“E entre eles, também todos nós andávamos no passado,
segundo as inclinações da nossa carne e dos pensamentos; e éramos por natureza
filhos da ira, como também os demais” (Efésios 2:3)
Como filhos da
desobediência, o Espírito de Deus está nos mostrando nossa procedência, de que
nós viemos da queda. Minha esperança é que essa verdade venha nos proporcionar
humilhação. Mas a declaração mostra também o que somos por natureza. Nós não
nascemos como filhos de Deus; o pecado arrancou até mesmo as características da
imagem de Deus e implantou em nós a imagem de nosso pai. Por essa razão é que,
nas genealogias apresentadas nas Escrituras é repetida a expressão “filho de”.
Se dissermos que os homens são filhos de Deus, realmente estaremos atribuindo
natureza perversa e coração corrompido como vindos de Deus. A natureza de um
filhote de víbora é a mesma recebida do seu papai e da sua mãe. A natureza de
um porco é a mesmíssima que recebeu, por essa razão vai agir como um suíno e
não como ovelha.
O
que significa isso? É exatamente o que Paulo diz em na passagem de Efésios 2: “E
éramos por natureza filhos da ira...”. Essa verdade evoca imediatamente a
doutrina do novo nascimento. Quantos pensam erradamente, que por serem
participantes de uma igreja, por terem sido batizados, ou mesmo porque os pais
são crentes ou por terem tido uma experiência religiosa na vida já são
pertencentes a Deus e acreditam que vão para o céu. Eu posso assegurar que
Nicodemos e Saulo de Tarso eram, religiosamente falando melhor do que muitos
religiosos. Mas não eram salvos. O que a verdade bíblica vem nos transmitir? “Necessário
vos é nascer de novo” (João 3:7).
Além disso, nossa natureza rebelde, caída,
dissoluta e corrompida vai mostrar quem ela é diante das investidas da carne e
dos convites sedutores deste mundo. A principal prova da natureza maligna
decaída do homem é a falta de temor no coração e isso não há pastor, igreja,
costumes religiosos, etc. que pode implantar no coração. Mais cedo ou mais
tarde o homem há de mostrar o que ele em sua natureza. Já lidei com pessoas que
pareciam excelentes crentes, eram atuantes e trabalhadores, mas quando chegou a
ocasião própria revelaram que não passavam de almas iludidas, pois foram
atraídas pelo mundo e seu poder de sedução, foram para lá sem que houvesse
qualquer sinal de arrependimento e retorno, o que acontece com um sincero
crente quando se desvia.
É porque o homem tem essa natureza
recebida de seus pais, é que ele é chamado de “filho da desobediência”. Sendo
sua natureza assim é de se esperar que ele será sistematicamente um desobediente
a Deus. Ele poderá ser obediente à sua igreja, costumes e até mesmo bem
disciplinado e obediente aos pais e ao país. Mas nada disso significa que é
obediente a Deus. Mesmo que seja cheio de conhecimento teológico, bem equipado
na palavra de Deus, se a natureza rebelde contra Deus não for mudada, há de
continuar o mesmo. Deus não lida com os homens na base de diploma recebido pelo
conhecimento bíblico, mas sim pelo novo nascimento.
Lembremos bem que o Senhor conhece os
que Lhe pertencem; lembremos bem que Deus fala, chama, conduz e guia Seus
filhos. Lembremos sempre que a Palavra de Deus é o livro daqueles que têm
ouvidos para ouvir. Quanto àqueles que permanecem rebeldes contra Jesus, nada
querendo da salvação, tais pessoas ouvirão naquele dia: “Nunca vos conheci”. Que
fato tremendo! Ninguém nasce crente em Cristo; ninguém nasce salvo. Todos nós
nascemos nessa condição tão vil onde o pecado nos colocou. Mas é pela graça que
o Senhor opera maravilhas no meio dos homens. Como pode Ele salvar homens como
eu? Ele simplesmente o faz, e todo aquele que se arrepende para crê em Jesus
como Senhor e Salvador é porque recebeu o chamado para ser filho da obediência
(João1:12).
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