"Assim diz o Senhor: Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas: qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para as vossas almas; mas eles dizem: não andaremos." Jeremias 6:16.
NA BUSCA DO CAMINHO CERTO
Quão preciosa é a Palavra de Deus! Sua sabedoria está à disposição dos humildes de coração; suas riquezas disponíveis aos pobres de espírito e suas veredas de justiça e santidade aos que almejam trilhar caminhos retos. Estamos contemplando as grandes manifestações da misericórdia salvadora do Deus que se revelou nas Sagradas Letras. Ele é o Deus que neste mundo executa justiça e juízo, mas que acima de tudo, tem prazer em exibir Seu coração riquíssimo em misericórdia. Seu ministério é salvar perdidos, e o verso de Jeremias 6:16 expõe essa tão grande salvação. A mensagem de advertência aos judeus arrogantes dos dias de Jeremias, é a mensagem que Deus tem aos homens de todas as gerações e de todos os lugares deste planeta.
A quarta lição deste verso mostra-nos que Deus vai mais adiante atraindo os pecadores ao Seu amor eterno. Ele impulsiona os homens a usar a inteligência em investigar as antigas veredas; parar de olhar o horizonte ilusório deste mundo e passar a investigar os caminhos pelos quais homens santos trilharam. “O Senhor conhece o caminho dos justos...” (Salmo 1:6), e tais veredas são iluminadas pela revelação escrita. Mas não para na mera inquirição, porquanto é preciso que pergunte: “... perguntai...: qual é o bom caminho...”, e assim andar por ele. Milhares de homens e mulheres descobrem o caminho; são informados a respeito do Caminho Santo, mas a descoberta é para que passem a andar pelas veredas dos justos.
Meditemos um pouco mais a respeito dessa decisão de deixar o caminho tortuoso para trilhar caminhos retos. Quanta humilhação para tal decisão! Mas necessita da conversão que significa mudança de caminho. Foi feita a avaliação de forma inteligente; examinou com prudência as veredas antigas; soube dos milhares de santos que andaram com prazer por esse caminho; concluíram que é o caminho certo, que não há outro seguro; tudo é claramente revelado; tudo está perfeitamente exposto à investigação do homem inteligente, então, o que deve o homem fazer? Qual a decisão mais sábia a ser tomada? É vida ou morte; é glória eterna ou sofrimento eterno; é subida para o paraíso ou descida para a vergonha. Por que não tomar a decisão rumo ao céu? É o caminho seguro rumo à glória eterna! Nosso Senhor veio e abriu esse caminho para que o pecador possa entrar e andar na plena certeza de saber por onde vai e para onde vai. Será que você vai dar ouvidos aos maus conselhos dos ímpios? Pois é, eles estão freneticamente ocupados em lhe desviar dessa bem-aventurada decisão de se converter a Cristo. No momento da conversão de um homem, o mundo inteiro se une na tentativa de dissuadi-lo. Há uma unidade nas almas mundanas contra o caminho santo. Amigos, vizinhos, pai, mãe e irmãos, todos enfim se unirão na insensatez da carne para zombar e tentar afastar o homem da sua obediência ao Senhor.
Eu sei o quanto é humilhante para o homem desprezar os caminhos ímpios deste mundo! São belas as planícies que direcionam as almas à Sodoma e Gomorra e a natureza é encharcada de prazer em contemplar as belas construções desta babilônia mundana. Mas, se precisa de humilhação, eis que o Deus de toda Graça concede Sua graça aos humildes. “Invoca-me, e eu te responderei” é a grande promessa Dele.
Amigo leitor, a fé cristã não é o um movimento emocional; ou uma alegria momentânea, fruto da excitação da carne; uma descoberta religiosa de uma vida mais bem sucedida nesta peregrinação terrena. A fé que vem de um ouvir obediente a Palavra, atenta-se firmemente em examinar a Palavra de Deus. O homem arrependido é aquele que avalia o caminho por onde tem percorrido à luz das antigas veredas. Vemos no texto que Deus convida os pecadores à conversão, para deixar o caminho tortuoso e passar a trilhar o caminho reto. É esta a mensagem do Evangelho dirigida a todos os homens.
É necessário humilhar-se para seguir o caminho rumo ao céu. Ora, para Naamã era uma tremenda decisão o ter que mergulhar nas águas do Jordão a fim de ser purificado da sua lepra (2 Reis 5). Em seu conceito patriótico os rios da Síria eram bem melhores. O Jordão não passava de um riacho em comparação com a imponência do Abana e Farpar, os dois famosos rios sírios. Mas o orgulho do general impedia que ponderasse melhor a respeito da sua condição física. As belas águas da síria em nada haviam ajudado na cura do grande general; a vontade de Deus exigia sua humilhação e obediência para que descesse e mergulhasse às águas do simples rio Jordão.
A lição é a mesma no tocante à decisão do pecador. No caminho largo tudo é fácil, em paz com o mundo e com todas as hostes invisíveis. Por que mudar? Por que subir se o descer é fácil? Mas é aqui que entra a constante atividade da misericórdia em exibir aos homens o destino para onde estão indo. O melhor caminho não é o que desce, mas sim o que sobe rumo ao paraíso celestial. O caminho largo é coberto de trevas, e o homem no pecado nem sabe onde tropeça; a qualquer momento é tirado todo falso fundamento dos seus pés. Mas eis que perante seus olhos está o caminho que Cristo abriu para o céu. Não é melhor tomar este caminho e dá as costas à voz do tentador? Não é melhor andar com Deus na estrada certa do que ouvir o barulho louco e desvairado das multidões por um caminho tão perigoso? Não é melhor ser guiado por um Deus de amor num caminho certo, mesmo que esteja cheio de dificuldades e lutas contra o mundo, a carne e o diabo? Imagino o que passa na mente de uma alma frente a uma decisão dessa! Afinal, ele tem tantos amigos que vão abandoná-lo! Sua vida religiosa que em nada favoreceu sua pobre alma, e que o manteve apenas lisonjeado, há de ser lançada no lixo, como Paulo fez com todas as pompas do farisaísmo tão ostentado por ele desde sua meninice. Toda soberba desta vida, tão atraente aos seus olhos e sua carne, será desprezada, porquanto foi descoberta sua farsa e seu doloso plano contra aquela alma em mantê-la ocupada e entretida.
Enfim, é impossível para uma alma por si mesma, tomar uma decisão de sair do poço, onde veio a cair em Adão (Salmo 51:5). O caminho rumo ao céu faz com que os olhos da fé mirem a cidade celestial. É preciso que o coração abandone as glórias terrenas tão sonhadas. O prazer pela companhia das multidões que correm em busca das ricas propostas do príncipe deste mundo será trocado pela dadivosa bênção de andar com Deus, sob seus conselhos e sábias orientações (Salmo 32:8). Tudo aquilo que religiosamente parecia ser correto e aceitável aos olhos de Deus, mas que não passava de truques e artimanhas do pai da mentira, é agora trocado pela certeza, de que Cristo morreu em seu lugar, e pelo Seu sangue cobriu seus pecados, trazendo firme perdão e justificação perante Deus (Romanos 5:1). Como Paulo, o pecador que trilha rumo ao céu não tem onde se gloriar senão na cruz do Senhor Jesus Cristo (Gálatas 6:14).
Nenhum comentário:
Postar um comentário