quinta-feira, 2 de outubro de 2014

O PECADO DA INCREDULIDADE (1)



Spurgeon
         Aquele capitão respondera ao homem de Deus: Ainda que o Senhor fizesse janelas no céu, poderia suceder isso, segundo essa palavra? Dissera o profeta: Eis que tu o verás com os teus olhos, porém disso não comerás” (2 Reis 7:19)
         Um homem sábio pode livrar uma cidade inteira; uma pessoa sábia poder trazer segurança para milhares de outras. Os santos são “o sal da terra”, o meio de preservação dos ímpios. Sem os crentes como conservantes, a raça humana seria totalmente destruída.
         Na cidade de Samaria havia um homem justo: Eliseu, servo do Senhor. Na corte do rei já não havia mais apreço pelas coisas de Deus. O rei era um pecador da pior espécie, sua iniquidade era evidente e infame. Jeorão andava nos passos do seu pai Acabe e fez deuses falsos para si. O povo de Samaria caíra como seu monarca: tinham-se desviado de Jeová, esquecido o Deus de Israel. Não lembravam mais da senha de Jacó: “O Senhor nosso Deus, é o único Senhor”. Em idolatria flagrante eles se inclinavam diante dos ídolos dos pagãos. Por isso o Senhor dos Exércitos permitiu que seus inimigos os oprimissem até que a maldição do monte Ebal (Deuteronômio 27) se cumpriu nas ruas de Samaria: “A mais mimosa das mulheres e a mais delicada do teu meio, que de mimo e delicadeza não tentaria por a planta do pé sobre a terra”, olharia com má intenção para seus próprios filhos e devoraria seus descendentes por causa da fome atroz. Nesta situação extremamente terrível o único homem santo foi o meio de salvação. Um único grão de sal preservou uma cidade inteira, o único guerreiro de Deus libertou toda a multidão sitiada. Por amor de Eliseu o Senhor prometeu que no dia seguinte haveria comida, que já não havia mais por preço nenhum, para ser comprada pelo preço mais baixo possível, às próprias portas de Samaria. Podemos imaginar o júbilo da multidão quando o vidente pronunciou sua predição. Eles sabiam que ele era um profeta do Senhor. Ele tinha credenciais divinas, todas as suas profecias tinham-se cumprido. Eles sabiam que ele era um homem enviado por Deus, que trazia a mensagem de Jeová. Certamente os olhos do monarca brilharam de prazer e a multidão faminta saltou de alegria com a perspectiva da libertação breve da fome. “Amanhã”, eles devem ter gritado, “amanhã nossa fome terá acabado, e faremos festa a mais não poder!”.
         Entretanto, o ajudante sobre o qual o rei se apoiava expressou sua descrença. Não nos é dito se alguém do povo, dos plebeus, disse algo assim, mas alguém da elite sim. É estranho que Deus raramente escolhe pessoas importantes deste mundo. Lugares altos e a fé em Cristo raras vezes combinam. Este homem disse: “Impossível!” e, com um insulto para o profeta, acrescentou: “Ainda que o Senhor fizesse janelas no céu, poderia suceder isso?”. Seu pecado consistiu em, depois de ver evidências repetidas do ministério de Eliseu, ainda não crer nas afirmações que o profeta fazia em nome de Deus. Com certeza ele tinha vista a derrota esplêndida de Moabe; tinha ficado perplexo com as notícias da ressurreição do filho da Sunamita; sabia que Eliseu tinha revelado os segredos de Ben-Hadade e  tornado cegas suas hordas de assaltantes; ele vira o exército da Síria ser preso no centro de Samaria, e provavelmente sabia a história da viúva que encheu todas as vasilhas com azeite e libertou seus filhos. (continua)

Nenhum comentário: