“Tem, porventura o
Senhor, tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça a
Palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender
é melhor do que a gordura de carneiros” (1
Samuel 15:22).
OS PROPÓSITOS
DEFINIDOS DE DEUS EM RELAÇÃO A SAUL:
Caro leitor, consideremos bem o que Deus
exigia de Saul, para que entendamos os atos de justiça do Senhor. Certamente
Saul precisava saber que o reino não era dele, mas sim de Deus. Quando os
homens são postos em lugares de destaque e de autoridade, normalmente eles
tendem a esquecer de Deus e que está subordinado ao reino celestial. Faz parte
da natureza maligna e enganosa do pecado agir assim e querer usurpar a glória
que pertence somente a Deus. Até mesmo homens santos tiveram momentos que
tombaram no orgulho e na autoexaltação. Foi assim com o piedoso Ezequias que
após grandes vitórias foi deixado sozinho e elevou seu coração (2 Crônicas
32:26). Todos os santos normalmente precisam de momentos de profundas
dificuldades, a fim de que seus corações sejam mantidos humildes perante Deus.
Mas não foi assim com Saul porque não
era um crente, não tinha o temor do Senhor no coração. Sua posição de rei foi
segundo o coração do povo e não de Deus. Por essa razão Saul sempre procurou a
agir por si mesmo e fazer o que bem queria. Para a natureza carnal a honra de
Deus e a glória Dele são coisas inadmissíveis, porque quer tudo para si. Foi
assim com Saul e aquela oportunidade de vencer os amalequitas seria a porta
aberta para seu sucesso em Israel. Por essa razão o rei sabia bem o que faria
para que todos soubessem dessa suprema vitória. Reinar em Israel não era
posição para insanos e débeis, pois o Deus de Israel exigia que a nação
seguisse os padrões da Sua lei; era necessário que os reis reinassem com
justiça, com juízo, alem de exercer misericórdia.
As nações vizinhas deveriam saber que o
Deus de Israel era o Deus vivo e que fazia nítida diferença entre os deuses que
as nações tanto amavam e buscavam. Israel seria no mundo uma nação que se
destacasse pelos atos de justiça e seus cultos deveriam ser manifestações de
adoração séria e cheia de temor. Isso não era brincadeira; qualquer afastamento
de Deus e da Sua lei era motivo de juízo e as punições divinas vinham sobre
Israel de forma tal que as nações vizinhas soubessem que aquilo era ato de Deus contra Seu povo.
Saul foi colocado para servir a Deus e
ao povo de Deus, e não a si mesmo. Enveredar-se por outro caminho era confronto
direto contra Deus. No reino de Deus não há lugar para sentimentalismos e
autojustiça. No reino de Deus, somente e tão somente a misericórdia Dele para
livrar rebeldes. Mexer com a lei de Deus é desafiar o trono do Altíssimo. Se Saul
não obedecesse a Deus, não haveria lugar para desculpas, não teria mediadores
para lhe ajudar; não havia lugar para subornos, porque o Rei de Israel era o Senhor
da glória que habitava entre os querubins. O sistema religioso deste mundo quer
fazer o que quer; os evangélicos modernos querem suplantar a Palavra de Deus,
assim como Saul fez. Quanto engano! O Deus de hoje é o mesmo Deus dos dias de
Saul, é o Deus imutável, que leva à
sério a Sua Palavra.
Para Saul não havia decisão democrática,
não havia lugar para sua opinião, porque o Rei dos reis havia ordenado que ele
fosse e destruísse todos os amalequitas, não era para ninguém deles sobreviver,
nem mesmo os animais. A honra de Saul estava em obedecer integralmente, cem por
cento a Deus, caso contrário não passaria de demonstrar ser um homem perigoso e
idólatra. Deus quer completa obediência, caso contrário a adoração a Ele é
falsa.
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