sexta-feira, 3 de outubro de 2014

MILAGRE DA GRAÇA NO HOMEM (24)



Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor requer de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benevolência, e andes humildemente com o teu Deus?” (Miquéias 6:8).
         O HOMEM EM RELAÇÃO AO SEU PRÓXIMO - AMOROSO:          “...que ames misericórdia...”
         Prezado leitor, a misericórdia de Deus passa a comandar o homem convertido, justamente por causa da salvação que lhe alcançou. Um entendimento claro da soberana salvação não somente humilha o homem, conduzindo-o ao temor de Deus, como também lhe abre os olhos para ver a realidade desta vida à luz da misericórdia de Deus. Perante a salvação bíblica toda vaidade é desmanchada; toda vanglória é atirada ao pó e a triste condição da raça é vista. A misericórdia de Deus retira o homem do seu alto posto de arrogância e o desce ao pó, à posição correta onde o homem deve estar a fim de dar a Deus o lugar de honra e glória e poder amar o seu próximo como deve.
         Foi preciso 40 anos vivendo no meio dos midianitas para que toda pirâmide do orgulho egípcio fosse desmanchada na vida de Moisés. Quando conheceu o grande EU SOU, o Deus de seus pais pode então estar preparado para liderar um povo escravo, simples e frágil. As misericórdias de Deus fez Moisés lançar ao pó e desprezar todo luxo e conforto mundano, a fim de servir ao simples povo de Deus e aguardar o galardão eterno (Hebreus 11:26).
         Consideremos a vida de Davi. Foi preciso uma grande queda para que sua vida fosse elevada nas asas da misericórdia. O Salmo 51 brotou dos lábios de alguém que entendeu às duras penas o que significa ser verme digno da punição eterna perante Deus. Ei-lo entrando em prantos à presença do Senhor para chorar, clamar e suplicar-Lhe misericórdia! Foi no pó, no desespero que Davi pode entender que o reino não era dele, mas de Deus; que seus direitos não tinham lugar em seu viver; que fora posto para servir ao povo de Deus, não para ser servido em suas paixões. Agora, com uma visão diferente podia olhar para seus semelhantes, por isso pediu: “Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário. Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e pecadores se converterão a ti” (Salmo 51:12,13).
         A visão da glória de Cristo transtornou completamente Isaías. A pureza e santidade do Senhor revelaram sua infâmia e dignidade do inferno: “Ai de mim, estou perdido...” (Isaías 6:5). Foi nesse ambiente carregado da compaixão de Deus que aquele moço pode contemplar a situação do seu povo: “...habito no meio de um povo de impuros lábios...”, a fim de ter um ministério eficaz como profeta de Deus. Deus coloca Seus vasos de misericórdia, a fim de agir com misericórdia no meio daqueles que neste mundo vivem escravizados no pecado.
         Num ambiente de compaixão não há lugar para vanglória, interesses mundanos e carnais nem torpes ganâncias. Samuel trabalhou com fidelidade e coração puro no meio do povo de Israel e quando estava entregando seu ministério para a liderança de Saul, todo povo pode testemunhar do testemunho santo, sincero e honesto daquele homem de Deus no meio deles: “Eis-me aqui! testificai contra mim perante o Senhor, e perante o seu ungido. De quem tomei o boi? Ou de quem tomei o jumento? ou a quem defraudei? Ou a quem tenho oprimido? Ou da mão de quem tenho recebido peita para encobrir com ela os meus olhos? E eu vo-lo restituirei. Responderam eles: Em nada nos defraudaste, nem nos oprimiste, nem tomaste coisa alguma da mão de ninguém” (1 Samuel 12:3,4).
         Não podemos esquecer de Neemias, um homem de um coração carregado de compaixão pelo Seu povo sofrido. Em nada aproveitou da situação a fim de tirar proveitos para si. Pelo contrário, sua liderança era movida pela nobreza espiritual, por isso podia ser dinâmico, exigente e corajoso em face de tantos perigos dentro e fora. Seus alvos eram a construção do muro, o retorno do culto a Deus e o bem-estar do seu sofrido povo. Aquele coração tão carregado de misericórdia esperava a recompensa apenas da parte de Deus, por isso sempre repetia essa súplica: “...Lembra-te de mim, meu Deus, para o meu bem” (Neemias 13:31).
         Você, caro leitor conhece a realidade da misericórdia em seu próprio viver? Um dia foi lavado e purificado dos seus pecados e iniquidades? Agora pode olhar para este mundo com um coração compassivo e disposto a sofrer pelo bem estar eterno dos pecadores?


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