terça-feira, 8 de maio de 2012

O PERSEGUIDOR IMPLACÁVEL (13)



“Mas se não fizerdes assim, estareis pecando contra o Senhor; e estai certos de que o vosso pecado vos há de achar” (Número 32:23).
                                                        O JUIZO DE DEUS
         Prezado leitor, meu labor consiste em mostrar biblicamente qual é a terrível atuação do pecado por meio de instrumentos humanos e quais são as conseqüências. Não compensa caminhar pelas veredas tortuosas; não compensa a busca pelas paixões. Compensa sim, o temor devido ao Senhor e santidade no viver. Todo meu trabalho tem em vista levar pecadores ao conhecimento do sangue remidor do Cordeiro de Deus, pois nesse há toda provisão para sanar todos os males do pecado. Não há outro meio; todos os outros caminhos são invenções astuciosas do próprio pecado, a fim de manter pecadores entretidos, sem que percebam os perigos terríveis que lhes cercam. O pecado há de mostrar seu terror, se não o fizer nesta vida, fatalmente o fará na eternidade.
         Como o pecado perseguiu implacavelmente Davi! Obviamente aquele quebrantado homem de Deus sabia disso, por essa razão estava pronto a sofrer as tristes conseqüências sem qualquer reclamação. Agora o rei não tinha mais qualquer condição espiritual para julgar sua família, nem tampouco o reino. A ira de Deus contra o pecado, por causa do Nome do Senhor, primeiramente atingiu a criança que nascera como fruto desse relacionamento proibido. Preste atenção nas palavras vindas de Deus por meio do profeta: “Todavia, porquanto com este feito deste lugar a que os inimigos do Senhor blasfemem, o filho que te nasceu certamente morrerá” (2Samuel 12:14).
         Como tenho dito, a principal ocupação de Deus é com a glória do Seu Nome. A honra Dele, a glória Dele perante as nações estão acima de nosso conforto, segurança e direitos pessoais. O reinado de Davi era prova da graça e misericórdia de Deus sobre Seu povo, e do juízo Dele sobre as nações vizinhas. Por meio de Davi Deus promovia Seu louvor, para que as nações soubessem que o Deus de Israel era o único soberano, glorioso e exaltado acima de todos os deuses. Portanto, o pecado de Davi foi uma afronta ao Nome bendito! Sua iniqüidade foi uma tentativa de ocupar o lugar de Deus, buscando para si mesmo a glória advinda do pecado, e ao fazer isso, conquistou vanglória e tomou o mesmo caminho de lúcifer. Ao tirar a vida da criança, Deus declarava ao rei Sua soberania, Seu direito de deixar com vida ou de matar: “Vede agora que eu, eu o sou, e não há outro deus além de mim; eu faço morrer e eu faço viver; eu firo e eu saro; e não há quem possa livrar da minha mão” (Deuteronômio 32:39). Ó, quanto engano a respeito de Deus em nossos dias! Por esta razão vemos nítida ausência do temor devido ao Senhor.
         Ali no palácio Deus implantou Sua glória em julgar; a ira de Deus punindo o pecado cravou-se sobre o coração do rei, emudecendo a todos e trazendo luto, ao invés de alegria; trazendo choro, ao invés de gozo; trazendo jejum e quebrantamento, ao invés de festas e danças. Ali no palácio Deus estava esmagando o poder da carne, mostrava Seu terror ao castigar com violência o pecado; fez brilhar sua justiça e fez cair com grande impacto Seu glorioso juízo. O palácio em Jerusalém não era lugar para bacanal, para as orgias, para os mesmos procedimentos abomináveis praticados pelos pagãos. O trono de Davi era o símbolo do trono de Deus e a glória de Deus era presente, por isso o castigo não tardou em descer de forma trágica.
         Meu amigo leitor, quanto espero que essa verdade venha causar grande impacto de temor e tremou aos meus leitores! Estou certo que este tema não será bem-vindo a muitos corações, mas me sentirei grato se alguns corações forem tocados pela verdade. Cristo veio ao mundo, não para ser ministro do pecado. Cristo não veio para dar um bilhete de segurança para o céu, a fim de que os homens usem uma falsa segurança como trampolim para pular em suas práticas malignas. Cristo veio para libertar homens e mulheres da triste escravidão e fazer deles homens e mulheres humildes e dependentes do Senhor no viver pela graça.
