“Mas se não fizerdes assim, estareis pecando contra o Senhor; e estai certos de que o vosso pecado vos há de achar” (Número 32:23).
A GRANDE DESCOBERTA
Amigo leitor, certamente a corrupção do pecado perseguiria Davi. O orgulho do coração quer passar por cima, encobrir toda sujeira; na autoridade de rei de Israel se refugiava no fato que não tinha ninguém capaz de julgar e punir sua maldade; achava que o tempo faria desaparecer como fumaça toda perversidade cometida. Mas quão enganoso é coração! O pecado almeja fazer Deus desaparecer de todo e qualquer cenário e assim reinar livremente! Porém, reina o Senhor! Ele reina soberanamente! Ele reina sem qualquer limitação e todos os Seus atributos estão em pleno funcionamento no céu e na terra! O céu é o Seu trono e a terra o lugar onde põe Seus pés! Seu reino é um reino de justiça e de juízo e nada passa despercebida perante os olhos daquele que tudo vê; para Ele não existem barreiras de paredes, escuridão nem distância e não há quem possa escapar de Suas mãos.
Caro leitor, o encontro do profeta Natã com o rei Davi mostra a maneira pela qual Deus lida com os crentes. Com aquele que não é salvo Deus, muitas vezes permite que sua maldade fique encoberta pelo resto da vida, até que chegue a morte, quando ele escorrega em direção ao Juiz. Às vezes Deus lida rapidamente em julgar com punição a maldade cometida pelo ímpio. Aqui em Ribeirão Preto um homem procurou um amigo seu que havia deitado com sua esposa e ao achá-lo descarregou seu revolver contra ele, matando-o sem qualquer compaixão.
Deus não teve nenhuma compaixão do pecado de Davi, sua maldade era odiosa e odiada. Nunca o Senhor foi brando com qualquer maldade; nunca houve tolerância da parte de Deus com qualquer iniqüidade; Natã não foi enviado para lisonjear o rei e a vida de um profeta fiel como Natã corria sério perigo naquele confronto com Davi, porque caso não houvesse quebrantamento, a reação do rei contra o profeta poderia ser perigosa contra a vida do servo do Senhor. Mas o profeta era um homem sábio que conhecia bem o rei Davi, por isso usou de sabedoria ao chegar narrando um suposto acontecimento de injustiça, que necessitava do julgamento do rei: “Havia numa cidade dois homens, um rico e outro pobre. O rico tinha rebanhos e manadas em grande número; mas o pobre não tinha coisa alguma, senão uma pequena cordeira que comprara e criara; ela crescera em companhia dele e de seus filhos; do seu bocado comia, do seu copo bebia, e dormia em seu regaço; e ele a tinha como filha. Chegou um viajante à casa do rico; e este, não querendo tomar das suas ovelhas e do seu gado para guisar para o viajante que viera a ele, tomou a cordeira do pobre e a preparou para o seu hóspede “ (2 Samuel 12:1-4).
Veja como Natã pegou Davi em suas palavras, na sua maneira justa de punir o culpado, a fim de mostrar que o homem do ocorrido era o próprio rei: “Então disse Natã a Davi: Esse homem és tu!...” (verso 7). Foi aqui que a verdade chegou ao palácio para trazer grande impacto sobre a vida daquele rei. Agora se descobre que o pecado é descoberto e que deve ser punido, conforme a lei de Deus. Agora chega o momento quando Deus é glorificado em trazer a lume o pecado, a justiça e o juízo (João 16:8). O rei Davi foi posto na balança divina e foi achado em falta, por isso a maldição da lei declara morte ao culpado: “O Senhor é tardio em irar-se, e de grande poder, e ao culpado de maneira alguma terá por inocente...” (Naum 1:3).
Porém, é nesse momento que a dura mensagem da lei chega para encontrar um coração rebelde ou uma alma humilhada. A palavra de Deus não olha aparência nem posição. Davi em nada era mais importante do que qualquer pessoa em Israel, ele foi posto para ser servo do povo de Deus e não um dominado e tirano em Israel. Agora Natã vem para descobrir quem era o homem que estava à sua frente e eis que ele presencia uma cena de grande humilhação e quebrantamento: “Então disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor...” (verso 13). Foi nesse ambiente que revelou o grande coração de Deus, como o Senhor é riquíssimo em compaixão! Como tem prazer em conversar com a alma arrependida!
