Então
disse eu: “Ai de mim, que vou perecendo! Porque sou um homem de lábios impuros,
e habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o
Senhor dos exércitos” (ISAÍAS 6:5).
A
visão correta de Deus mostra toda maquinaria do coração de onde parte toda maldade: “...sou um homem de lábios impuros...”
Caro
leitor avancemos um pouco mais no exame do texto. Já vimos que a visão de Deus
veio de forma devastadora sobre o ego de Isaías. Enquanto o velho homem em Adão
estiver encoberto e disfarçado, os homens jamais saberão quem eles realmente
são. O evangelho atual tem chegado com belas “roupagens” e carregado de “cosméticos”
religiosos. Nunca o homem no pecado ficou tão encoberto como o homem da
pós-modernidade. Quão envaidecido está! Quantas flores chegam às almas com as
belas palavras dos falsos mestres, a fim de deixar os defuntos espirituais mais
belos!
Mas
a visão correta de Deus vai mais longe, porque descobre que o coração do homem
é o poço da perdição, a máquina que fabrica perversidades. Enquanto a Palavra
de Deus não chega o velho homem se oculta sob um manto de justiça própria. Os
homens modernos são espertos em passar suas culpas para os demônios, ou mesmo
para as circunstâncias. Também muitos acreditam que seus pecados são
esquecidos; que aquilo que cometeram sumiu como fumaça e que seus caminhos
estão abertos e com toda liberdade para acender o fogo de suas paixões. Mas, o
que aconteceu com Isaías? Aquele moço percebeu as maldades de seus pecados e
veio à tona aquilo que comumente fazia: “...sou um homem de lábios impuros...”.
Incrível! Mas é exatamente isso o que acontece. Enquanto os homens não são descobertos pela infalível
palavra da verdade, eles conseguem trancafiar suas estimadas maldades num cofre
oculto bem no íntimo. Eles são levados pelo engano do pecado de fazer
comparações com aqueles que roubam, bebem e que são viciados em drogas, etc.
Note bem como o Senhor descobriu o pecado da mulher samaritana (João 4). Ela se
ocultava na religião supersticiosa do seu povo, mas quando o Filho de Deus
apontou seu pecado de impureza, imediatamente mudou a atitude dela. Foi assim
também com o judeu rico (Lucas 18:18-23). Ele chegou perante Jesus disfarçando
bem suas reais intenções. Mas quando Cristo descobriu seu íntimo, então seu
ídolo oculto apareceu. Aquele homem amava a riqueza e de maneira alguma queria
deixar esse baal destruidor, que lhe levava para a punição eterna.
Caro
leitor, no pecado a realidade da perversidade fica encoberta. Isaías percebeu
que o pecado dominante em sua vida brotava de seus lábios impuros.
Continuamente falava imoralidades; continuamente buscava companhias imorais e
falava piadas e gracejos imorais. Por detrás de tudo aquilo, se ocultava
perversidades maiores, como malícias e disposição de maltratar seus
semelhantes. No conhecimento correto de Deus nada fica encoberto, nada das
dívidas e ofensas cometidas é omitido, porquanto a glória de Deus vem para
brilhar em todo recôndito da alma e retirar todo disfarce. No conhecimento
correto de Deus homens e mulheres podem ver suas mentiras, manipulações,
covardias, imoralidades, infidelidade, avareza, etc. Aquela mulher adúltera que
entrou para chorar aos pés do Senhor, não se deteve até que sua alma ficasse
livre pelo perdão obtido do Senhor (Lucas 7:36-50).
Caro
leitor, não há como andar com o Deus santo e ao mesmo tempo estar conivente com
qualquer maldade. Andar com Deus é andar na luz; andar com Deus requer coração
confesso, que está disposto a expor toda sua miséria e maldade perante o Senhor
da glória. Aquele que encobre as suas transgressões, jamais há de prosperar,
mas a misericórdia vem sobre aquele que realmente confessa e deixa (Provérbios
28:13). Tentar ser um crente e afirmar que está salvo sem arrepender-se,
confessar e abandonar suas maldades é simplesmente cair em piores enganos, se
atirando nos braços do enganador. Eu sei o quanto mexe com nosso orgulho, que é
por demais ofensivo, mas andar com Deus é andar na luz, na liberdade do perdão
do perdão e na perfeita justiça de Cristo em nós.
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