“E
a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela
incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos
os nossos delitos; e tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e
que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente,
encravando-o na cruz; e, despojando os principados e potestades, publicamente
os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz” (Colossenses 2:13-15).
NOSSA
CONDIÇÃO NO PECADO: “E a vós outros que estáveis mortos...”
Paulo vai além, para mostrar nosso
estado de eternos devedores a Deus. Quando Paulo trata do “escrito de dívidas”
ele está relatando nossa condição perante Deus. Nossos pecados revelam que
éramos realmente devedores a Deus; que não seríamos capazes de pagá-las. Em
nossos pecados Deus está mostrando que ato nosso aqui neste mundo, em nossos
pensamentos e modo de viver era contraindo dívidas. No pecado os homens neste
mundo estão roubando a criação de Deus; estão usando o que não é deles; estão
aqui em seus pecados, apoderando da criação e utilizando-a para seus intentos
perniciosos. Quão grande era nossa culpa, de tal maneira que éramos incapazes
de somar essa dívida. Como pagar esse terrível incalculável débito contra Deus?
Sem dúvida merecíamos a punição eterna; sem dúvida a prisão perpétua nos
esperava com seus castigos horríveis.
Mais do que isso, essas dívidas aparecem
superficialmente na lei. Milhares não dão qualquer importância à sua condição
neste mundo, pois pensam que está tudo bem, que algumas ofensas podem ser pagas
mediante seus méritos. Os homens neste mundo consideram que têm méritos perante
Deus, e nada sabem que só têm débitos numa ficha que desce do céu à terra e
numa medida que é mais do que a areia dos mares. Quão enganados vivem os homens
neste mundo! Como pensam erroneamente que estão livres e que um dia serão recebidos
com um “bem-vindo” da parte de Deus! Mas, o que vejo são milhões e milhares
momento após momento sendo xingados pela santa lei como “malditos!”. Enquanto
isso eles não percebem que estão na fila de réus condenados à morte eterna e
que caminham de forma imperceptível para o inferno.
A igreja precisa saber dessa história,
porque ela há de mostrar o quanto o Deus da salvação é bondoso, compassivo e
amoroso. Quando Israel voltou do exílio na Babilônia e por meio de Neemias Deus
restaurou o muro de Jerusalém, a fim de que o povo sentisse as bênçãos de Deus
retornando à nação, eis que um grupo de cantores levitas se ajuntou para louvar
as misericórdias do Senhor (Neemias 9). Nesse ato de louvor o que vemos é uma
história de um povo insanamente rebelde, enquanto Deus é movido por uma
compaixão impressionante, mostrado em bondade, paciência e ternura. Em toda
extensão da sua palavra eis que Deus faz questão de mostrar quem nós éramos, a
fim de que não venhamos a achar motivos em nós para amontoar soberba no
coração.
A nossa história no pecado é uma
história não de amor, mas sim de horror. O cristianismo atua vive alheio à
essas verdades, por essa razão é que há tanta ausência de temor ao Senhor. Em
Israel Deus fez com que seu povo bebesse por setenta anos o amargo fel de cair
nas mãos de nações perversas. Devemos saber que Deus faz isso com sua igreja em
nossos dias, a fim de que saibamos que somente um povo contrito, humilhado e
cheio de temor pode conhecer esse Deus, diante de quem devemos temer e tremer,
como mostra a mensagem de um antigo hino:
Minha condição tão triste
conheceu meu salvador.
Que do céu desceu à terra, para
ser meu redentor!
Nenhum comentário:
Postar um comentário