“Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz
de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e
eu, para o mundo” (Gálatas 6:14)
A INCLINAÇÃO NATURAL DO HOMEM EM
BUSCAR ONDE SE GLORIAR
Mas, qual é o lugar da nossa glória? Não
é nossa igreja, nossa família, etc. Paulo responde com clareza: “...senão na
cruz de nosso Senhor Jesus Cristo...”. Não é verdade que precisamos estar
ciente dessa verdade? Não é fato que nossas mentes e emoções devem estar impregnadas
dessa doutrina, que mexe tanto com nosso orgulho? Se desviarmos da mensagem da
cruz, logo inclinaremos para acolher focos de idolatrias em nosso ser. Tendemos
sim a fitar os homens; ocupamo-nos com as habilidades e heroísmos de Paulo e de
outros nomes. Mas ali está um homem que conheceu a mesma salvação que qualquer
crente conheceu; ali está um homem com os mesmos sentimentos e fraquezas que
nós temos e ele carrega consigo a mais poderosa confissão que deve brotar dos
lábios que foram santificados pela graça na salvação: “Mas longe esteja de mim
gloriar-me, senão...”.
Creio que essas palavras abrem o cenário
para um grande culto, para um maravilhoso sermão e para a verdadeira adoração.
Por quê? Negativamente, digo que a cruz não é um lugar de idolatria. Não é para
que carreguemos um crucifixo no peito, ou mesmo criar no íntimo a tão farsante
superstição. Podemos fazer de uma cruz o mesmo que Israel fez com a serpente de
metal, transformando-a num objeto de veneração e de culto aos demônios. Se
dependermos de nossa infame natureza corrompida, nossa tendência natural é
fazer de tudo um ambiente de idolatria. Por que Deus mesmo ocultou o corpo de
Moisés? Não foi por causa do povo? Ora, o povo se sacrifica por aquilo que é
nada e venera até mesmo um pedaço de pau.
Mas não estou falando com falsos
crentes; não me dirijo aos endurecidos de coração, os quais têm seus
pensamentos e emoções em completa escuridão. Mantidos nas trevas, eis que os
homens continuam erguidos pela soberba, devido a ignorância em que vivem. Dirijo-me
aos santos de Deus, porque habitamos ainda neste mundo e somos tendenciosos a
nos desviar da única mensagem que nos faz crentes humildes e dependentes do
Senhor. Para isso quero levar aqui as lições que devem assaltar e ferir nossa
soberba, a fim de caiamos humilhados perante nosso Deus. Por que devemos, como
Paulo gloriar na cruz? Que proveito há nisso?
A primeira lição é que, quando
contemplamos a mensagem do nosso Cordeiro, o qual foi levado e imolado em nosso
lugar, então vemos o quanto ali é lugar de vergonha. O próprio Filho de Deus
experimentou toda vergonha que nós deveríamos enfrentar. Ficou ali sozinho,
desamparado, exposto à crueldade da multidão, sem qualquer defesa, sem nenhum
advogado. Ali foi aviltado, exposto em nudez, cuspido, açoitado e cercado de
inúmeras ofensas. Nós que merecíamos isso; os crentes estavam marcados para
serem motivos da terrível ira de Deus; os crentes que seriam expostos à miséria
dos demônios, à recepção do inferno e aos horrores e desespero eterno. Paramos
para pensar o quanto escapamos dessas afrontas?
Caro leitor, pense no que significa
vergonha. Nosso Senhor adverte aos falsos mestres que eles sofrerão vergonha
eterna (Jeremias 23:40). Neste mundo os homens pecam, andam como querem e fogem
e acreditam que vão escapar da mais infamante vergonha; que será exposto para
que todo universo saiba o que Deus fará com todos os que aqui brincaram com seu
nome, ofenderam sua santidade e blasfemaram de sua dignidade.
Os crentes são melhores do que aqueles
que já partiram para a eterna vergonha? Claro que não! Somos o que somos pela
graça! Somos o que somos porque alguém morreu em meu lugar e sofreu o que
merecíamos. Não devemos nós cair em pranto, confissão e adoração?
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