Sermão de
Jonathan Edwards
“Mas temos confiança e desejamos, antes, deixar
este corpo, para habitar com o Senhor.” (2Coríntios 5:8)
V. A alma do cristão é recebida
numa comunhão gloriosa com Cristo na sua bem-aventurança.
Os
santos no céu têm comunhão com Cristo na sua glória e bem-aventurança no céu
nos seguintes aspectos:
1. Os santos no céu participam
com Ele das delícias inefáveis que Ele tem no céu no prazer do seu Pai.
Quando
Cristo ascendeu ao céu, Ele foi recebido a uma bem-aventurança peculiar no
prazer do Pai que, na paixão, se escondeu da face de Jesus; este prazer
tornou-se relação na qual Ele estava com o Pai; e era uma recompensa
satisfatória pelo grande e difícil serviço que Ele executara na terra. Então Deus
mostrou-Lhe o caminho da vida, e trouxe-O à sua presença, onde há abundância de
alegrias, para se assentar à sua mão direita, onde há prazeres eternamente,
como está escrito acerca de Cristo (veja Salmo 16:11). Então o Pai fê-Lo o mais
abençoado para sempre; Ele fê-Lo muitíssimo contente com o seu semblante. Os
santos pela união com Cristo participam da relação filial Dele com o Pai e são
herdeiros com Ele da felicidade no prazer do Pai, como parece estar insinuado
pelo apóstolo e pelo salmista: “Eles se fartarão da gordura da tua casa, e os
farás beber da corrente das tuas delícias; porque em ti está o manancial da
vida; na tua luz veremos a luz” (SI 36:8,9). Os santos terão prazer
participando com Cristo no seu prazer e verão luz na sua luz. Eles participarão
com Cristo do mesmo rio de prazer, beberão da água da vida e do mesmo vinho
novo no Reino do Pai. Esse vinho novo é especialmente aquela alegria e
felicidade que Cristo e os verdadeiros discípulos participarão juntos na
glória; que é a compra do sangue de Cristo ou a recompensa da sua obediência
até a morte. Cristo, na sua ascensão ao céu, recebeu prazeres perpétuos à mão
direita do Pai no prazer do amor do Pai como recompensa da sua obediência até a
morte. Mas a mesma retidão é considerada tanto para a Cabeça quanto para os
membros: e ambos terão comunhão na mesma recompensa, cada um de acordo com sua
capacidade distinta.
Os
santos, no céu, participaram com Cristo do seu prazer com o Pai. Este fato
manifesta a excelência transcendente da felicidade deles e a realidade deles
serem admitidos a um privilégio imensamente mais elevado em glória do que os
anjos.
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