“Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz
de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e
eu, para o mundo” (Gálatas 6:14)
A INCLINAÇÃO NATURAL DO HOMEM EM
BUSCAR ONDE SE GLORIAR.
Paulo em Gálatas está usando sua própria
experiência, a fim de mostrar aos crentes que nossa glória está na cruz e não
na lei ou noutras atividades rotineiras da carne. Estou tomando o texto, a fim
de esclarecer essas verdades tão reveladoras aos nossos corações. Nós estamos
mais pertos de afastar da verdade, do que caminhar a estrada estreita rumo ao
céu, mediante o poder da graça. Em nossos dias vemos que o cheiro das obras
religiosas originadas da carne tem se espalhado em todos os lugares. Tudo hoje
conspira contra a glória de Deus e trabalha para elevar o homem, por isso todo
cuidado é pouco.
Assim como os crentes da galácia
buscavam glória nas obras da lei, também nós todos buscamos glória nas obras
aqui. Não estou ignorando as obras, porque a verdadeira fé ela é operante,
mostrando ser ativa e firme. Mas as obras da fé sempre revelam que seu combustível
vem da palavra de Deus, e não do homem. Quando a fé é natural, quando é do
homem, então suas obras são baseadas na justiça humana. É perceptível que a
pessoa está à busca de honras e glórias daqui mesmo. Nosso Senhor atacou
veementemente as obras praticadas pelos fariseus, porque tudo o que faziam
tinha como objetivo atrair a atenção dos homens. Suas orações, suas vestes
suntuosas, o requerer assentar-se nos primeiros lugares, etc. Tudo aquilo
ostentava aparente espiritualidade, mas não passava de trapos imundos aos olhos
de Deus.
Toda obra da carne tem o humanismo como
pano de fundo. Até mesmos os pastores podem se envolver nesse perigo, de querer
grandeza, posição e elevação perante todos, por essa razão deixam de tratar
daquilo que Deus quer e ordena que seja tratado perante os homens aqui. Por que
os homens agem assim? A única razão é que isso não passa de ser a soberba do
pecado. Os homens são completamente ignorantes de Deus, mesmo que sejam
teólogos, conhecedores de muitos ensinos bíblicos. A verdade só tem valor
quando sai do papel entra no coração.
No livro de Jó (Jó 35:6-8), Eliú mostra
que os homens têm naturalmente uma concepção errada de Deus, por essa razão
eles pensam erroneamente acerca dos seus pecados e da sua justiça própria. Eliú
pergunta: “Se pecas, que mal lhes causas tu...”. A lição é que os homens pensam
que seus erros afetam Deus. Aqui neste mundo um ladrão pode roubar qualquer
coisa de um ricaço e isso lhe dará prejuízo. Mas o pecado dos homens em nada
afeta Deus. Ele não deixa de ser Deus; em nada alterou sua santidade nem mexeu
em sua glória.
A seguinte pergunta (verso 7) deve ter
surpreendido Jó: “Se és justo, que lhe dás ou que recebe ele da tua mão?”. A
ideia é que os homens não estão “dando uma mãozinha” para ajudar Deus com seus
atos de justiça. Deus não precisa de absolutamente nada. Sua justiça é perfeita
e inalterável. Então, Eliú responde no verso 8 que os nossos pecados fazem mal
aos homens e não a Deus e nossas justiças só podem beneficiar aos homens e não
a Deus. Nossas justiças aqui em relação a Deus podem ser comparadas à luz de um
palito de fósforo perante a luz do sol. Quando os homens estão tentando mostrar
que têm algo de bom, de religioso e que podem satisfazer a Deus com suas obras,
eis que agem como um mendigo que tira seus trapos, a fim de oferecê-los a um
rei.
Quão triste é a condição dos homens! Até
mesmos os crentes se definham espiritualmente, quando se elevam em seus atos.
Nossa justiça própria tende a nos empurrar para baixo, a nos humilhar ainda
mais. A glória é de Deus e não dos homens. O poder é da graça e não da lei. A
coroa de glória pertence ao Rei dos reis e Senhor dos senhores, e não a nós,
pobres pecadores.
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