“Jesus lhe respondeu:
Em verdade te digo que hoje tu estarás comigo no Paraíso” (Lucas 23:43)
APRESENTOU-SE NA
FORÇA DA REDENÇÃO: “...hoje estarás comigo...”
Em graça superabundante nosso Senhor
revelou que nada pode alterar os planos feitos na eternidade. Foi quando houve
a reunião do conselho de Deus que o Pai aprouve escolher um povo para Si, o
Filho se dispôs a morrer por esse povo e o Espírito Santo se apresentou para a
obra de vivificá-las (1 Pedro 1:2). Ora, quem pode alterar os planos concebidos
na eternidade? Por essa razão a salvação é intitulada de “uma tão grande
salvação” (Hebreus 2:6). Para Deus cada um dos pecadores por quem Cristo morreu
é valioso. Não importa onde nasceu, sua cultura, condição social, todos vieram
da igualdade do pecado e se tornam iguais em Cristo. Cristo pôs Seus olhos de
intensa compaixão e amor eterno naquele moço; ali estava um dos milhares dos
eleitos, chamado pela irresistível graça para morar no Paraíso. Como
abandoná-lo? Como não encarar sua confissão? Como não ouvir com ardor seu
intenso apelo?
Posso afirmar que a obra salvadora jamais
falhou na face deste planeta, em toda história da raça humana. A mão operante
de Deus está agindo, mesmo num ambiente de infidelidade dos homens, mesmo
quando tudo parece dizer que não há possibilidade. Foi quando Elias cedeu para
desânimo e tristeza ao sentir-se sozinho; quando parecia que suas lamúrias eram
convincentes, eis que o Senhor mostrou ao Seu servo que o trabalho era Dele e
não de um mero profeta: “Reservei para mim sete mil que não se curvaram para
baal”. A voz dos homens falha, mas a voz do Senhor não. Não houve instrumento
humano ali na cruz; não houve a voz de um Pedro, João ou outro mensageiro.
Sozinho na cruz o Senhor alcançou Seu escolhido e o levou consigo ao Paraíso. “Graça
real, sem fim, mostra Jesus por mim!”.
Amigo leitor, entendamos bem que o
Senhor desceu do céu para estar com Seu povo aqui, a fim de leva-lo para estar
com Ele na glória. Ele veio da glória para conhecer nossa miséria, a fim de nos
arrancar da miséria, para estar com Ele na glória. Ele veio para conhecer a
profundidade da nossa condição onde o pecado nos colocou, a fim de nos elevar
ao lugar onde a graça aprouve nos colocar. Assim, como poderia o Salvador
olvidar um clamor como aquele que saiu dos lábios de um pecador arrependido? O
sangue do Senhor veio para purificar o imundo e todos nós sabemos o quanto
todos os eleitos se tornaram imundos no pecado. Então, ali na cruz todas as
provisões da graça para a salvação daquele moço apareceram nas palavras do
Senhor, assim como um bom alimento traz consigo as provisões para o bem do
corpo. A quantia de sangue é a mesma, tanto para purificar um Saulo de Tarso,
como para purificar um ladrão. A agua purificadora que vem dessa fonte jamais
há de secar.
Bendita a alma que é mirada pelos olhos
compassivos do Senhor! Bendito o pecador cujos ouvidos são abertos para ouvir
as palavras de chamada ao arrependimento! Por que o Senhor não voltou Seus
afetos eternais para o outro ladrão? Tem a mesma resposta porque a luz que
feriu Saulo não feriu também os seus companheiros. A graça salvadora não opera
segundo as normas humanas, porque é Deus
lidando com compaixão: “Terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia...”.
Somos nós capazes de ordenar que Deus faça o que Ele jamais planejou fazer? Para
alguns o Salvador estende Sua voz que chama, Ele faz com que do túmulo essas
almas saiam para a vida eterna, enquanto para outros Ele simplesmente os deixa
entregue aos seus pecados, seus propósitos e intentos enganosos até que a morte
eterna venha e os puxa para as mandíbulas do inferno, assim como um crocodilo
puxa uma presa para a morte. Estamos lidando com amor eterno e nem todos foram
nem serão vocacionados para essa habitação de um amor que dura para sempre. Tem
o amor eterno, mas também tem a ira eterna e ambos são santos e gloriosos.
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