“Tem, porventura o
Senhor, tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça a
Palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender
é melhor do que a gordura de carneiros” (1
Samuel 15:22).
OS PROPÓSITOS OCULTOS
NO CORAÇÃO DE SAUL
Caro leitor, prossigo em afirmar que
Saul, nos secretos do seu coração já tinha planos bem traçados para estabelecer
seu próprio sistema de governo. Para os homens mundanos o sistema de Deus não
serve; para eles Deus é cruel em seus atos de justiça e na aplicação de Seus
juízos. Deus reina e requer de Seus súditos imediata obediência. O reino dos
homens é um reino de crueldade, porque não há justiça nem juízo nem
misericórdia. Deus permitiu que Roboão caísse nas mãos do rei do Egito, a fim
de que pudesse saber a diferença entre o reino de Deus e o reino dos homens.
Creio que podemos descobrir os
propósitos ocultos no coração de Saul. Digo e afirmo que ele partiu para a
guerra contra os amalequitas carregando consigo seus planos bem elaborados.
Saul sabia na mente quem era o Deus de Israel, mas não O temia no coração.
Sendo um ímpio Saul jamais faria exatamente o que Deus exigiu da parte dele. O
propósito era a destruição completa dos amalequitas, era o extermínio de toda
aquela perversa nação. Efetuar aquilo era um ato de obediência a Deus e é na
obediência sincera e humilde que Deus é adorado pelos homens.
Também, foi dado o motivo
escriturístico, conforme havia sido decretado pelo Senhor em Deuteronômio
25:17-19. Aquele povo estava debaixo do furor da ira de Deus e havia chegado a
ocasião para Seu juízo. Deus não pediu opinião de Saul, nem deu espaço para
qualquer oração, como ocorreu quando informou a Moisés que iria destruir Israel
(Êxodo 32). Naquela ocasião a ordem veio do céu, nem mesmo Samuel foi convocado
a orar e interceder pelo povo inimigo. Saul foi bem informado daquilo que
deveria fazer e não desviar em nada daquilo que Deus lhe ordenara.
Para o rei deveria ser motivo de bênção
poder realizar esse ato de justiça. Os homens em seus sistemas ignoram que o
Deus de amor também ordena a aplicação de seus atos punitivos. Onde não há
qualquer sinal de juízo, também não há lugar para a aplicação do verdadeiro
amor. Até parecia que Finéias foi cruel quando agiu com zelo pela causa de Deus
no meio do povo de Israel (Números 25), mas foi necessário que ele agisse
daquela maneira e sua atitude foi honrada por Deus. Foi isso o que Paulo disse
para a igreja de Corinto, a fim de que tirasse do meio deles aquele homem que
havia cometido um tão grave pecado (1 Coríntios 5). Isso é o que significa
verdadeira adoração.
Também, Saul foi enviado como um
vencedor na batalha. Quando homens saem em obediência a Deus, eles são
considerados triunfantes. Nossa vitória vem quando obedecemos. Muitos acreditam
que nossa vitória aparece nos números, quando temos conquistado e que estão
conosco na igreja. Mas quanto engano! Micaías ficou sozinho nos dias de Acabe,
quando tomou o lado de ser fiel a Deus (1 Reis 22). Deus requer dos Seus servos
plena e total obediência a Ele e é essa obediência que os faz vencedores.
Quando entramos na batalha pela causa santa com humilde disposição para agradar
ao Senhor, eis que somos contados como verdadeiros heróis da fé. Sem a presença
de Deus Saul seria derrotado, porquanto a batalha contra os amalequitas era
batalha de Deus e não dos homens. Saul e seus soldados eram apenas instrumentos
nas mãos daquele que é Senhor dos exércitos. Qualquer conquista sem a presença
de Deus é transformada em derrota; qualquer benção sem a aprovação de Deus é
considerada maldição. Saul voltou alegre e confiante daquela sangrenta batalha
nos campos dos amalequitas, mas não demoraria muito para que ele mesmo sentisse
o amargo sabor de não ter feito exatamente aquilo que Deus o havia ordenado.
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