estamos vendo essa atitude dos homens; que não há sinais de temor, de reverência, de humilhação nem de qualquer contrição em nossos dias. Os homens se relaxaram nessa “poltrona” do mal; os homens acharam bons “colchões” doutrinários, a fim de deitar neles e sentir que tudo está indo às mil maravilhas; os homens encontraram uma divindade maravilhosa, que atende seus pervertidos corações, os quais anelam as vaidades terrenas e mundanas. Milhares sentem que estão indo para o céu, e nada sabem do que é luta contra o mal, nem o que caminho estreita e as provações da peregrinação rumo ao céu. Eles não percebem que em seus pecados estão descendo com o pesado chumbo da iniquidade que os leva para o inferno.
        O que está acontecendo não é igual ao que ocorria nos dias dos grandes profetas, Isaías e Jeremias? Qual a prova disso? Os homens de hoje não querem luz; não querem nada que venha a descobrir seus corações pervertidos. Mexer com eles é como mexer em casa de maribondos, é como fustigar uma fera ou chegar perto demais de víboras. A mensagem do evangelho chega para mostrar o que eles não veem; o evangelho bíblico é o Deus de toda compaixão chegando, a fim de mostrar a angustiante condição de suas almas, que eles vão perecer em seus pecados, caso não se arrependam e clamem.
        Enfim, o que Deus requer é que os homens saibam que todos devem se humilhar. Vida cristã não começa com a alegria banal que todos querem. A vida cristã começa com tristeza, pesar e angústia de uma alma que sabe que ofendeu a Deus, que seu viver foi tortuoso e é digno do inferno. Tudo começa como uma noite de tristeza, a fim de que surja uma radiante manhã de alegria, derivada da verdadeira e gloriosa salvação.

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