“Enquanto calei os
meus pecados, envelheceram os meus ossos, pelos meus constantes gemidos todo o
dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou
como sequidão de estio” “Salmo 32:3,4)
AS TRISTES CONSEQUÊNCIAS: “Enquanto
calei os meus pecados envelheceram os meus ossos...”
Devo tratar um pouco mais sobre a ira de
Deus contra o pecado, justamente porque essa sempre foi a manifestação de Deus
na história de Israel, durante o período da lei. O que predominava durante
aquele período de maldição era a lei que jorrava do Monte Sinai a fúria de Deus
contra o pecado. Naquele período Deus manifestava Sua graça para muitos; Sua
face de amor e compaixão é facilmente perceptível, brilhando em meio à
escuridão de uma lei que realmente amaldiçoava. A diferença entre aquele período
com a manifestação da graça em Cristo Jesus é que agora brilha a fascinante
graça de Deus em favor do Seu povo, por isso prevalecem da parte dos apóstolos
as palavras “Graça e paz” em suas saudações.
Mas “graça e paz” não dão a entender que
foi anulada a ira de Deus contra o pecado. A lei de Deus tem sua voz que ecoa
do Monte Sinai, para apontar aos pecadores a salvação que vem do Monte do
Calvário. A face do Senhor está voltada em fulgurante amor pelo Seu povo, mas
Sua ira paira sobre a cabeça dos homens e mulheres que persistem em seus
pecados. Um evangelho que recusa mostra a força do pecado mediante a lei não é
evangelho bíblico. A lei faz as dores do pecado surgirem, para apresentar o
único que traz cura eterna. Spurgeon disse que a lei funciona como agulha que
vai à frente furando o tecido, mas que puxa a linha da graça atrás. Quem há de
querer um Salvador, se jamais viu sua perdição? Quem há de buscar um médico, se
não sente os perigos de alguma enfermidade?
O pecado guardado no íntimo tem um
trabalho incrível de manter as pessoas enganadas. O pecado dá uma sensação de
que tudo é normal e aceitável; o pecado faz o homem pensar que ele tem direitos
de ir contra os princípios de Deus, especialmente naquilo que aos olhos de
todos é aceitável. Foi assim com o Salmista ao silenciar o mal em seu íntimo. O
que aconteceu foi que ele passou a sentir os sintomas do pecado em seu íntimo: “O
meu vigor se tornou em sequidão de estio”. Lá dentro, no íntimo, no lugar
sagrado do homem, onde ninguém vê, senão Deus, ele tentou preservar oculto o
mais poderoso inimigo, por essa razão tudo dentro dele secou. Qual é a lição
prática que o texto nos transmite? Como havia dito anteriormente, a ideia é de
ausência de chuva, ressecamento e consequente falta de fruto.
Acredito que devemos sondar melhor essa
lição que veio a nós com palavras sábias da parte do Espírito Santo. Nosso
Senhor nos mostra onde está o tesouro, só temos que tomar as ferramentas e
buscar tais lições que em graça vieram a nós.
A alma cercada pelo ambiente onde habita o pecado ela fica tomada de
resultados terríveis. O que ocorre na ausência de chuva ocorre também no
íntimo. O pecado dissipa a alegria e o prazer em encher o ambiente de bênçãos,
para trazer miséria e sofrimento. Essa ausência de fruto é normal no viver de
alguém que não é crente; toda alegria dele nasce daquilo que ele espera do lado
de fora, isto é que vem de circunstâncias favoráveis. Não há fruto lá dentro,
pois tudo está seco. Quando chega os momentos decisivos, quando o pecado revela
seu salário – a morte, então tudo por dentro e por fora há enfrentar a
infelicidade que traz o pecado. Os homens mundanos sempre estão semeando vento
e colhendo tempestade e a felicidade adquirida aqui tem “pernas curtas”. A
escuridão e tempestade logo surgirão e mostrarão o horror e miséria em que vive
o homem sem Deus neste mundo.
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