quinta-feira, 15 de abril de 2021

VIVENDO À LUZ DA ESPERANÇA (7)

                        

“E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro” (1 JOÃO 3:3)

O PROCESSO DA PURIFICAÇÃO:        “A si mesmo se purifica...”

        Na página anterior pude mostrar o quanto o farisaísmo entra para interpelar os propósitos santos dos crentes em Cristo no processo da purificação, conforme o que aprendemos em 1 João 3:3. Hoje quero ocupar-me com outro perigo que considero ameaçador a uma vida cristã comprometida em assumir sua responsabilidade diária em ter como escopo o querer ser igual a Cristo. É óbvio que o bom senso nos mostra que é impossível alcançar essa perfeição nesta vida, porque ainda habitamos nesta casa feita de barro, nosso corpo enfraquecido e mortalizado devido a presença do pecado.

        O perigo que aparece agora é chamado de “inativismo”. Realmente existe isso? Claro! O inativismo age ao contrário do farisaísmo no sentido de que este é ativo em sustentar um modo religioso externo de vida, enquanto aquele simplesmente nada faz. Foi por causa dessa fé sem qualquer empenho de vida cristã que Tiago escreveu sua carta. Ele não estava em absolutamente nada atacando a fé mostrada por Paulo em Romanos. Tiago estava apenas mostrando que a mesma fé que faz o homem buscar sua salvação em Cristo é a fé ativa, atuante, forte e que se move no viver, caso contrário a fé é morta e tudo o que é morto que valor tem para Deus? Tiago, inclusive mostra a poderosa fé que os demônios têm, pois creem e tremem.

        O inativismo foi vitalizado, creio eu pelo frágil e barato evangelho que tem sido pregado por muitos anos, o evangelho da fé simples. Os propagadores dessa fé creem que o homem tem nele mesmo o potencial para crer em Cristo para sua salvação, por isso vemos como espalham essa ideia de que basta uma “decisão de fé” e a pessoa é salva. Posso lembrar da experiência de evangelismo contada por um pregador, o qual abordou um homem, mostrou-lhe os passos da salvação, ele fez uma decisão e, segundo ele, o homem foi salvo ali. Definidamente pronto! Minha experiência é que tais decisões normalmente não permanecem, elas aparecem nítidas como fumaça, mas que logo se dissipa.

        Já conheci muitos que se assentaram e descansaram nesse “colchão” confortável, dizendo que são salvos, sem que jamais foram examinados no íntimo. Esse evangelho que considero frágil não tem procedência de um exame claro na bíblia sobre o significado da verdadeira fé. A fé comumente pregada em nossos dias atinge a mente e as emoções e não o coração do indivíduo. Ela é somente objetiva, mas sem qualquer vínculo com o homem interior. Quando a fé é apenas algo da mente e das emoções, ela não terá forças para transitar pela vereda da justiça e pelo caminho da consagração por amor ao Senhor.

        O que o inativismo faz? A explicação é que a pessoa se torna obviamente inativa. Ela não tem ação de agir, enquanto o Deus da bíblia ordena aos crentes que entrem em constante ação e progresso na vida cristã. Muitos são aqueles que creem ter recebido o “ingresso” para entrar no céu e assim se assentaram para “deixar tudo com Deus. Ele está contente, tranquilo porque vai para o céu, mas continua mundano e sem qualquer disposição de luta no viver. Ele está super feliz pela “certeza da sua salvação”, mas fica irritado com a mensagem que tende a por em dúvida tal “certeza”.

        Esse inativismo normalmente se manifesta com a disposição de entregar a Deus. Até parece alguém deita em sua esteira e deixa Deus puxa-la. Entretanto, nossa atividade aparece com firmes ordenanças na palavra de Deus; somos exortados a estar despertados num mundo de escuridão. Somos exortados a tomar a espada para a luta contra os poderes das trevas; somos ordenados a entregar nossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Romanos 12:1), e assim por diante.


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