A GRANDE DESCOBERTA
Prezado leitor podemos deixar de ser gratos pela revelação bíblica? Não fosse a misericórdia do Alto que nos visitou, para onde iríamos com nossas perversidades? Os homens vivem no engano do pecado até o final de suas vidas, porque há uma paz com o pecado, bem como há uma paz no pecado. As palavras ditas pelo profeta humilharam o rei, foram alarmantes e reveladoras. Mas agora o rei está perante o fato que não se pode brincar com o pecado sem sofrer as terríveis conseqüências. Houve perdão? Houve porque quão amargo foi o arrependimento. O Salmo 51 é exposição clara e completa da confissão do rei, por essa razão o juízo da maldição da lei foi retirado, mas a colheita daquilo que plantara certamente haveria de vir, porque o pecado não abandona seu instrumento. Agora aquilo que parecia ser tão belo e desejável há de mostrar suas garras de terror. Chegou perto do leão, por isso suas garras e dentes mortais serão conhecidos.
Caro leitor, os crentes devem levar seriamente uma vida santa, em santo temor e dedicação ao Senhor Deus. O Nome do Senhor está marcado em nossas vidas e devemos cuidar em glorificar esse bendito Nome, por meio de um viver puro, santo e reto. Notemos que na linguagem de Natã, Davi não somente ficou ciente que praticou o maligno adultério, matou Urias pelas mãos dos amonitas, como muito mais ofendeu a santidade do seu Deus perante os inimigos. Notemos bem a linguagem de Deus por meio do profeta: “Por que desprezaste a palavra do Senhor, fazendo o mal diante de seus olhos?...” (2 Samuel 12:9). Os crentes estão no mundo para honrar a glória do Deus vivo perante os ímpios, por isso o que Davi havia praticado traria desonra e afronta ao Glorioso Senhor perante os ímpios, inimigos de Deus e do povo de Israel. O pecado de Davi foi um desprezo dele ao Senhor Seu Deus.
Querido amigo, quão sério e cheio de temor deve ser nosso viver! Confessar ser crente, mas profanar esse nome com uma vida tortuosa é algo seríssimo, porque profana o sangue da aliança e ultraja o Espírito da graça (Hebreus 10:29). Em primeiro Pedro cap. 1, nós que somos crente, nós que declaramos ter esse Deus santo como nosso Pai, somos exortados a levar à serio uma vida de temor ao Senhor, durante o tempo da nossa peregrinação terrena, especialmente porque Ele julga segundo as obras de cada um (1Pedro 1:17).
Certamente o rei Davi recebe a bênção do perdão; a ternura de Deus e a compaixão Dele cobriram Seu servo de plena aceitação naquele momento, mas as conseqüências da sua maldade fariam parte da sua vida, da sua família e do seu reinado. Para Deus não há diferença, Ele não olha face de ninguém, nem faz acepção de pessoas. Ninguém é indispensável para Deus. Moisés teve que deixar seu posto com a morte, para que Josué ocupasse seu lugar (Deuteronômio 34). Davi permaneceu no reinado? Sim! Mas para o resto da vida sentiria na pele as tristes conseqüências do seu pecado. O choro, a angústia, a decepção, a fuga e a dor na alma fariam parte da sua vida. Veja as palavras ditas pelo profeta na presença do rei: “A Urias, o heteu, mataste à espada, e a sua mulher tomaste para ser tua mulher; sim, a ele mataste com a espada dos amonitas. Agora, pois, a espada jamais se apartará da tua casa, porquanto me desprezaste, e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para ser tua mulher” (versos 9 e 10).
Amigo leitor, essas verdades chegaram ao seu coração? Brilhou o temor do Senhor em sua alma? Se houve isso, amem! Deus é glorificado, honrado e exaltado onde o homem é humilhado! Nossa humilhação é tão importante para nosso bem, porque a promessa é que Deus ergue o humilde. O mundo está cheio de vozes que chegam para enaltecer o ego e elevar a soberba. Quanta desgraça isso traz! O momento agora é de tristeza e sincero arrependimento.
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