quarta-feira, 14 de abril de 2021

A CAUSA DA INFELICIDADE NO HOMEM (10)


“Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos, pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou como sequidão de estio” “Salmo 32:3,4)

        AS TRISTES CONSEQUÊNCIAS: “Enquanto calei os meus pecados envelheceram os meus ossos...”

        Devo tratar um pouco mais sobre a ira de Deus contra o pecado, justamente porque essa sempre foi a manifestação de Deus na história de Israel, durante o período da lei. O que predominava durante aquele período de maldição era a lei que jorrava do Monte Sinai a fúria de Deus contra o pecado. Naquele período Deus manifestava Sua graça para muitos; Sua face de amor e compaixão é facilmente perceptível, brilhando em meio à escuridão de uma lei que realmente amaldiçoava. A diferença entre aquele período com a manifestação da graça em Cristo Jesus é que agora brilha a fascinante graça de Deus em favor do Seu povo, por isso prevalecem da parte dos apóstolos as palavras “Graça e paz” em suas saudações.

        Mas “graça e paz” não dão a entender que foi anulada a ira de Deus contra o pecado. A lei de Deus tem sua voz que ecoa do Monte Sinai, para apontar aos pecadores a salvação que vem do Monte do Calvário. A face do Senhor está voltada em fulgurante amor pelo Seu povo, mas Sua ira paira sobre a cabeça dos homens e mulheres que persistem em seus pecados. Um evangelho que recusa mostra a força do pecado mediante a lei não é evangelho bíblico. A lei faz as dores do pecado surgirem, para apresentar o único que traz cura eterna. Spurgeon disse que a lei funciona como agulha que vai à frente furando o tecido, mas que puxa a linha da graça atrás. Quem há de querer um Salvador, se jamais viu sua perdição? Quem há de buscar um médico, se não sente os perigos de alguma enfermidade?

        O pecado guardado no íntimo tem um trabalho incrível de manter as pessoas enganadas. O pecado dá uma sensação de que tudo é normal e aceitável; o pecado faz o homem pensar que ele tem direitos de ir contra os princípios de Deus, especialmente naquilo que aos olhos de todos é aceitável. Foi assim com o Salmista ao silenciar o mal em seu íntimo. O que aconteceu foi que ele passou a sentir os sintomas do pecado em seu íntimo: “O meu vigor se tornou em sequidão de estio”. Lá dentro, no íntimo, no lugar sagrado do homem, onde ninguém vê, senão Deus, ele tentou preservar oculto o mais poderoso inimigo, por essa razão tudo dentro dele secou. Qual é a lição prática que o texto nos transmite? Como havia dito anteriormente, a ideia é de ausência de chuva, ressecamento e consequente falta de fruto.

        Acredito que devemos sondar melhor essa lição que veio a nós com palavras sábias da parte do Espírito Santo. Nosso Senhor nos mostra onde está o tesouro, só temos que tomar as ferramentas e buscar tais lições que em graça vieram a nós.  A alma cercada pelo ambiente onde habita o pecado ela fica tomada de resultados terríveis. O que ocorre na ausência de chuva ocorre também no íntimo. O pecado dissipa a alegria e o prazer em encher o ambiente de bênçãos, para trazer miséria e sofrimento. Essa ausência de fruto é normal no viver de alguém que não é crente; toda alegria dele nasce daquilo que ele espera do lado de fora, isto é que vem de circunstâncias favoráveis. Não há fruto lá dentro, pois tudo está seco. Quando chega os momentos decisivos, quando o pecado revela seu salário – a morte, então tudo por dentro e por fora há enfrentar a infelicidade que traz o pecado. Os homens mundanos sempre estão semeando vento e colhendo tempestade e a felicidade adquirida aqui tem “pernas curtas”. A escuridão e tempestade logo surgirão e mostrarão o horror e miséria em que vive o homem sem Deus neste mundo.


Nenhum comentário: