segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

UMA NARRATIVA DA SALVAÇÃO (2)

“Laços de morte me cercaram, e angústias do inferno se apoderaram de mim; caí em tribulação e tristeza. Então, invoquei o nome do Senhor: ó Senhor, livra-me a alma” Salmo 116:3 e 4)
HISTÓRIA INIGUALÁVEL: “Laços de morte me cercaram...”.
        Não há dúvida que quando estamos tratando da salvação de pecadores, eis que a linguagem é espiritual e completamente distante da mentalidade dos mundanos. Digo isso porque o evangelho bíblico é oposto ao evangelho moderno que é completamente social. Cristo não veio melhorar os homens, tirá-los das condições ruins deste mundo, a fim de dar-lhes uma condição de vida melhor aqui. Claro que isso acontece, mas a verdade é que Cristo Jesus veio ao mundo para libertar os cativos do diabo, da condenação do inferno, a fim de torna-los herdeiros do reino de Deus, da glória eterna. Quando vemos isso acontecendo em nosso meio, eis que os lábios dos homens salvos passam a mostrar em palavras o temor que eles têm ao Senhor que lhes salvou.
        Notamos essa verdade na experiência do salmista, quando ele dá o testemunho do que lhe ocorrera: “Laços de morte me cercaram, e angústias do inferno se apoderaram de mim...”. Essas palavras mostram com clareza o quanto a salvação bíblica é uma experiência completamente distante daquilo que tanto esperam os mundanos, os quais vivem à busca de emoções e um viver melhor aqui. Na experiência do salmista nada houve com aquilo que é carnal e sensual. Então, vemos que aquilo que passa com uma alma que se converte a Deus é algo estranho para o mundo. Por essa razão, contar essas coisas para os mundanos é tempo gasto atoa. Quando Paulo contou sua experiência de conversão para os religiosos em Jerusalém (Atos 22), a reação deles foi de um intenso ódio e não de uma compreensão da verdade operada por Deus na vida de um homem. O mesmo podemos entender acerca da experiência salvadora do ladrão na cruz, porque mesmo explicando ao seu colega o quanto eles eram culpados e Jesus inocente, eles não entenderam aquela confissão de fé que levou aquele homem à salvação e seu acesso ao Paraíso (Lucas 23).
        Voltando ao texto, vemos que na experiência do salmista foram retirados aquilo que os homens entendem de perigos aqui. O mundo está cheio de tremendos perigos e até mesmo homens mundanos podem reconhecer tais perigos, como pecados feios, as armadilhas do mundo e as táticas do diabo. Mas na experiência da salvação, eis que a pessoa fica envolvida com os perigos que posso denominar aqui de perigos terminais. Notemos bem que o salmista foi tomado pelo poder da morte e do inferno; realmente ele chegou onde os homens aqui desconhecem. Ele percebeu algo que jamais havia notado antes; ele percebeu o quanto a mão forte de Deus o levou a conhecer o real merecimento do pecador, o que significa o trabalho da morte e enlaçar as almas, a fim de atirá-las no inferno.
        Foi uma experiência dramática, mas por baixo dele estava a mão misericordiosa do Senhor. O alvo era sua salvação, era arrancá-lo da condenação merecida. Milhares são amarrados pela morte e logo são arremessados às mandíbulas do diabo; milhares são pegos desprevenidos e nada alcançam da misericórdia de Deus; milhares passeiam neste mundo, achando que nada irá acontecer, quando de repente escorregam para o abismo, sem que haja qualquer socorro. Milhares ficam endurecidos no coração e deparam com o poder da morte. Mas com o salmista o que aconteceu foi que ele chegou perto do abismo, presenciou as portentosas mãos do inferno querendo lhe arrastar para lá. Mas que momento incrível! Ele abriu sua boca e pode invocar o nome do Senhor para ser salvo. Bem perto dele estava aquele que um dia enfrentou o terror da morte e do inferno e os venceu para sempre, a fim de livrar pecadores da punição eterna. Quem nele crê, quem invocar seu nome para ser salvo escapa imediatamente de tudo quanto é infernal.

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