sexta-feira, 21 de março de 2014

LÁGRIMAS DE ARREPENDIMENTO




E, caindo em si, desatou a chorar” (Marcos 14:72)
         Caro leitor devemos saber que o arrependimento é realizado pelo Espírito de Deus em nós, mas Ele o faz a fim de levar-nos a meditar na maldade ocasionada pelo pecado. As lágrimas do arrependimento vêm como varadas do amor de um Deus que almeja nosso bem e nossa utilidade aos nossos semelhantes, para a glória Dele. Creio que aquilo que Pedro experimentou serve para nossa instrução prática.
         Vejamos que o arrependimento de Pedro foi sincero e não um mero remorso como o de Judas. Pedro naquele instante descobriu que havia negado o Senhor. Ora, desde o momento que havia sido avisado, ele simplesmente foi conduzido pelo engano do coração, pois no orgulho do pecado não percebemos os perigos que nos cercam e que agimos presunçosamente. Caro leitor, meditemos em Pedro para concluir que nós sempre agimos igualmente a Ele. Negar a Cristo acontece de várias maneiras. Quantas vezes nos ocultamos de um bom testemunho! Quantas vezes recuamos com medo de defender nossa fé! Quantas vezes dizemos “sim” para nosso inimigo e simplesmente aceitamos docilmente fazer a vontade dos ímpios! Quando Pedro negou a Cristo ele não queria fugir da zona de conforto e segurança. E não é isso o que acontece muitas vezes conosco, por recusar carregar a cruz?
         Vejamos também que Pedro refletiu sobre a excelência do Senhor a quem havia negado. Pedro havia confessado que aquele homem era o próprio Filho de Deus, o próprio Jeová encarnado. Então, Pedro havia negado não um mero profeta; não um simples rei humano. Ele negou o Senhor da glória; ele se ajuntou à maldade daquela multidão para crucificar o Senhor. Então, ao negar Jesus, não foi um mero pecado, pois havia lançado fora sua fé, sua posição exaltada de apóstolo. Pedro agiu como Esaú, o qual vendeu o eterno pela bugiganga do conforto temporário. E nós não agimos assim também? Não é verdade que estamos prontos para submeter-se aos prazeres do que ler a bíblia e orar? Não é verdade que olhamos com prazer as promessas mundanas e jogamos “beijinhos” com esperança de obtê-las?
         Vejamos também que Pedro lembrou de que ao lado de Tiago e João havia recebido um tratamento especial. Era para ser um dos valentes do Filho de Deus, mas agora não passava de um covarde, que perante a morte fugiu. Prezado leitor, nós agimos assim também. Que posição nós temos! Somos filhos de Deus; somos herdeiros do Senhor; somos representantes do céu e dignos de serviços prestados a nós pelos anjos (Hebreus 1:14). Mas, quantas vezes o negamos! Quantas vezes ambicionamos o mundo com seus valores! Quantas vezes ambicionamos as riquezas e a fama deste sistema maligno e por esse fato nos desculpamos de estar ocupados demais para adoração ao Senhor e servi-lo fielmente!
         Também Pedro recordou do voto que havia feito: “Ainda que todos se escandalizem, eu jamais!”. Quantas vezes negamos o Senhor quando lançamos fora todo voto de consagração! Consagramos nossos bens, mas lançamos fora esse voto. Consagramos filhos, lar, mente, tempo, etc., mas eis que simplesmente quebramos esses laços e corremos em busca de um “lugar mais confortável” para viver!
         Ó, que haja lágrimas de arrependimento! Ó que humildemente recorramos para os braços amorosos e pacientes do Senhor!

Observação: Escrevi essa meditação tendo um esboço feito por Spurgeon

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