terça-feira, 2 de abril de 2019

FILHOS DA DESOBEDIÊNCIA (4)


                                       
“E entre eles, também todos nós andávamos no passado, segundo as inclinações da nossa carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais” (Efésios 2:3)
    Como filhos da desobediência, o Espírito de Deus está nos mostrando nossa procedência, de que nós viemos da queda. Minha esperança é que essa verdade venha nos proporcionar humilhação. Mas a declaração mostra também o que somos por natureza. Nós não nascemos como filhos de Deus; o pecado arrancou até mesmo as características da imagem de Deus e implantou em nós a imagem de nosso pai. Por essa razão é que, nas genealogias apresentadas nas Escrituras é repetida a expressão “filho de”. Se dissermos que os homens são filhos de Deus, realmente estaremos atribuindo natureza perversa e coração corrompido como vindos de Deus. A natureza de um filhote de víbora é a mesma recebida do seu papai e da sua mãe. A natureza de um porco é a mesmíssima que recebeu, por essa razão vai agir como um suíno e não como ovelha.
                O que significa isso? É exatamente o que Paulo diz em na passagem de Efésios 2: “E éramos por natureza filhos da ira...”. Essa verdade evoca imediatamente a doutrina do novo nascimento. Quantos pensam erradamente, que por serem participantes de uma igreja, por terem sido batizados, ou mesmo porque os pais são crentes ou por terem tido uma experiência religiosa na vida já são pertencentes a Deus e acreditam que vão para o céu. Eu posso assegurar que Nicodemos e Saulo de Tarso eram, religiosamente falando melhor do que muitos religiosos. Mas não eram salvos. O que a verdade bíblica vem nos transmitir? “Necessário vos é nascer de novo” (João 3:7).
        Além disso, nossa natureza rebelde, caída, dissoluta e corrompida vai mostrar quem ela é diante das investidas da carne e dos convites sedutores deste mundo. A principal prova da natureza maligna decaída do homem é a falta de temor no coração e isso não há pastor, igreja, costumes religiosos, etc. que pode implantar no coração. Mais cedo ou mais tarde o homem há de mostrar o que ele em sua natureza. Já lidei com pessoas que pareciam excelentes crentes, eram atuantes e trabalhadores, mas quando chegou a ocasião própria revelaram que não passavam de almas iludidas, pois foram atraídas pelo mundo e seu poder de sedução, foram para lá sem que houvesse qualquer sinal de arrependimento e retorno, o que acontece com um sincero crente quando se desvia.
        É porque o homem tem essa natureza recebida de seus pais, é que ele é chamado de “filho da desobediência”. Sendo sua natureza assim é de se esperar que ele será sistematicamente um desobediente a Deus. Ele poderá ser obediente à sua igreja, costumes e até mesmo bem disciplinado e obediente aos pais e ao país. Mas nada disso significa que é obediente a Deus. Mesmo que seja cheio de conhecimento teológico, bem equipado na palavra de Deus, se a natureza rebelde contra Deus não for mudada, há de continuar o mesmo. Deus não lida com os homens na base de diploma recebido pelo conhecimento bíblico, mas sim pelo novo nascimento.
        Lembremos bem que o Senhor conhece os que Lhe pertencem; lembremos bem que Deus fala, chama, conduz e guia Seus filhos. Lembremos sempre que a Palavra de Deus é o livro daqueles que têm ouvidos para ouvir. Quanto àqueles que permanecem rebeldes contra Jesus, nada querendo da salvação, tais pessoas ouvirão naquele dia: “Nunca vos conheci”. Que fato tremendo! Ninguém nasce crente em Cristo; ninguém nasce salvo. Todos nós nascemos nessa condição tão vil onde o pecado nos colocou. Mas é pela graça que o Senhor opera maravilhas no meio dos homens. Como pode Ele salvar homens como eu? Ele simplesmente o faz, e todo aquele que se arrepende para crê em Jesus como Senhor e Salvador é porque recebeu o chamado para ser filho da obediência (João1:12).

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