“E a si mesmo se
purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro” (1 JOÃO
3:3)
O PROCESSO DA
PURIFICAÇÃO: “A si mesmo se
purifica...”
Na página anterior pude mostrar o quanto
o farisaísmo entra para interpelar os propósitos santos dos crentes em Cristo
no processo da purificação, conforme o que aprendemos em 1 João 3:3. Hoje quero
ocupar-me com outro perigo que considero ameaçador a uma vida cristã
comprometida em assumir sua responsabilidade diária em ter como escopo o querer
ser igual a Cristo. É óbvio que o bom senso nos mostra que é impossível
alcançar essa perfeição nesta vida, porque ainda habitamos nesta casa feita de
barro, nosso corpo enfraquecido e mortalizado devido a presença do pecado.
O perigo que aparece agora é chamado de “inativismo”.
Realmente existe isso? Claro! O inativismo age ao contrário do farisaísmo no
sentido de que este é ativo em sustentar um modo religioso externo de vida,
enquanto aquele simplesmente nada faz. Foi por causa dessa fé sem qualquer
empenho de vida cristã que Tiago escreveu sua carta. Ele não estava em
absolutamente nada atacando a fé mostrada por Paulo em Romanos. Tiago estava apenas
mostrando que a mesma fé que faz o homem buscar sua salvação em Cristo é a fé
ativa, atuante, forte e que se move no viver, caso contrário a fé é morta e
tudo o que é morto que valor tem para Deus? Tiago, inclusive mostra a poderosa
fé que os demônios têm, pois creem e tremem.
O inativismo foi vitalizado, creio eu
pelo frágil e barato evangelho que tem sido pregado por muitos anos, o evangelho
da fé simples. Os propagadores dessa fé creem que o homem tem nele mesmo o
potencial para crer em Cristo para sua salvação, por isso vemos como espalham
essa ideia de que basta uma “decisão de fé” e a pessoa é salva. Posso lembrar
da experiência de evangelismo contada por um pregador, o qual abordou um homem,
mostrou-lhe os passos da salvação, ele fez uma decisão e, segundo ele, o homem
foi salvo ali. Definidamente pronto! Minha experiência é que tais decisões
normalmente não permanecem, elas aparecem nítidas como fumaça, mas que logo se
dissipa.
Já conheci muitos que se assentaram e
descansaram nesse “colchão” confortável, dizendo que são salvos, sem que jamais
foram examinados no íntimo. Esse evangelho que considero frágil não tem
procedência de um exame claro na bíblia sobre o significado da verdadeira fé. A
fé comumente pregada em nossos dias atinge a mente e as emoções e não o coração
do indivíduo. Ela é somente objetiva, mas sem qualquer vínculo com o homem
interior. Quando a fé é apenas algo da mente e das emoções, ela não terá forças
para transitar pela vereda da justiça e pelo caminho da consagração por amor ao
Senhor.
O que o inativismo faz? A explicação é
que a pessoa se torna obviamente inativa. Ela não tem ação de agir, enquanto o
Deus da bíblia ordena aos crentes que entrem em constante ação e progresso na
vida cristã. Muitos são aqueles que creem ter recebido o “ingresso” para entrar
no céu e assim se assentaram para “deixar tudo com Deus. Ele está contente,
tranquilo porque vai para o céu, mas continua mundano e sem qualquer disposição
de luta no viver. Ele está super feliz pela “certeza da sua salvação”, mas fica
irritado com a mensagem que tende a por em dúvida tal “certeza”.
Esse inativismo normalmente se manifesta
com a disposição de entregar a Deus. Até parece alguém deita em sua esteira e
deixa Deus puxa-la. Entretanto, nossa atividade aparece com firmes ordenanças
na palavra de Deus; somos exortados a estar despertados num mundo de escuridão.
Somos exortados a tomar a espada para a luta contra os poderes das trevas;
somos ordenados a entregar nossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável
a Deus (Romanos 12:1), e assim por diante.
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