sexta-feira, 19 de junho de 2015

O PERIGO DE UMA ADORAÇÃO FALSA (5)




“Tem, porventura o Senhor, tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça a Palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender é melhor do que a gordura de carneiros”  (1 Samuel 15:22).
OS PROPÓSITOS OCULTOS NO CORAÇÃO DE SAUL
        Caro leitor, prossigo em afirmar que Saul, nos secretos do seu coração já tinha planos bem traçados para estabelecer seu próprio sistema de governo. Para os homens mundanos o sistema de Deus não serve; para eles Deus é cruel em seus atos de justiça e na aplicação de Seus juízos. Deus reina e requer de Seus súditos imediata obediência. O reino dos homens é um reino de crueldade, porque não há justiça nem juízo nem misericórdia. Deus permitiu que Roboão caísse nas mãos do rei do Egito, a fim de que pudesse saber a diferença entre o reino de Deus e o reino dos homens.
        Creio que podemos descobrir os propósitos ocultos no coração de Saul. Digo e afirmo que ele partiu para a guerra contra os amalequitas carregando consigo seus planos bem elaborados. Saul sabia na mente quem era o Deus de Israel, mas não O temia no coração. Sendo um ímpio Saul jamais faria exatamente o que Deus exigiu da parte dele. O propósito era a destruição completa dos amalequitas, era o extermínio de toda aquela perversa nação. Efetuar aquilo era um ato de obediência a Deus e é na obediência sincera e humilde que Deus é adorado pelos homens.
        Também, foi dado o motivo escriturístico, conforme havia sido decretado pelo Senhor em Deuteronômio 25:17-19. Aquele povo estava debaixo do furor da ira de Deus e havia chegado a ocasião para Seu juízo. Deus não pediu opinião de Saul, nem deu espaço para qualquer oração, como ocorreu quando informou a Moisés que iria destruir Israel (Êxodo 32). Naquela ocasião a ordem veio do céu, nem mesmo Samuel foi convocado a orar e interceder pelo povo inimigo. Saul foi bem informado daquilo que deveria fazer e não desviar em nada daquilo que Deus lhe ordenara.
        Para o rei deveria ser motivo de bênção poder realizar esse ato de justiça. Os homens em seus sistemas ignoram que o Deus de amor também ordena a aplicação de seus atos punitivos. Onde não há qualquer sinal de juízo, também não há lugar para a aplicação do verdadeiro amor. Até parecia que Finéias foi cruel quando agiu com zelo pela causa de Deus no meio do povo de Israel (Números 25), mas foi necessário que ele agisse daquela maneira e sua atitude foi honrada por Deus. Foi isso o que Paulo disse para a igreja de Corinto, a fim de que tirasse do meio deles aquele homem que havia cometido um tão grave pecado (1 Coríntios 5). Isso é o que significa verdadeira adoração.
        Também, Saul foi enviado como um vencedor na batalha. Quando homens saem em obediência a Deus, eles são considerados triunfantes. Nossa vitória vem quando obedecemos. Muitos acreditam que nossa vitória aparece nos números, quando temos conquistado e que estão conosco na igreja. Mas quanto engano! Micaías ficou sozinho nos dias de Acabe, quando tomou o lado de ser fiel a Deus (1 Reis 22). Deus requer dos Seus servos plena e total obediência a Ele e é essa obediência que os faz vencedores. Quando entramos na batalha pela causa santa com humilde disposição para agradar ao Senhor, eis que somos contados como verdadeiros heróis da fé. Sem a presença de Deus Saul seria derrotado, porquanto a batalha contra os amalequitas era batalha de Deus e não dos homens. Saul e seus soldados eram apenas instrumentos nas mãos daquele que é Senhor dos exércitos. Qualquer conquista sem a presença de Deus é transformada em derrota; qualquer benção sem a aprovação de Deus é considerada maldição. Saul voltou alegre e confiante daquela sangrenta batalha nos campos dos amalequitas, mas não demoraria muito para que ele mesmo sentisse o amargo sabor de não ter feito exatamente aquilo que Deus o havia ordenado.

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