“E entre eles, também todos nós andávamos no passado,
segundo as inclinações da nossa carne e dos pensamentos; e éramos por natureza
filhos da ira, como também os demais” (Efésios 2:3)
FILHOS DA DESOBEDIÊNCIA. PROVADO NOS ATOS “espírito que
atua...”
Não há como descobrir os filhos da
desobediência, senão mediante a Palavra de um Deus que revela o coração. Não há
um lugar mais secreto do que o coração do homem. Ali reina o pecado com todas
as suas manobras de mentiras e dolo, de tal maneira que nem mesmo o homem é
iludido pelas artimanhas do seu próprio coração. Aliás, essa é a função da
palavra, quando ela é difundida em forma de pregação. Quando Paulo pregou em
Atenas (cidade grega), o apóstolo não deixou por menos e atacou a idolatria
daquele povo, mostrando que a ignorância deles não os inocentava, livrando-os
do juízo vindouro. Era necessário da parte deles arrependimento (Atos 17:29 e
30).
Também, facilmente podemos perceber o
quanto os filhos da desobediência têm seus corpos consagrados à serviço do
pecado. Façamos a diferença entre os filhos da obediência e os filhos da
desobediência. Notemos como Deus dá certas ordens aos crentes, porque eles não
somente eles podem fazer, como também querem fazer. Ordens, como lançar fora a
ira, ofensas, palavras torpes, vingança e outras atividades semelhantes.
Percebemos que para o crente lançar fora de suas vidas essas coisas, eles
obedecem e luta contra esses trapos da vida antiga. Mas é impossível que um
filho da desobediência consiga livrar-se dessas manobras do pecado.
Se pudéssemos olhar para os judeus nos
dias de Cristo, teríamos uma opinião diferente da do Senhor. Aquele povo era religioso,
sofrido e buscava uma condição social melhor para a nação. Mas nosso Senhor os
chamou de “filhos do diabo” (João 8:44) e disse claramente que eles eram
assassinos. Nosso Senhor afirma no texto que eles não passavam de pobres
escravos do pecado. Outrora a nação serviu como escravos de Faraó no Egito, mas
agora o Senhor está mostrando a eles que a escravidão do pecado é imensamente
pior e encoberta. Suas bocas estavam prontas para dizer blasfêmias; seus pés
eram, de fato velozes para assassinar o Senhor e o Seus servos, como tentaram
sempre fazer; em seus corações eles amavam qualquer mentira religiosa que
chegasse para favorecer-lhes (João 8:45).
Assim vemos o quanto os filhos da desobediência
estão em plena disposição para servir a iniquidade. Não há como consagrar-se
para Deus e ao mesmo tempo estar consagrado ao pecado. Mesmo que não vemos uma
escravidão a um vício ou outras atividades feias do pecado, a escravidão,
entretanto é a mesma. Em Sodoma e Gomorra nem toda população fazia o que
praticavam os sodomitas ali, mas todos trabalhavam unanimemente para o bem de
todos; todos concordavam com o mal, porque o ambiente social era sustentado com
o trabalho de todos. É lógico que a mulher de Ló não praticava o que aqueles
homens perversos faziam, mas ela amava aquele lugar; seu coração estava lá e de
fato morreu em seus pecados, juntamente com a população querida dela.
Se a alma não foi invadida pela gloriosa
salvação que há no Filho de Deus, então é certo que a pessoa viverá aqui à
serviço consagrado ao pecado. Sua boca, seus pés, mãos, mente, olhos, emoções,
enfim todo ser, tudo será dedicado exclusivamente ao pecado. No pecado não há
como servir a Deus, mesmo numa igreja, empunhando uma bíblia ou noutras
atividades religiosas. O pecado não se afasta do homem, a não ser quando pela
ordem do Salvador é retirado em seu domínio para sempre. Sob esse tirano
domínio todo o ser do homem está fixado nesse ambiente de engano, mentira e de
perigos imperceptíveis, até que Cristo chegue para reinar ali.
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