“Eis o soberbo, sua
alma não é reta nele, mas o meu justo viverá por sua fé” (Habacuque 2:4)
QUALIFICANDO A FÉ:
“...o justo viverá da fé”.
Somente o justo poderá exercer a fé, ela
demonstra que a pessoa tem vida: “viverá”. Enquanto a pessoa não for salva, ela
poderá dar impressão que tem vida por
fora, mas não há nada no coração que demonstre que um dia creu no Senhor, que
foi salvo para sempre e que agora, de fato demonstra que anda pela fé. Um Saulo
convertido há de encarar a vida cristã com poder e dar seu testemunho perante
toda liderança religiosa que estava atônita em Jerusalém. Um Zaqueu há de
erguer-se, na disposição de andar com justiça, reparando todo caminho tortuoso
pelo qual andava anteriormente. Uma Raabe há de negar a companhia com seu povo,
a fim de unir ao Deus de Israel e Seu povo.
Isso significa que os traços de alguém
que não tem vida é que há soberba no íntimo: “Eis o soberbo, sua alma não é
reta nele...”. Não estou tratando de um orgulho normal que normalmente
transparece em nosso viver e contra o qual o crente deve lutar sempre. O
soberbo tratado em Habacuque refere-se àquele que vive sem Deus no mundo. Não
há a vida celestial nele, por isso o soberbo é visto negando a Deus no viver,
no lar e em qualquer lugar. Não há nele culto a Deus; não há nele disposição de
ter a liderança de Cristo no viver. Ele pode falar de Deus, mas esse deus é uma
divindade criada no coração e buscada por ele para alcançar seus objetivos
terrenos. Essa fé é tipo “ouro de tolo”; é vista e admirada pelo mundo, todos a
saúdam com respeito e admiração, mas o fato é que nada tem de valor para Deus. A
fé verdadeira é o brilho da glória salvadora e santificadora no coração de um
salvo; é a paz de Deus desfrutada no íntimo; é a satisfação de andar com Deus,
ser sustentado por Ele, ser amado por Ele, orientado por ele e recebido no céu
por Ele.
Também, a vida dessa radiante fé mostra
coragem e determinação. É admirável ver o crente disposto a não negar ao
Senhor, tomando decisão pela verdade e pronto para batalhar contra as mentiras
religiosas que pululam neste mundo. É maravilhoso ver o quanto a fé está pronta
a ficar sozinha, porque para o crente é melhor andar sozinho com Deus, do que
ter a simpatia da multidão que prefere a mentira. Também, a fé trilha o caminho
da justiça. Não é a fé que hoje luta pela honestidade, mas amanhã dará as mãos
aos ladrões e corrompidos. A fé que derrete ante o calor da perseguição não tem
a aprovação divina; a fé que hoje mostra coragem para andar com Deus e depender
dele em oração, mas que amanhã está pronto a negar ao Senhor, tal fé é
rejeitada, recebendo de Deus a nota zero.
A fé do justo mira o céu. Brilha no
peito daquele que crê a viva esperança da glória; ele saúda as promessas da
glória eterna com aleluias e glórias; ele trata os bens daqui como tesouros
findáveis e indignos de receber qualquer confiança. O que crê sabe que à medida
que caminha rumo ao céu, os tesouros terrenos vão ficando para trás. Ele sabe
da família que terá na eternidade; sabe da sua casa que Cristo foi prepara e
sabe que é pela justiça do Senhor que entrará lá. Também, o que crê reconhece
como o mundo passa com suas paixões, por isso, mesmo aquilo que é tão belo e
maravilhoso aqui deve ser desprezado enquanto avança. A fé amadurece à medida
que chega mais perto do lar. Seu corpo aqui é valorizado para que Deus seja
glorificado em todos os aspectos do seu viver terreno, mas ele espera a vida
sem dor, tristeza, lágrimas, saudades, vergonha e solidão.
O justo viverá da fé, por isso espera o
corpo perfeito, de glória, semelhante ao corpo do Senhor pós-ressurreição. E
assim avança o justo com sinais claros de que a vida que há no Filho habita em
seu ser para sempre.
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