“Que mais se podia fazer ainda à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? E como, esperando eu que desse uvas boas, veio a produzir uvas bravas” (Isaías 5:4)
A TENTATIVA POR CONQUISTAR ESSE ESQUECIMENTO: “liras e harpas, tamboris e flautas há nos seus banquetes…” (v.12)
Temos visto em Isaías o quanto o amor ao deus mamon cria estratégias para avançar no mal. O que parece aos homens ser um corredor de felicidade, se torna um túnel da maldade. Vimos como o amor aos bens desta vida leva os homens a se insurgir contra Deus. Era assim que agiam em Israel, pois de se humilhar e render graças a Deus eles se uniram para proclamar a alegria carnal. Participavam das cerimônias religiosas em Jerusalém, mas era tudo aparência e não algo do coração. No engano do pecado eles achavam que enganavam o Deus de Israel, mas não percebiam que estavam atraindo os juízos de Deus.
Vimos também como suas festas eram curtidas de instrumentos e estes servem para fantasiar o ambiente numa atmosfera de aparente felicidade. Havia todo tipo de instrumentos e isso pode ser usado para tirar a mente da realidade e impulsionar as emoções. Também o ambiente era curtido de vinho, porque tira o entendimento. Eles se enchiam de álcool e não da verdade, o que para eles era noção de felicidade, de gozo e prazer, anulando Deus e sua glória.
Afinal, não estamos nós presenciando essa mesma euforia carnal de diabólica em nossos dias? Claro. O mundo atual tenta produzir uma sociedade que se acha sem culpa; quer criar um contexto de felicidade derivada de uma divindade inventada em seus corações. Eles querem curtir a vida, inventaram uma religião deles, forjaram um sistema de culto conforme a natureza carnal quer e estão aí assentando para comer e levantando para se divertir. É exatamente o que vemos em nossos dias.
Agora chegou o momento para que chequemos a intenção: “...e não olham para a obra do Senhor, nem considerem as obras de suas mãos” (verso 12). Será que podemos entender isso? Será que temos capacidade de visualizar a situação atual à luz do que Deus diz? O que acontece é que qualquer ídolo criado no coração tende a desviar o homem de Deus. Quando Roboão, rei de Jerusalém viu que a vida estava boa, imediatamente abandonou o Senhor, trazendo ruína para sua vida e para seu reino (2 Crônicas 12). Já vimos a respeito de Uzias, porque quando se sentiu dono de si, imediatamente abandonou o Senhor para incendiar-se no orgulho próprio.
Duas coisas vemos no texto que estava acontecendo com o povo de Israel nos dias de Isaías. A primeira foi a perda de uma visão óbvia: “...e não olham para a obra do Senhor...”. Examinemos essa verdade. O pecado tem a função de trazer imediata cegueira espiritual. Mesmo que mostre tudo a respeito dos atos de Deus aos homens que se deliciam no pecado, eles não vão ver. Não esquecemos que foi isso que nosso Senhor mostrou em João, pois o povo via os sinais e maravilhas feitas por Cristo, além dos seus ensinos, mas eles reagiam erradamente, querendo condenar e assassinar o Senhor.
Não tem algo mais absurdo na vida do que usufruir dos bens deste mundo, sem ver que foi Deus quem fez e que Ele é digno de todo louvor e ações de graças. Essa cegueira é fruto de corações arrogantes e os homens não só são culpados, como também enfrentarão os juízos terríveis de Deus. No Salmo 37 Deus ordena aos crentes para não se indignar contra os malfeitores, nem ter inveja dos que praticam a iniquidade. Por que? A resposta vem de imediato: “Porque cedo serão ceifados”. Veja que a cegueira do pecado é que faz o homem ser o que é e fazer o que faz, para não dar a Deus a glória que só a Ele é devida.
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