“E entre eles, também todos nós andávamos no passado,
segundo as inclinações da nossa carne e dos pensamentos; e éramos por natureza
filhos da ira, como também os demais” (Efésios 2:3)
QUANDO O HOMEM SE TORNA FILHO DA OBEDIENCIA.
Como
filhos da desobediência os homens provam a veracidade da depravação e da
condição de incapacidade de salvar-se a si mesmo. Como filhos da desobediência
os homens são vistos nessa condição, devido sua natureza e não porque praticou
determinados atos feios e desastrosos no viver. Enquanto olhamos as coisas
segundo as aparências, eis que o Senhor nos mostra do ponto de vista Dele.
Precisamos aprender à luz da lógica também. Jamais diríamos que um filhote de
cascavel não é perigosa, só porque parece inofensivo. Não diríamos que um porco
tem natureza de ovelha, só porque nunca foi para a lama.
Por mais que um homem seja bonzinho,
aparentemente religioso e de bons costumes, não significa que tem a natureza
divina nele. Meus três filhos têm a mesma natureza minha, porque foram gerados
por mim; parecem comigo e com a mãe deles. A mesma verdade, de modo perfeito é
aplicada aos filhos de Deus, fazendo diferença com os filhos da desobediência.
Deus nunca há de tratar os não nascidos de novo como Seus filhos, porque eles
não têm a natureza divina. Tiago afirma essa verdade em sua carta: “Segundo a
Sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade...” (Tiago 1:18). Percebemos
o quanto a palavra de Deus nos ensina com coerência esse fato. Segundo a
opinião de muitos os homens são filhos de Deus porque eles quiseram ser filhos
Dele. Mas a verdade é que entra a vontade soberana de Deus: “...segundo a Sua
vontade...”.
Notemos bem que é Deus quem gera
Seus filhos e não nossa disposição para isso. É essa a doutrina do novo
nascimento e isso nada tem a ver com nascimento natural. Pedro afirma em sua
segunda carta que fomos resgatados da nossa vã maneira de viver na qual fomos
gerados pelos nossos pais (1 Pedro 1:18, e no verso 23 que fomos regenerados
pela palavra de Deus, semente viva e permanente. Assim entendemos que há real
diferença entre os “filhos da desobediência” e os “filhos da obediência”. Toda
luta do diabo neste mundo é fazer com que todos os homens se sintam como fossem
filhos de Deus. Por essa razão a mensagem do evangelho deve ser pregada e a
função da palavra é agir como semente. Eu posso pregar, lançar a verdade aos
corações, mas não posso vivificar a palavra. Quando eu era pequeno costumava
pegar semente de feijão ou de milho e plantava, e após alguns dias queria ver o
que tinha acontecido. Às vezes não brotava, mas a inquietude infantil me levava
a escavar e perceber como estava a semente.
Paulo fala acerca dos crentes que
eles, tendo ouvido a verdade e crido foram salvos (Efésios 1:13). Estou
enfatizando isso, a fim de que saibamos que se não houver esse processo de
milagre da vivificação na vida de alguém, certamente ele não é filho da
obediência. Sua condição é a mesma desde seu nascimento. Acontece muitos com
pais crentes, os quais acreditam que seus filhos, sendo filhos de crentes e
levados desde cedo para a igreja, automaticamente são crentes. Mas isso não
passa de engano. Eu mesmo tive a experiência de ser levado para os cultos numa
igreja batista, mas não era um crente.
Participava dos cultos, mas meu coração não estava na adoração a Deus. Passei a
ser um crente quando me converti de todo coração, passando a amar a palavra de
Deus.
A ordem de Deus a todos os homens
permanece inalterável: “Arrependei-vos e convertei-vos, para que sejam
cancelados os vossos pecados...” (Atos 3:19). Assim acontece o que o Senhor
afirma: “Necessário vos é nascer de novo” (João 3:7).
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