terça-feira, 7 de novembro de 2017

VAIDADE OU MISERICÓRDIA (2)




“Quando, dentro de mim, desfalecia a minha alma, eu me lembrei do Senhor e subiu a ti a minha oração, no teu santo templo. Os que se entregam à idolatria vã abandonam aquele que lhes é misericordioso. Mas, com voz do agradecimento, eu te oferecerei sacrifícios; o que votei pagarei. Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:7-9).
O HOMEM LÁ EM BAIXO: “...eu me lembrei do Senhor...”.
        Não há dúvidas que o livro desse profeta é prova clara da inspiração divina. O que temos em cada capítulo é a notória manifestação da compaixão de Deus trazendo sua bondade e graça. No primeiro capítulo temos um avivamento no navio. No segundo temos um avivamento no mar. No terceiro temos um avivamento na cidade e no último vemos como Deus mostra que é um Deus de compaixão em favor de uma raça caída. Sendo assim, podemos tirar desse grandioso livro riquíssimas lições para nossos dias tão maus e amadurecidos para o juízo de Deus, sabendo que em sua ira Deus se lembra da sua misericórdia.
        Agora nossa atenção se volta para o profeta já atirado no mar e engolido pelo grande peixe. A sobrevivência dele na barriga de um grande animal marinho não deve levar a fé a duvidar da autenticidade dessa história, porque o Deus da revelação bíblica opera maravilhas. Quem não crê não aceitará nada da bíblia, porque a palavra de Deus não é dirigida aos corações arrogantes, levados pelo combustível da incredulidade. Jonas estava sob a proteção de Deus, sendo assim não havia um “apartamento” melhor para ele do que o ventre daquele imenso peixe. Foi ali que Deus deixou seu servo sozinho, desamparado, a fim de falar ao seu coração orgulhoso. É assim que Deus faz com muitos homens e mulheres, deixando-os atirados na solidão e desespero, para que sua voz de amor seja ouvida.
        No caso de Jonas vemos o que acontece com uma alma arrependida. Não tem algo mais maravilhoso que possa acontecer na vida de homens e mulheres do que o arrependimento, quando vem de Deus. A vida de alguém começa no arrependimento, porque é nessa amarga experiência que o homem se vê só; quando esvai toda vaidade e toda soberba. É óbvio que milhares são jogados à essa condição, sem contudo conhecer o real significado do arrependimento. Judas foi atirado ao desamparo, mas o que houve nele foi remorso e não arrependimento. Milhares se suicidam, choram, se desesperam e buscam desesperadamente ajuda de psiquiatras e psicólogos. Mas não é arrependimento que vem de Deus.
        O que aconteceu com Jonas? Sua boca foi aberta para invocar o Senhor: “...e subiu a ti a minha oração...”. Eis aí o toque do sublime trabalho da graça no coração do homem. Sem Deus ele se atira ao desespero; ele invoca seus ídolos e busca o socorro do homem. Mas não é assim no caso do arrependido. Quando o homem ora ao Senhor de todo coração, é porque o Senhor está perto dele. Quando o homem desce às profundezas da sua miséria, então sua invocação funciona como uma flecha. Sua descida é como o puxar do arco com força para baixo, assim a flecha da oração sobe às alturas.
        Quando isso acontece? Quando os homens são rebaixados, humilhados, postos na posição de vermes, indignos e vis. Quem faz isso? Deus! Precisamos dessas manifestações da ternura e bondade do Senhor em nossos dias, trazendo nas asas da graça a sua visitação que leva homens e mulheres a clamar, invocar seu nome para serem salvos.

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