“Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de
águas vivas, e cavaram para si cisternas, cisternas rotas, que não retêm as
águas” (Jeremias 2:13).
Caro leitor, certamente
não há mortal que possa descrever as tão terríveis condições dos homens na
queda. Eles abandonaram o Senhor, o manancial de águas vivas. Creio que meus
esforços não serão inúteis na tentativa de expor essa condição vil e miserável
de homens e mulheres caídos na lama, atirados no engano do pecado e condição de
escravos neste mundo (João 8:34).
Prossigo afirmando que
na decisão em Adão homens e mulheres trocaram a fonte de segurança pela
incerteza num viver transitório. Ó caros leitores, como desejo transmitir essas
verdades aos seus corações, porquanto vemos as almas errantes, peregrinas neste
mundo completamente entregues ao medo e desespero. Fora do Senhor nossas almas
ficam como viúvas desamparadas, sozinhas; ficam como órfãos sem qualquer
proteção. Na escolha feita no Éden homens e mulheres abandonaram o amor do Todo
Poderoso; abandonaram o amor acolhedor, suficiente do Deus que cerca os Seus
com soberana proteção; abandonaram Aquele que não perde de vista Seus queridos,
pois os olhos do Onipresente anulam qualquer distância. O grande, glorioso e
amoroso criador jamais desampara Sua criação, mesmo os animais irracionais
estão sob Seu completo amparo e sustento (Salmo 104); tudo está seguro e
amparado nesse ambiente de glória de um Deus que tudo fez para Si, a fim de mostrar
o quão glorioso e auto-suficiente Ele é.
Agora, permita que eu
possa desvendar esse reino perigoso e terrorista do pecado onde os homens e
mulheres foram atirados. Permita o Senhor que minhas palavras descrevam bem
essa verdade tão desconhecida. Permita o Senhor que minhas palavras sejam como
tochas acesas nessas densas trevas deste mundo que jaz no maligno (1 João
5:19). Os homens tateiam na escuridão e apalpam aquilo que parece ser segurança
e amparo, mas satanás espertamente maneja bem as coisas, endereçando-as ao
alcance de homens e mulheres.
Este mundo vil parece
ser um lugar belo e plenamente capaz de resistir os rigores da Ira de Deus;
parece que satanás tem neste mundo um lugar especial, porquanto tudo ao
derredor parece fornecer conforto e segurança; parece que tudo está indicando
que tudo está indo perfeito e que irá funcionar adequadamente. Nabucodonosor
contemplou sua linda Babilônia assim. Perante seus olhos não havia algo mais
encantador, forte e seguro do que aquilo que ele mesmo havia construído para
sua grandeza: “...Não é esta a grande
Babilônia que eu edifiquei para a morada real, pela força do meu poder, e para
a glória da minha majestade?”
(Daniel 4:30).
Aquele
ditador tão arrogante naquele momento tipificava satanás e seu admirável mundo,
tão belo e desejável. Parece ser o lugar onde todos podem achar as fontes de
todos seus desejos. Ao mostrar a Cristo o seu mundo, as palavras do diabo
transmitiram essa fragrância enganosa e sedutora: “...Diabo o levou a um monte muito
alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles”.
(Mateus 4:8). É nesse ambiente que satanás colocou seus escravos, num lugar
assim ele mesmo conduz as mãos e pés de homens e mulheres para que toquem e
pisem em lugares aparentemente seguros. Foi assim com o ingrato povo murmurador
que saiu do Egito. No deserto eles recordavam daquilo que era admirado e
desejado no Egito: “Lembramo-nos dos peixes que no Egito comíamos de graça, e dos pepinos,
dos melões, dos porros, das cebolas e dos alhos” (Números 11:5).
Corações endurecidos
sempre vão lembrar-se do mundo com seus encantos e confortos carnais. Essas
coisas representam segurança para eles, por isso desprezam e hão de desprezar o
Senhor. Milhares andam assim neste mundo enganador. Nada, nada a não ser a misericórdia
do Senhor para acordar a alma que dorme. Somente as compaixões de Deus para
despertar homens e mulheres para os perigos ocultos neste mundo, perigos
eternais que rondam as almas de homens e mulheres!
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