“...ali esteve tua
mãe com dores; ali esteve com dores aquela que te deu à luz. Põe-me como selo
sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço; porque o amor é forte como a
morte; o ciúme é cruel como o Seol; a sua chama é chama de fogo, verdadeira
labareda do Senhor. As muitas águas não podem apagar o amor, nem os rios
afogá-lo. Se alguém oferecesse todos os bens de sua casa pelo amor, seria de
todo desprezado” (Cantares 8:5-7).
A NOSSA ORIGEM NO
PECADO (continuação):
Prezado amigo, grande é nossa jornada
no conhecimento dessa passagem tão significante para nossas vidas. Estamos
perante o fato que Cristo amou Sua igreja e se entregou por ela. Por causa
desse amor tão grandioso, inexplicável e incomparável, a igreja é chamada à
santidade; é convidada a considerar sua condição anterior e sua submissão agora
ao Rei.
Nossa atenção agora se focaliza na
frase: “Debaixo
da macieira te despertei...”. Estamos perante a poderosa doutrina da graça
irresistível, ensino tão humilhante para nossa natureza terrena, tanto quanto a
doutrina do pecado. Eis aí a maneira como o evangelho chega aos pecadores e a
condição na qual os homens são achados. A linguagem do Velho Testamento chama
nossa atenção para a verdade revelada claramente no Novo Testamento: “Ele vos
deu vida estando vós mortos em vossos delitos e pecados” (Efésios 2:1).
Incrível, mas é essa a situação dos homens que ainda não foram salvos – estão
mortos! Não é que estão quase mortos, estão realmente mortos! Nada fazem e nada
podem fazer no tocante a Deus, assim como um defunto que nada fala, nada sente,
nada vê, assim é o homem no pecado. Em relação a Deus nada vê da Sua glória
(Romanos 3:23), nada sente de amor e prazer por Deus e não tem qualquer
disposição para obedecer e servir a Deus.
É triste a situação de muitos que estão
dentro das igrejas, carregando o nome de que vivem, mas estão mortos
(Apocalipses 3:1)! Milhares pensam que têm a vida que há somente no Filho de
Deus; acham que uma igreja, o batismo, um bom ambiente religioso, bênçãos
materiais são provas evidentes de que acharam vida. Ainda estão mortos! No
íntimo estão longe de Deus e da Sua glória e a vida mostra isso, com uma frieza
e apatia no tocante a Palavra de Deus e santidade prática. A verdade permanece
que Cristo chama os pecadores mediante o poder do evangelho verdadeiro. Não o
evangelho adocicado de hoje; não o evangelho conforme o programa maligno e
mentiroso da nova era, o evangelho socializado de hoje, mas sim a poderosa e
insofismável Palavra da verdade, da justiça, o evangelho que humilha o homem e
que chama pecadores do túmulo do pecado para a vida que há no Filho, assim como
Cristo chamou Lázaro dentre os mortos (João 11:).
Notemos bem que é assim que Deus chama
pecadores ao arrependimento. Ele mesmo comunica essa verdade ao Seu povo no
Velho Testamento: “Não temas, porque eu te
remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu” (Isaías 43:1). Essa verdade aparece
de uma maneira ainda mais significativa em Jeremias 31:3: “Pois que com amor
eterno te amei, também com benignidade te atraí...”. Veja amigo como foi a
chamada de Mateus. O Senhor apenas disse: “Segue-me”, e aquele cobrador de
impostos levantou-se e passou a seguir o Senhor (Mateus 9:9). Não há poder no
homem; não há fé em potencial no homem. No evangelho da glória de Cristo tem
tudo para que o pecador seja arrancado da morte para a vida (João 5:24).
Amigo
leitor, sem a mensagem santa desse evangelho bendito, os homens continuarão no
mesmo trajeto de iniqüidade, com seus corações em franca inimizade contra Deus.
Se não houver o chamado eficaz, a alma continuará deleitando-se no pecado e
caminhando na falsa paz para o abismo de terror eterno. Bendito o pecado cujo
coração é despertado para ouvir a verdade do evangelho! Bendita a alma que é levada
ao desespero, ao reconhecimento de sua intensa culpa e da necessidade do
Salvador bendito! Cristo veio ao mundo para salvar e está salvando todo aquele
que o Pai lhe entrega (João 6:37)!
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