sexta-feira, 3 de maio de 2024

“A SIMPLICIDADE DA FÉ” (2)


...Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lucas 23:42,43)

UM CONCEITO CORRETO A RESPEITO DO HOMEM

Uma vez dada a introdução, devo partir para as particularidades, claro examinando bem o que diz o texto. Sabemos que a reação daquele moço para chegar à sua salvação foi obra sobrenatural de Deus, porque o relato visto em Mateus e Marcos é que ele debochava junto com seu colega, querendo uma resposta de Jesus para tirá-los da situação que os levaria à morte. Vemos o quanto a graça salvadora triunfa, mesmo no desespero da morte; vemos o quanto os olhos do Salvador miravam com compaixão por aqueles homens que foram condenados com justiça.

Meu propósito aqui é tratar da simplicidade da fé, como foi que aquele moço encontrou a salvação da sua alma. A primeira lição é que na simplicidade da fé salvadora ele desvinculou-se da incredulidade cega do seu colega: “Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença (v 40). A fé gerada no coração por obra de Deus na salvação do pecador, ela toma o lado certo; ela surpreende a incredulidade e a ataca com veemência.

Eis aí a primeiríssima manifestação de separação da luz contra as trevas. Que aplicação maravilhosa e surpreendente! Pois a fé que vem de Cristo ao coração não só atacou o moço incrédulo, como também deu uma bofetada no mundo e apavorou a morte e o inferno, porque esperavam mais um freguês ser atirado no tormento. Foi obra sobrenatural da graça, mostrando que mesmo na aflição da cruz o Salvador estava ali cumprindo sua missão de buscar e salvar o perdido. Mesmo tendo suas mãos pregadas no madeiro e em meio às dores lancinantes, a voz do Senhor era suficiente para tirar o pecador das trevas para a luz, da morte para a vida e do inferno para o céu.

É triste ver hoje o quanto a ausência da fé bíblica é sentida. Com esse falso evangelho tão apregoado em nossos dias, vemos como o mundo se harmonizar com os chamados “evangélicos”, de tal maneira que não vemos separação. O que vemos hoje é a força ecumênica, numa só voz e dando as mãos para saudar satanás com suas hostes e com seu mundo preparado para receber o anticristo. O que vemos no caso do ladrão convertido é que imediatamente o relacionamento mundano foi rompida e em pouquíssimas palavras a aula de teologia da fé cristã foi transmitida dos seus lábios aos ouvidos impenitentes daquele moço, com o qual viveu roubando.

A conversão verdadeira opera assim, com real separação. Há um desligamento completo, porque a fé bíblica dá sinais claros que os olhos da alma foram abertos, a luz da verdade brilhou no coração e as coisas eternas, de repente apareceram. Para o ladrão que morreu no pecado, o mundo era seu paraíso; ele não via outro lugar melhor; a morte para ele não era tão assustadora, porque não tinha nele qualquer concepção de juízo da parte. Ele sentia no corpo o julgamento dos homens, mas não de Deus. Ele não via nada depois da morte, porque a soberba incredulidade engana a alma, dando a impressão que a morte finaliza a vida aqui e acabou. Que maravilhosa obra da graça, pois mostra Deus salvando uns e punindo outros e sabemos que Ele faz isso em justiça, santidade, graça, misericórdia e santo juízo.

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