“Se alguém não ama ao Senhor, seja anátema! Maranata” (1 Coríntios 16:22)
Caro
leitor, ó quanto necessitamos de encarar seriamente essa tão peremptória
declaração de Paulo! Ou o Senhor é amado, ou é odiado. Não há meio termo. Não
há lugar em corações santificados para a sedução do mundo; não há lugar nos
corações salvos para aquilo que é idolatria, mundano e odiador de Deus. Satanás
espalhou essa semente venenosa nas igrejas; ele tem procurado unir o santo com
o profano e tem feito com que o culto seja uma mistura de iniquidade com
solenidade (Isaías 1:13).
Já
pude mostrar que o amor de Deus pelos salvos é porque eles foram aceitos no
Amado e não por causa deles mesmos. A escolha dos eleitos na eternidade foi
feita “Nele” (Efésios 1:4), e a chamada à salvação foi também feita Nele.
Notemos bem a linguagem de Pedro em sua primeira carta: “E o Deus de toda a graça, que
em Cristo vos chamou à sua eterna glória...” (1 Pedro 5:10). Então, nada há no homem que
possa atrair a atenção de Deus, por essa razão os verdadeiros crentes não tem
lugar para orgulho em suas vidas. A humildade e gratidão brilham nas faces dos
salvos, porquanto um dia eles foram humilhados pela verdade de que foram
achados pela misericórdia e não por causa de qualquer mérito pessoal. Ó, que
esses vasos de misericórdia entendam isso! Que agora caiam prostrados perante o
Rei e se apeguem tanto a Ele, a fim de que jamais venham a brincar com aquilo
que é sujo e profano! Ó, que aqueles que carregam os utensílios santos procurem
afastar-se de toda e qualquer iniquidade! Será que podem encarar essa
declaração de Paulo como algo seríssimo? Ou será que nem sequer cogitam
examinar bem o que disse o Apóstolo?
Prossigo em mostrar um pouco mais as bases firmes e
sólidas da fé cristã, a fim de que meus leitores possam realmente amar Aquele
que é o único digno de nosso amor. Cristo tomou a natureza humana, a fim de que
pudéssemos conhecê-Lo e pertencer a Cristo. O Rei da glória tornou-se nosso
parente, porquanto assumiu nossa humanidade. Em tudo, exceto no pecado, Ele
conheceu o que realmente significa ser homem; em tudo aprendeu como homem o
real significado da humilhação, a fim de que pudesse comunicar conosco, saber
de nossas fraquezas, entender nossas reais inclinações e falar ao nosso coração
com um amor inaudito, inigualável. Nosso Senhor não teve vergonha da nossa
humanidade tão vil e desprezível, pelo contrário Sua identificação conosco foi
algo incrível, por essa razão Ele nos chama de irmãos Dele (Hebreus 2:11). Ele
é agora o perfeito homem, em tudo, absolutamente em tudo é incomparável (Salmo
45:1,2).
Ele
é de fato, o Nome que nos faz amar e que faz brotar em nossos corações os mais profundos
sentimentos de amor, de prazer e de emoções santas. Como satanás tem inveja!
Como o arqui-inimigo procura imitar o Senhor e assim atrair a atenção para si!
O cenário montado por ele ultimamente é incrível e parece algo santo e
espiritual. Mas, é perceptível que há manchas em tudo; tudo é profano e cheio
das imundícies do pecado. Mas, nosso interesse é mostrar o cenário real das
coisas, conforme o comando perfeito do Espírito de Deus. Encaremos pela fé
nosso Amado Senhor, pois somente a fé pode contemplar Aquele que é maravilhoso.
Porventura, existe alguém mais perfeito do que o Senhor? Tem alguém que possa
ser comparado a Ele? Há alguma conexão entre você o Rei da glória, que lhe leve
a meditar Nele, desejá-Lo mais do que tudo e conhecê-Lo? Em seu ser há uma
disposição de ser completamente Dele e tê-Lo acima de toda e qualquer riqueza e
paixão que este mundo possa oferecer? Há em seu ser essa disposição de
santidade, consagração e de inteira dedicação a Ele? E quando encontra
tropeços; quando o mundo lhe convida às suas seduções, você pode correr pela
fé, em santa oração para o seu Senhor e buscar Dele socorro e livramento?
Caro
leitor, essas interrogações vieram, a fim de que você saiba se realmente ama a
Cristo; se de fato houve uma obra regeneradora em seu coração. Paulo deixa bem
claro que se alguém não ama o Senhor é anátema. Declaração seríssima. Mas,
acrescento que o amor por Cristo tem inicia-se na sincera e convicta conversão.
Quando o perdido vê o quanto foi amado pelo Senhor ali na cruz e quando se
entrega a Ele para a salvação, não há como não amá-Lo!
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