terça-feira, 2 de junho de 2015

ADORAÇÃO OU PROFANAÇÃO? (5)




“O Senhor disse: Visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu, continuarei a fazer obra maravilhosa no meio deste povo; sim, obra maravilhosa e um portento; de maneira que a sabedoria dos seus sábios perecerá, e a prudência dos seus prudentes se esconderá. Ai dos que escondem profundamente o seu propósito do Senhor, e as suas próprias obras fazem às escuras, e dizem: Quem nos conhece? Que perversidade a vossa! Como se o oleiro fosse igual ao barro, e a obra dissesse do seu artífice: Ele não me fez; e a coisa feita dissesse do seu oleiro: Ele nada sabe”. ISAÍAS 29:13-16
APARÊNCIA DE ADORAÇÃO: “Pois que este povo se aproxima...”
        Caro leitor, que perigo para homens e mulheres quando se envolvem com a falsa adoração! Levar perante Deus o fogo estranho da carne é de fato uma atitude de rebelião, desafiando a Deus e à Sua Palavra. Em nada difere da atitude de Caim, o qual sabendo que Deus exigia oferta de sangue, mesmo assim foi provocar a Deus com um sacrifício banal, derivado de sua própria carnalidade. Caro leitor, examinemos bem esse trecho de Isaías, porquanto homens e mulheres precisam temer e tremer perante o Deus da verdade, porquanto Ele não aceitará qualquer oferta de adoração carnal e mundana, pois não passa de abominação e culto aos ídolos.
        Caro leitor, quando a adoração é destituída da verdade, eis que não tem como base a glória da cruz. Abel ofereceu sacrifício de sangue, porque sua fé apontava o Cordeiro que um dia seria enviado ao mundo. Os genuínos crentes tem a cruz como a base da adoração; sua fé está fincada ali, ele sente sua indignidade e lembra como foi comprado com o sangue do Filho de Deus. Quando almas concentram-se na cruz, eis que o mundo e a carne simplesmente são afastados e a glória de Deus é vista e assim o Senhor é adorado como Ele realmente quer e é digno. A cruz de Cristo exige do adorador profunda meditação e humilhação de sua parte; exige compenetração na verdade revelada nas Escrituras, porque para o mundo tudo isso é loucura. Quando a adoração é baseada na história da redenção, eis que tudo o que vem pela frente traz as brilhantes cores da santidade e das verdades eternais.
        Mas quando isso não ocorre, eis que a adoração toma um rumo diferente, ao invés de subir, tudo desce. Os sons da falsa adoração são ouvidos aqui e não no céu; o barulho da profanação travestida tem um poder irresistível de atrair o mundo inteiro, pois religiosamente falando o mundo se alimenta disso. Nada há de estrutura debaixo de uma falsa adoração; nada há que leve a pensar, a meditar e fazer a alma concentrar-se em profundas verdades. Ela tende a trazer mais nuvens e escuridade; tende a fechar os olhos e tornar o homem ainda mais cego e estulto e mantém a alma hipnotizada pela força das emoções e do devaneio. Ah! Nem tenho palavras adequadas para mostrar o perigoso da falsa adoração em todas as suas manifestações. Elias ficou quieto e tranquilo em seu lugar, examinando os adoradores de Baal a dançar, saltitar, pular e chamar a atenção de todos para o que eles imaginavam ser adoração ao seu deus (1 Reis 18).
        O que está acontecendo em nossos dias? A situação não é a mesma? Tudo hoje tem como base uma religião firmada naquilo que é apenas ilusão. Ora, o mundo gosta disso e satanás se sobressai bem disfarçado, dando toda cobertura para os supostos adoradores. Eles acreditam que estão cortejando a Deus, que podem atrair os céus e causar profunda admiração ao Senhor em face de “tanta fé” e “tanto amor” por Ele; “amor” que nem os santos de Deus do passado experimentaram. Ora, os verdadeiros crentes sinceramente desconhecem tal “adoração”, porque procuram se esconder tanto em Cristo; neste mundo procuram buscar refúgio diariamente Naquele que os socorrem nas tribulações e angústias.

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