A DEPRAVAÇÃO HUMANA
“Entrando em Jericó, atravessava Jesus a
cidade. Eis que um homem, chamado Zaqueu, maioral dos publicanos, e rico,
procurava ver quem era Jesus, mas não podia, por causa da multidão, por ser ele
de pequena estatura. Então, correndo adiante, subiu a um sicômoro a fim de
vê-lo, porque por ali havia de passar” Lucas 19:1-4
Zaqueu residia
numa cidade cuja história é bem ruim. Jericó fora amaldiçoada por Deus nos dias
em que Josué
com o povo de Israel entrou em Canaã para exercer juízo contra as nações que
ali residiam, e tomar posse da terra por ordem do próprio Deus. Jericó, bem
como todas as cidades daquela região, era conhecida por sua perversidade, por
isso encontrava-se debaixo da maldição divina. Deus ordenou que o exército de
Israel tomasse a cidade e a destruísse completamente. A maldição que foi
derramada sobre Jericó compara-se com o que aconteceu com Sodoma e Gomorra. A
cidade não poderia ser reconstruída, e quem tentasse fazer isso iria ter a
morte do filho mais velho quando começasse a reconstrução, e morreria o filho
mais novo ao término da reconstrução. Isso aconteceu nos dias do Rei Acabe e do
profeta Elias (1 Reis 16:34). Em Lucas, vemos novamente Jericó, uma cidade não
mais cercada com muros com era nos dias de Josué, e assim Jesus entrou naquela
cidade para ter um encontro com Zaqueu que ali residia.
Quem era Zaqueu? Um homem comum como
qualquer outro. A Bíblia fala a respeito de todos os seres humanos, que todos
vieram de Adão, e todos caíram em Adão (Romanos 3:23). Entretanto, a situação
de Zaqueu, revela-nos o estado completamente depravado do coração humano.
Zaqueu nasceu numa sociedade, que era a única no mundo, voltada para as
Escrituras, que naquele tempo limitava-se ao Velho Testamento. Zaqueu era um
judeu, e todo judeu era criado e ensinado conforme os costumes da lei de
Moisés.
Mas, devemos saber que religião e costumes
religiosos não mudam o coração humano que continua escravo do pecado. Zaqueu
colocou-se numa situação ainda pior, porquanto escolheu a profissão de ser
cobrador de impostos, alienando-se de seu povo, os judeus, a fim de trabalhar
para o governo romano que naquele tempo dominava o mundo. Zaqueu, era portanto,
considerado pelo seu povo como um traidor, portanto era rejeitado, desprezado e
considerado na linguagem judaica um pecador, porquanto era imundo para a
religião de seu povo e assim impossibilitado de se envolver nas atividades
religiosas. Ele, por exemplo, jamais poderia entrar no sagrado templo de
Jerusalém, porquanto era um expulso, até mesmo nas sinagogas existentes em
vários lugares. Olhando do ponto de vista humano e judaico, não havia qualquer
possibilidade de salvação para Zaqueu.
Na mentalidade judaica, se Jesus era uma
pessoa vinda de Deus jamais deveria conversar com um homem como Zaqueu, quanto
mais entrar na casa dele. Mas, podemos dar louvores ao Deus vivo, porquanto Ele
revela em Sua bendita palavra a doutrina da depravação total de todos os seres
humanos. Os judeus agiam como agem todos aqueles que seguem uma religião por
tradição e por fanatismo, sem a compreensão da verdade à luz das Escrituras
Sagradas. Eles possuíam a Bíblia e eram zelosos em praticar aquilo que os
líderes do judaísmo mandavam, mas desconheciam a glória do Deus da Bíblia,
estavam prontos para até mesmo perseguir e matar qualquer um que fosse contra
eles.
Mas, quem era Zaqueu do ponto de vista
bíblico? Não passava de ser mais um descendente de Adão como qualquer outro,
caído no pecado, escravo da iniquidade, transgressor da lei de Deus, herdeiro
do inferno. Ele em nada era diferente de qualquer outro judeu, ou de qualquer
um de nós. Que possamos entender esta verdade da queda total da raça humana em
Adão, isso traz muita humilhação para o orgulhoso coração humano, mas a verdade
bíblica permanece: “Todos pecaram e carecem da glória de Deus.” Portanto não há
diferença para Deus; não existe um grupo que pecou mais do que outro grupo,
porque a queda foi igual para todos. Deus não está em busca de algum pecador
que seja menos pecador do que outros.
Aqui no mundo existe diferença do ponto de
vista físico, social, cultural, racial e religioso, mas olhando do ponto de
vista bíblico, vemos que o efeito do pecado é igual e a morte atinge a todos
sem qualquer distinção. Os homens habitam todos no Vale da Sombra da Morte. Se
Deus há de agir em favor dos homens, terá que agir por misericórdia e não por
merecimento. Se você entrar num cemitério verá ali o efeito da morte para
todos. Se morreu um atleta, a morte dele foi igual a daquele que era fisicamente
fraco; se morreu um empresário, a morte dele foi igual a daquele que morreu na
miséria. A morte não aceita diálogo, nem é comprada, nem tampouco é lisonjeada,
e nem olha para beleza ou idade. Ela serve ao inferno, e está debaixo das
ordens daquele que tem as chaves da morte e do inferno, o Senhor Jesus Cristo.
Quem era Zaqueu? Um pobre condenado, mesmo com toda riqueza que possuía, mas
aqui era lixo para o dia da Ira, porquanto o dinheiro dele jamais poderia
comprar felicidade eterna. Mas, o engano do pecado, não permitia que Zaqueu
pudesse ver as coisas assim.
Meu
caro leitor, a realidade a respeito da vida de Zaqueu, é para explicar a
situação de todos os pecadores deste mundo. Veremos posteriormente como Deus
agiu com misericórdia naquela pobre alma. O Deus da revelação bíblica não é
obrigado a usar de misericórdia em sua vida, meu amigo. Deus é livre para agir
como Ele quiser. Ele mesmo afirma: “Terei misericórdia de quem eu tiver
misericórdia...” Da parte do homem a solução é humilhar: “Humilhai, pois
debaixo da potente mão de Deus...” Lembre-se que a sua situação é de um réu
condenado e que Deus lhe vê assim, a não ser que um dia você foi achado, como
Zaqueu pela misericórdia do Alto e foi salvo por Cristo. Se não houve essa
visitação salvadora de Deus em sua vida, meu amigo, reconheça seus pecados
agora e clame a Deus pedindo socorro por sua alma que perece.
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