“Quem pode dizer: Purifiquei meu
coração; limpo estou do meu pecado?” (Provérbios
20:9)
A PERGUNTA DEVERIA CAUSAR UM
IMPACTO DE DESAFIO AO PECADOR.
Tenho feito essa pergunta a muitas
pessoas e percebo que elas não têm resposta. Qual a razão? Não há como obter um
coração purificado do pecado neste mundo; todos nós estamos conscientes de
nossa miséria e da escravidão do pecado. Todos nós estamos conscientes da
poderosa morte que nos cerca e que a qualquer momento seremos arrebatados deste
mundo para entrarmos no lugar eterno. Nossas consciências nos acusam de sermos
culpados perante Deus. E mesmo que dissermos que temos nossos corações
purificados; que com nossos meios conseguimos realizar esse inaudito ato, ainda
assim estamos conscientes de que a todo instante somos massacrados pelo pecado.
Isso significa que precisaremos desse meio de purificação todos os dias, até
nossa morte.
Outro detalhe é que não sabemos o
momento de nossa partida deste mundo; não sabemos se será hoje ou amanhã que
iremos deixar esta vida para enfrentarmos o juízo e o Juiz. Pode bem ser que
agora eu me sinta purificado, mas o que será daqui a um dia, ou um mês? Não é
verdade que pecamos no uso de nossos lábios? Não é verdade que nossos caminhos
tortuosos mostram o quanto nossos pés estão sujos e nossas mãos contaminadas?
Não é verdade que minha mente e emoções se divertem com pecados ocultos que
tanto amamos? Assim, a pergunta de Provérbios deve causar um grande
despertamento em nossas vidas. Como somos frágeis aqui! Ora, a Bíblia mostra
nossa origem, que vimos de um pai que pecou e que estávamos nele no Éden
naquela cruel decisão. Provamos isso em nosso modo de viver. O que recebemos de
nossos pais? Poder para salvar a nós mesmos? Claro que não! Recebemos uma
natureza que nos habilita a servir a Deus, caminhar para o céu e trilhar o
caminho de santidade? Claro que não!
Recebemos a inteira disposição para
pecar e depois ser sacado pela morte. Além disso, o que faremos aqui? Deixamos
um legado de bênçãos? Claro que não! Deixamos filhos nascidos segundo nossa
imagem pecaminosa. O que parece ser motivo de festa para nós é causa de
tristeza no céu e motivo de expectativa para o inferno. A purificação dos
nossos pecados é o único meio para que sejamos livres da escravidão aqui e da
condenação do inferno. Se eu posso me purificar e livrar a mim mesmo da
penalidade eterna, significa que tenho comigo o meio que todos os homens
potencialmente possuem, porque não sou diferente deles. Se eu estiver me
sentindo seguro nisso, significa que sou eu mesmo meu próprio advogado e que
tenho poder de julgar a mim mesmo, para trazer o livramento. Noutras palavras,
estou declarando que tenho comigo o poder de perdoar, justificar e libertar a
mim mesmo. Estou afirmando que eu mesmo estou livre do inferno e que eu mesmo
abri as portas do céu para meu acesso lá.
Além disso, nessa vã confiança estou
dizendo que não preciso de Deus; que Ele me elogia e declara que achei o meio
de salvação por meu próprio braço. Digo mais que estarei afirmando que toda
obra feita pelo Filho de Deus ali na cruz foi vã; que eu não precisei Desse
Salvador. Estarei afirmando que “meu próprio braço me trouxe a salvação”. Assim
sendo, no íntimo estarei rasgando as Escrituras e xingarei a Deus de mentiroso,
porque as afirmações Dele a meu respeito não passam de mentiras. Também, do
mesmo modo que eu mesmo consegui a salvação poderei também viver como eu bem
quiser.
No íntimo é isso o que ocorre no coração
do soberbo. Milhares andam assim e se orgulham desse estilo de vida. Mas, quão
perigosa é essa jornada! Acorde meu amigo, porque ciladas mortais estão
preparadas ao longo do caminho de sua vida, caso não arrependa e converta a
Cristo!
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