“Porque
o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em
Cristo Jesus, nosso Senhor” Romanos 6:23.
A
GRAÇA NA LEI (continuação):
Prezado leitor, estou plenamente
convicto que o conhecimento adequado da graça soberana traz o devido temor aos
corações santificados, e mostra o caminho do arrependimento aos pecadores. Em
meio às tenebrosas maldições da lei de Deus brilha a luz da graça de Deus, como
uma lâmpada acesa na escuridão. Na lei vemos que quando Deus se afastava, dando
as costas ao Seu povo era sinal de juízo. Se houvesse humilhação, a face do
Senhor voltava ao Seu povo para derramar a abundância de Sua graça. Caso
houvesse endurecimento, certamente eles sentiriam os terrores provenientes da lei.
Consideremos agora a forma como no
juízo de Deus o sinal era de completo endurecimento. Tomemos a vida do rei
Jeorão, conforme a narrativa do cap. 21 do segundo livro de Crônicas. Ele
ocupou o trono no lugar de seu pai, o rei Josafá que foi um humilde e piedoso
rei em Jerusalém. Jeorão, porém, era completamente diferente do seu pai, pois
era visivelmente um homem ímpio, cruel, ciumento e criminoso. Não demorou muito
para que ele revelasse o que era no coração quando matou todos os seus irmãos
com receio que seu reino ficasse sob a ameaça deles. Seu reinado durou apenas
oito anos, porquanto logo recebeu uma carta cheia de ameaças proveniente do
profeta Elias. Na carta constava que seu reino seria destruído e que ele mesmo
sofreria uma enfermidade morte, (um tipo de câncer no intestino), até que
morresse em tremenda agonia.
Amigo leitor, preste atenção e
considere o que acontecia quando Deus retirava sua graça de alguém.
Imediatamente após as ameaças da carta enviada pelo profeta ao rei Jeorão a
graça foi retirada e o endurecimento veio aquele rei. Uma vez que a compaixão
de Deus não estava presente, não houve lugar de arrependimento para Jeorão.
Três coisas aconteceram na vida daquele perverso rei após a leitura da carta:
1. Deus concedeu tempo ao rei. É exatamente
isso o que ocorre quando Deus retira sua bondade. Sua graça sai e fica Seu
juízo. Jeorão passou a desfrutar de tempo com aparente sinal de qualquer
indício de ruína ao seu derredor. Os homens no pecado pensam que pelo fato que
tudo está maravilhosamente, que eles estão com saúde, prosperidade financeira,
amigos, etc. tudo está bem.
2. Deus deixou Jeorão desfrutar de uma
aparente calma. Quando a graça foi retirada o juízo ficou. Mas os homens no
juízo não percebem que a calmaria, a paz externa, a ausência de qualquer
perturbação são sinais de terríveis perigos que rondam suas almas. Até pensam
que Deus está a seu favor e que estão sendo abençoados. Quando Deus retirou Ló
de Sodoma e Gomorra o tempo era belíssimo; o céu estava límpido e a paz reinava
naqueles corações endurecidos e engordados para a vingança certa.
3. No prazo certo Deus despontou Seu
julgamento contra Jeorão, para cumprir o que fora prenunciado pelo profeta
Elias. Foi assim que a miséria caiu como um tremendo peso sobre aquele rei, a
fim de que sofresse daquela enfermidade por dois anos, até que suas tripas
ficaram expostas, e o rei veio a morrer sem deixar saudades.
Ó quão terrível é quando a presença da
bondosa graça afasta-se dando lugar ao juízo de Deus! Os homens que brincam no
pecado não sabem que o mesmo Deus de compaixão é o Deus que endurece corações,
e que quando o endurecimento chega não há mais lugar para qualquer
arrependimento, mesmo que haja choro, pareça haver conversão, abandono de algum
pecado, porém tudo é temporário e logo o pecador voltará ao seu lugar de
provocação a Deus.
Não há solução para o pecador, senão
numa atitude de humilhação e arrependimento sincero, em busca do Bendito
Salvador e Senhor, para sua salvação eterna.
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