“O Senhor disse: Visto que este povo se aproxima de mim e
com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de
mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que
maquinalmente aprendeu, continuarei a fazer obra maravilhosa no meio deste
povo; sim, obra maravilhosa e um portento; de maneira que a sabedoria dos seus
sábios perecerá, e a prudência dos seus prudentes se esconderá. Ai dos que
escondem profundamente o seu propósito do Senhor, e as suas próprias obras
fazem às escuras, e dizem: Quem nos conhece? Que perversidade a vossa! Como se
o oleiro fosse igual ao barro, e a obra dissesse do seu artífice: Ele não me
fez; e a coisa feita dissesse do seu oleiro: Ele nada sabe”. ISAÍAS 29:13-16
A REALIDADE DO CORAÇÃO “...mas o seu coração está
longe...”
Caro leitor,
jamais devemos esquecer que a verdadeira adoração é humilhante, desprezível
para o ego e nega qualquer interesse próprio tendo em vista a glória, o louvor
e a exaltação unicamente a Deus. A adoração verdadeira exige disciplina,
concentração na verdade e submissão àquilo que está escrito. Nunca, jamais o
Senhor se afastará da Sua Palavra e nem aceitará padrões humanos de adoração.
Mesmo que o adorador não tenha muito conhecimento bíblico, mesmo assim quando é
de coração ele estará alinhado à verdade. A adoração verdadeira exige
pensamentos santos e verdadeiro discernimento.
Agora chegou
o momento de descobrir aquilo que realmente está no coração, porquanto sabemos
bem que Deus não aceita meras aparências de piedade, o Senhor vê o homem no
coração (1 Samuel 16:7). Nós somos inclinados a olhar o homem por fora, por
isso somos muitas vezes iludidos. Olhamos o rosto, a roupa, as palavras e os
sentimentos, enquanto nada disso tem qualquer efeito perante aquele que requer
a verdade no íntimo (Salmo 51:6). Sendo assim importa que não somente
examinemos a adoração moderna à luz das Escrituras, como também examinemos
nossa própria adoração. Não é o tipo de música, nem o fervor externo que devem
comandar a adoração, mas sim corações que invocam o Senhor em verdade (Salmo
145:18).
Quando não
vem de corações cheios de temor ao Senhor, eis que a adoração não passa de ser
profanação. Tal atitude está presente apenas física e emocionalmente. Não está
ali o homem inteiro, o homem redimido que oferece a Deus algo que vem de um ser
transformado e consagrado a Ele. Isso indica que a pessoa jamais conheceu o
Senhor, tendo-O apenas na mente e jamais conheceu a forma como Ele opera no
coração, segundo o faz pela graça. Não há sabedoria em tal adoração, porque não
há a vital presença daquilo que constitui o princípio da sabedoria – o temor do
Senhor (Jó 28:28). Quão perigosa é essa forma de aproximar-se de Deus! Davi
escondeu seu pecado e durante todo esse período tentou manter seu estilo de
vida religioso, até que foi descoberto e assim foi restaurado à comunhão com
seu Deus (Salmo 51).
Caro leitor,
sem o temor ao Senhor, eis que Ele será encarado como os homens encaram seus
ídolos. Muitos não têm qualquer imagem em suas casas, em seus quartos e salas,
mas têm no coração, assim como tinha o povo de Israel nos dias de Jeremias
(Jeremias 17:1). Por fora ninguém vê seus ídolos, porque eles estão bem ocultos,
mas Deus os vê. Por essa razão a adoração é corrompida, é cheia de profanação,
e o Senhor a rejeita veementemente. O Senhor requer primeiro o coração; requer
humilhação, contrição, arrependimento, obediência à Sua Palavra. Os soldados de
Israel nada poderiam fazer enquanto não fossem todos eles circuncidados (Josué
5); a empolgação de Davi quando trouxe a arca para Jerusalém nada tinha de
valor e trouxe castigo de Deus, enquanto não reconhecesse que a Arca da Aliança
deveria ser conduzida pelos sacerdotes e não num carro de boi, mesmo que fosse o
melhor modelo (2 Samuel 6).
Caro amigo,
que tipo de adoração você oferece? É adoração ou profanação?
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