O JUIZO DE DEUS
                Prezado leitor, triste foi a colheita do pecado de Davi. Ele foi sofreu drasticamente pelas conseqüências daquilo que havia plantado. Por ser um homem de Deus, humildemente se humilhou sabendo que era culpado e estava pronto a sofrer até mesmo a morte, caso fosse o querer do Senhor. A notícia de que a criança estava enferma fez com que o rei buscasse o Senhor, pedindo-Lhe misericórdia, mas toda súplica foi inútil, porquanto a vida da criança não foi poupada.
         Agora veremos como o pecado perseguiu implacavelmente Davi no seio da família. Quão triste é quando Deus retira Sua mão de bondade e de restrição ao pecado! Pois foi exatamente isso o que aconteceu. Os homens não sabem que o poder para refrear a maldade incontida no coração pertence somente a Deus. Quando o Senhor retira Sua poderosa mão que refreia o mal, ninguém pode segurar a entrada impetuosa e maligna do pecado. O coração do homem é um verdadeiro tsunami do inferno, deixado solto romperá em destruição, trazendo sofrimento e angústia, especialmente aos mais fracos. É triste quando Deus visita uma família, uma nação ou uma pessoa com Sua Ira, porquanto o mal manifestará com sua fúria e impetuosa paixão.
         Foi exatamente isso o que ocorreu na família de Davi. O cap. 13 de 2 Samuel narra um dos mais trágicos acontecimentos revelados pela bíblia. Presenciamos ali o que acontece quando Deus abre o depósito da maldade do coração humano. Foi isso que ocorreu em Sodoma e Gomorra, quando Deus deixou que o mal corresse solto e assim aquelas duas cidades da planície do mar morto pudessem ser visitadas pelo furor de Deus.
         No palácio o simples desejo sexual de Amnon foi transformado numa infernal concupiscência. O pecado de Davi impossibilitou-o de proteger sua família, especialmente uma moça. A imoralidade tira do homem a autoridade de liderar sua família e cercá-la das maldades tão bem planejadas pela impiedade deste mundo. Qualquer atitude que venha a manchar a consciência paralisa o valente, incapacitando-o de cuidar da esposa e dos filhos. O palácio em Jerusalém estava agora desguarnecido dos ataques de satanás; o inimigo agora saltou pela janela para impulsionar as paixões e fazer com que os mais fracos venham a sofrer. Agora a alegria desaparece daquele recinto, porque o Guarda de Israel tirou Sua bondosa mão. Agora entra malignos conselheiros os quais são convocados para tirar a paz e trazer angústia e dor. O riso agora é de atrevidos e perversos que festejam quando satisfazem seus apetites sexuais desordenados. O palácio agora é lugar de lobos devoradores; habita ali o infame que pela lei merece a penalidade por ter abusado de uma jovem sem qualquer defesa.
         O pecado de Davi era agora seu perseguidor implacável e o rei não passava de um imbecil. Desapareceu do coração a capacidade de julgar as coisas; uma permissividade sem controle, com aparência de bondade entrou para solapar seu reino. Mesmo sabendo o que seu filho havia cometido, estuprando sua própria irmã, Davi nada fez, a não ser ficar irado pelo ato cometido. Aquele hediondo pecado foi odiado e certamente o mal atrai o mal. O castigo deveria vir pelas mãos do rei, mas eis que ele estava incapacitado para isso.
         Prezado amigo, não é isso o que ocorre em nossos dias? Não é verdade que o pecado entrou para destruir toda segurança da família? Não é verdade que por estarem brincando com a maldade, homens perderam o brio e autoridade dentro de suas famílias? Não é verdade que as mulheres ficaram desprotegidas, as moças estão entregues as paixões infames dos homens lá fora?
         Ainda há solução! O homem começa a viver quando, arrependido vai a Cristo! O sangue precioso é suficiente para limpar e purificar uma consciência culpado e erguer homens e mulheres para viverem neste mundo para a glória de Deus!

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