sábado, 15 de março de 2014

“TENHO FARTURA”




Mas Esaú disse: eu tenho muitos bens, meu irmão... Deus tem sido bondoso para comigo e tenho fartura...” (Gênesis 33:9,11).
         Caro leitor, no conceito de prosperidade havia grande diferença entre Esaú e Jacó. Spurgeon diz: “É tão raro quão agradável encontrarmo-nos com um homem que tenha fartura; a grande maioria está lutando por obter mais”. Mas essa é a real diferença vista entre um crente e um mundano. No caso dos dois filhos de Isaque, Esaú era um verdadeiro incrédulo, enquanto Jacó se tornou um crente, mediante a graça de Deus.
         Meditemos um pouco acerca disso, porque as palavras ditas por esses dois homens mostram o que realmente significa prosperidade no conceito carnal e no conceito espiritual. Esaú sempre mostrou ter um coração mundano. Em suas ambições sempre perseguiu a prosperidade terrena; sempre mostrou disposto a lutar, trabalhar incansavelmente para obter riquezas e conforto deste mundo. Vemos na vida de Esaú que seu ideal era o mesmo que tem um coração incrédulo. Ele queria ser um príncipe, queria ter nome, fama, sucesso; queria que sua descendência fosse constituída de reis e príncipe; queria servos, camelos, gados, ouro, prata, etc. Realmente obteve tudo aquilo que tanto queria, pois logo no cap. 36 de Gênesis vemos o quanto avançou a nação edomita, enquanto Israel não passava de um povo simples que estaria sob intensa escravidão no Egito.
         Mas, qual era o pensamento tão ambicioso de Esaú? “Tenho muitos bens...”. Não era um homem cheio de contentamento. Seus bens eram muitos? Sim! Mas queria mais. Seus cofres não estavam lotados e vivia sempre preocupado em perder o que ganhara. Suas conquistas não eram embasadas de serviços, mas sim de guerra, vivia dos despojos dos inimigos. O que Esaú quis ele obteve; Deus o elevou às glórias terrenas; Deus concedeu aquilo que tanto seu coração almejou possuir, mas tudo resultou não das bênçãos divinas, mas sim da Ira: “Amei Jacó e me aborreci de Esaú, e fiz dos seus montes uma desolação; e dei a herança aos chacais do deserto” (Malaquias 1:3). Esaú é o modelo do homem que almeja prosperidade, pois mesmo afirmando que tem muitos bens, mesmo assim nunca está satisfeito. Seu coração cabe o mundo inteiro.
         Mas, quão diferente é Jacó: “Tenho fartura”! Isso significa contentamento. Noutras palavras Jacó estava afirmando ter tudo aquilo que precisava, por essa razão estava dando mais a Esaú. Eis aí um verdadeiro crente! Eis aí alguém que aprendeu com Deus a lidar com os bens terrenos e a esperar em Deus. Um crente age assim. Ele quer ter fartura, porque o contentamento sobrepuja as riquezas. Ele quer ter fartura porque dar, distribuir para os pobres. Jó tinha fartura, e mesmo quando perdeu tudo, a fartura enchia seu coração de prazer e felicidade. Sua fartura não o tornou perverso; não o fez sobressair acima de seus semelhantes, pelo contrário, sua fartura o tornou um homem bondoso, que reconhecia as necessidades do seu próximo e que por isso era respeitado.
         Meu amigo, você tem muitos bens, ou tem fartura? O crente tem tudo, porque em Cristo tudo pertence ao crente (1 Coríntios 3:22). “O descontentamento rouba ao homem o poder de desfrutar o que possui” (Spurgeon). Aquele que foi salvo por Cristo deve estar com seu coração cheio de alegria, porque Cristo satisfaz a alma e é aquele que dia a dia cuida de nossas necessidades.

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