“Sendo assim, todo
homem piedoso te fará súplicas em tempo de poder encontrar -te. Com efeito,
quando transbordarem muitas águas, não o atingirão. Tu és o meu esconderijo; te
me preservas da tribulação e me cercas de alegres cantos de livramento” (Salmo
32:6,7)
OS
TRAÇOS DE UM HOMEM BEM-AVENTURADO
Devo continuar mostrando os traços de um
homem bem-aventurado, ou feliz, para fazer real diferença entre a mentalidade
mundana acerca de felicidade e aquilo que Deus mostra em Sua Palavra. Nota-se
que o homem feliz é alguém que agora possui uma visão correta desta vida. Na
conversão o homem não se torna um anacoreta, alguém que foge do mundo,
refugiando no lugar distante, a fim de fugir das assolações tentadoras de um
mundo perverso. O homem que foi salvo mediante a salvação que há em Cristo teve
sua visão aberta e descobriu que vivia enganado, que era um cego, sem que
realmente soubesse dessa cegueira. Ele percebeu que era manipulado pelo pecado,
guiado pelas mentiras de satanás e hipnotizado por um mundo que aos seus olhos
parecia ser o paraíso desejado.
Vemos no texto que o homem feliz,
conforme Deus o fez feliz é um homem normal agora; é alguém que passou a andar
no caminho reto; passou a viver como um homem deve viver. Ele não foge do
mundo, ele simplesmente anda por um caminho que segue ao contrário daquele que
o mundo segue. Tudo isso porque o salvo se tornou alguém piedoso e já sabemos
que piedade nada mais é do que alguém que no coração passou a ter o temor do
Senhor: “Sendo assim, todo homem piedoso...”. Então sigamos os ensinos que esse
precioso verso nos transmite.
O que aconteceu foi que, de repente o
homem convertido percebeu que seu viver anterior era de um homem louco, pois
não via para onde estava sendo empurrado por terroristas invisíveis. Assim ele
passou a depender de Deus. Ele pensava que andava sozinho e que era livre para
fazer o que bem queria, sem contudo perceber que tinha um inimigo que o guiava
por caminhos tortuosos e que um escravo do pecado, fazendo exatamente tudo
aquilo que lhe era ordenado a fazer. Mas agora não, pois ele passa a andar com
Deus. Notemos bem essa verdade no texto: “Sendo assim, todo homem piedoso te
fará súplicas em tempo de poder encontrar-te...”. Agora sim, ele é livre,
porque a salvação bíblica solta os grilhões e algemas que prendem o homem. Mas
a liberdade dele não o torna alguém independente, pois percebe que é uma ovelha
que tem seu pastor na liderança. Ele percebe que vezes após vezes surgem
perigos inesperados, mas ao invés de confiar em sua própria capacidade, o homem
piedoso corre para Deus: “...em tempo de poder encontrar-te”.
Deparamos com verdades que precisam ser
levadas aos crentes em nossos dias, especialmente por causa desse contagioso
ensino da fantasiosa prosperidade. Muitos são aqueles que acham que vida cristã
deve ser pautada de bênçãos materiais; que as bênçãos do viver são reconhecidas
em forma de recursos financeiros, saúde e divertimentos. Mas isso é uma verdade
em parte. Deus não tira nossa liberdade na salvação; Deus não nos empurra a um
viver de pobreza e miséria na salvação. O Senhor não arrancou a riqueza
ajuntada por Zaqueu. O que ocorre é que o homem piedoso, no temor do Senhor
percebe que há perigos terríveis que envolvem esta vida aqui e que por isso ele
corre em busca do socorro de Deus. Ele agora vê que o mundo jaz no maligno e
que por ser ele um crente ele há de enfrentar provações e perigos na jornada.
Os verdadeiros santos sempre pregaram isso no passado e também transmitiram
esses fatos em hinos belos. Os santos sabem que enfrentarão perigos mil na
jornada e que por isso aprendem a confiar e buscar o Senhor, lutando sempre em
oração, a fim de que não sejam dominados nem contagiados pelos sentimentos de
avareza deste mundo maligno.
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