“Andarão dois juntos
se não houver entre eles acordo?” Amós 3:3
UM ACORDO DE ANDAR
COM CRISTO
O homem que quer andar com Cristo deve
meditar e avaliar bem o custo de seguir o Senhor, porque também haverá de
sofrer o ódio do mundo. Nosso Senhor bem afirmou que não veio trazer paz, mas
sim espada. E todos os verdadeiros crentes experimentam esse fato no viver;
eles sentem o ódio e perseguição do mundo dentro de sua própria casa. É claro
que muitas vezes Deus leva uma família inteira à conversão, como ocorreu com
toda casa de Cornélio (Atos 11) e com o carcereiro (Atos 16), mas isso não é
regra. O mundo há de odiar o crente, porque agora ele pertence a Cristo e
passou a ser um cidadão do céu. O mundo percebe logo e sente um odor estranho e
uma atitude diferente da parte do convertido.
Além de tudo, o que segue a Cristo terá
que levar sua cruz. Não é fácil ser um crente neste mundo, porque será motivo
de zombaria e desdém de todos. O crente logo percebe que há um peso em seguir
ao Senhor; que sua carne constitui um tremendo obstáculo e que ele deverá lutar
para vencer aquilo que tanto lhe atirou aos prazeres outrora. O mundo e a carne
vêm para pressionar o peso da jornada por um caminho que além de ser estreito
sobe rumo ao céu. O próprio fato de seguir a Cristo já é um custo altíssimo,
pois o mundo não vai lhe aceitar com os padrões de justiça e santidade, mesmo
que o crente seja alguém diferente, bondoso, cheio de amor e gracioso no trato.
O mundo não tolera aquilo que vem do céu; o mundo é afeiçoado àquilo que o
próprio mundo faz.
Outro detalhe, para seguir a Cristo a
pessoa terá que aceitar os padrões do reino de Deus. O sistema deste mundo está
erigido com os recursos da fama, da soberba, da força, da vaidade e ambição.
Satanás subiu ao monte da sua própria ambição de querer ser igual a Deus
(Isaías 14) e então passa a chamar os homens, a fim de que todos cheguem lá, a
fim de que achem a felicidade e o prazer. O mundo é exatamente isso em todos
seus programas e metas. Mas quem quer seguir a Cristo verá que é diametralmente
diferente o sistema e espírito do reino de Deus. Nosso Senhor é o modelo de
humildade e ele deixou a glória para nos servir, enquanto nós deixamos o pecado
para entender que o verdadeiro significado da vida está em prestar serviço uns
aos outros neste mundo.
Creio que devemos atinar-nos para isso,
pois o cap. 13 de João nos mostra essa verdade de um modo particularmente
prático. Nosso Senhor mostrou o quanto ele, sendo o Filho de Deus veio ao mundo
para nos servir. Por essa razão, nós seus servos devemos imitá-lo, procurando servir
uns aos outros. Ele mesmo afirmou que quem quiser ser grande terá que ser servo
no reino de Deus. Na vida cristã não há lugar para os orgulhosos; não há lugar
para aqueles que querem ser “estrelas”, vistos por todos; não há lugar para os
que buscam posição e honras. Certamente não é algo fácil para aqueles que ainda
carregam uma natureza adâmica e que lutam contra as paixões da carne dia a dia.
Mas o amor, disciplinador e santificador do Senhor vem nos conduzir nessa santa
vereda de utilidade e serviço na edificação do povo de Deus.
Estamos vivenciando dias de um
cristianismo diferente, que se baseia mais em emoções do que na verdade. Por
essa razão a fé mostrada vem do homem mesmo e não de Deus. Vemos homens e
mulheres andando não como servos, mas sim como senhores e senhoras cujo deus é
o pai da mentira e não o humilde Senhor que deixou o céu e veio à terra para
nos servir e nos fazer trilhar esse santo e bendito caminho. Fomos chamados
para mostrar que o pecado estragou tudo; que o pecado encheu tudo de podridão e
que o cristianismo traz a lume a justiça, a retidão, a santidade, a segurança e
o verdadeiro sentido de amor bíblico.
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