“Daniel resolveu não se contaminar com as finas iguarias do rei, nem
como vinho que ele bebia; por isso, pediu ao chefe dos eunucos que lhe
permitisse não se contaminar. E Deus concedeu a Daniel misericórdia e
compreensão da parte do chefe dos eunucos” (Daniel 1:6 e 7)
A DENÚNCIA DA FÉ. Cap. 5
Todo
propósito de Deus no capítulo 5 era humilhar o rei Belsazar, porque este
desafiou Deus em Sua santidade. Para determinados elementos não haverá um
caminho aberto de arrependimento e livramento. Foi o que ocorreu com Herodes
(Atos 12), pois não houve lugar para chamada ao arrependimento, o juízo veio
imediatamente. Foi assim com o ímpio e perverso Belsazar, pois vendo o que
ocorrera com seu pai, ainda assim ousou desafiar o Deus de Daniel e do povo
judeu. A interpretação das palavras escritas na caiadura da parede não era para
resultar num ambiente de arrependimento, mas sim de endurecimento mortal. Nota-se
que mesmo na clara e sensata interpretação de Daniel, o rei continuou com sua
hostilidade; seus ouvidos não foram apurados para entender a verdade do juízo
que já beirava o palácio. Ao querer premiar Daniel ele simplesmente queria
pagar e afastar Daniel e assim continuar.
Não
pensemos que os sinais de juízo trazem conversão aos homens. Eles podem tremer
no momento, mas logo tudo isso passa e as águas de um viver ímpio continuarão
descendo. Quando os registros divinos não entram no coração, Deus há de
escrever de forma diferente. O mesmo Deus que abre a porta é o Deus que fecha. O
mesmo Deus compassivo é o Deus que trancafia o homem dentro da masmorra de um
coração perverso. Deus sabe o que faz com homens assim e Ele pode até mesmo deixa-los
viver por muito tempo, assim como fez com Jezabel e Acabe, mas a vida aqui será
fortalece-los ainda mais na maldade. O Senhor sabe como usar suas cordas de
juízo, a fim de arrastar um coração endurecido até sua sepultura. O que
aconteceu com Belsazar foi que os registros sagrados, escritos na parede do
palácio não ficaram registrados no coração. As palavras interpretativas e punitivas
do profeta não sensibilizaram o rei nem os seus súditos.
Os homens
no mundo são assim, caso estejam já marcados para o juízo eterno. Se eles
recuperam de uma enfermidade, logo eles se erguem como se a vitória partisse
deles mesmos e estão prontos a retornar à vida que sempre amaram. Se escaparam
de um acidente ou mesmo sobraram para contar o que aconteceu, nada disso eles
veem como sendo a mão de um Deus que está agindo em todos os acontecimentos na
face da terra. Os sinais e maravilhas não são pregações para salvação; os
trabalhos de Noé na construção da arca fizeram o mundo de então mais susceptível
ao juízo. Os pregos usados ali não penetraram nos corações. Deus reservou a
pregação do arrependimento aos chamados por Ele para tal serviço e é a loucura
da cruz que chamará a atenção dos perdidos que serão salvos.
No caso
do rei Belsazer, a interpretação o fez reconhecer seus pecados. Muitos já
ouviram tantas mensagens, mas elas não lhes fazem cócegas, porque Deus há de
escrever de forma diferente. Belsazar viu o homem Daniel, escutou a mensagem
ouvindo com os ouvidos físicos e não os ouvidos da alma. Ele foi abalado pela
mão que escrevia a mensagem na parede, mas não foi abalado por ter pecado
contra Deus. Que situação alarmante. A morte já estava chegando e o insensato
rei receberia o golpe da espada inimiga. Deus ordenou que o exército dos Medos
e Persas entrasse e tomasse o reino babilônico. Belsazar foi pesado na balança
e achado em falta e agora seu reino foi tomado e entregue aos inimigos que
buscavam sua morte.
Foi assim
e é assim que Deus fez e há de fazer. A fé está no mundo para advertir aos homens.
Deus tem sua mensagem por meio dos Seus servos fieis para denunciar a
incredulidade e chamar os pecadores ao arrependimento.
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