Jonathan Edwards
“Mas temos confiança e desejamos, antes, deixar
este corpo, para habitar com o Senhor.” (2Co 5:8)
Os
dois santos, Enoque e Elias, que deixaram este mundo para, sem morrerem,
entrarem no descanso no outro mundo, foram para o céu. Elias foi visto subindo
ao céu, como Cristo; e há toda razão para pensarmos que foram para o mesmo
lugar de descanso, para o qual os santos vão quando pela morte deixam o mundo.
Moisés, quando morreu no topo do monte, subiu para o mesmo domicílio glorioso
com Elias, que subiu sem morrer. Eles são companheiros no outro mundo, conforme
apareceram juntos na transfiguração de Jesus. Eles estavam juntos naquele
momento com Cristo no monte, quando houve uma representação da sua glória no
céu. Não há que duvidar de que eles também estavam juntos com Ele mais tarde,
quando com efeito Ele foi glorificado no céu.
Lá,
incontestavelmente, estava a alma de Estevão, que subiu quando ele expirou. As
circunstâncias da sua morte demonstram este fato, segundo o relato que temos.
“Mas ele, estando cheio do Espírito Santo e fixando os olhos no céu, viu a
glória de Deus e Jesus, que estava à direita de Deus, e disse: Eis que vejo os
céus abertos e o Filho do Homem [ou seja, Jesus na sua natureza humana],
que está em pé à mão direita de Deus. Mas eles gritaram com grande voz, taparam
os ouvidos e arremeteram unânimes contra ele. E, expulsando-o da cidade, o
apedrejavam. [...] E apedrejaram a Estevão, que em invocação dizia: Senhor
Jesus, recebe o meu espírito'' (Atos 7: 55-59). Antes da sua morte, ele teve
uma visão extraordinária da glória que o Salvador havia recebido no céu,
não só para si próprio, mas para todos os seus seguidores fiéis, de modo
que Estevão se encorajasse com a esperança desta glória para alegremente
entregar a vida por Ele. Por conseguinte, ele morre nessa esperança, dizendo:
“Senhor Jesus, recebe o meu espírito''. Com estas palavras ele irrefutavelmente
queria dizer: “Recebe o meu espírito, Senhor Jesus, para estar contigo nessa glória
em que te vejo agora no céu à mão direita de Deus.”
Para
lá foi a alma do ladrão penitente na cruz. Cristo disse-lhe: “Em verdade te
digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lucas 23:43). O paraíso é o terceiro
céu mencionado em 2 Coríntios 12: 2-4. O que no versículo 2 é chamado o
terceiro céu, no versículo 4 é chamado paraíso.
As
almas dos apóstolos e profetas estão no céu, como está claro pelas palavras:
“Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e profetas” (Apocalipse
18.20). A Igreja de Deus é de vez em quando diferenciada nas Escrituras com
estas duas partes: a parte que está no céu e a que está na terra — “Jesus
Cristo, do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome” (Efésios
3:14,15). “E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio
dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra
como as que estão nos céus” (Cl 1:20). Que “coisas que estão nos céus” são
essas pelas quais a paz foi feita mediante o sangue da cruz de Cristo, e que
por Ele reconciliou a Deus, senão os santos nos céus? Do mesmo modo lemos sobre
Deus “tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude
dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra” (Efésios
1.10).
Os
“espíritos dos justos aperfeiçoados” estão na mesma “cidade do Deus vivo” com
os “muitos milhares de anjos” e “Jesus, o Mediador de uma nova aliança”, como é
evidente. A Igreja de Deus é chamada na Escritura pelo nome de Jerusalém, e o
apóstolo fala da Jerusalém “que é de cima” ou 'que está nos céus” como a mãe de
todos nós; mas se nenhuma parte da Igreja está no céu, ou ninguém, senão Enoque
e Elias, então não é provável que a Igreja fosse chamada a Jerusalém que está
no céu.
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