“Passava Jesus por cidades e
aldeias, ensinando e caminhando para Jerusalém. E alguém olhe perguntou:
Senhor, são poucos os que são salvos? Respondeu-lhes: Esforçai-vos por entrar
pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não
poderão” (Lucas 13:22-24)
A NOSSA RESPONSABILIDADE PERANTE
DEUS. “Esforçai-vos...”
Estou
me esforçando para explicar que a responsabilidade do homem nada tem a ver com
o livre-arbítrio. O que vemos no texto de Lucas 13:22 é que o Senhor chama
todos os homens para o fato que eles individualmente são responsáveis diante do
todo-poderoso. Examinemos bem o texto, porque nosso Senhor mostra o escape: “A
porta estreita”. Eis aí o esplêndido trabalho da misericórdia desse Deus santo,
porque mesmo os homens sendo culpados, mesmo assim Ele expõe a porta de escape.
Foi isso o que nosso Senhor falou com Jerusalém: “Jerusalém, Jerusalém que
matas os profetas, quantas vezes quis eu ajuntar-te, como a galinha ajunta seus
pintainhos, mas não quisestes!”.
Eis
aí uma das mais poderosas lições que temos sobre esses atos compassivos e longânimos
de Deus em favor daquele povo. Mas, qual foi a resposta de Jerusalém para os
atos de bondade do Senhor: “Vós não quisestes!”. Assim a atitude natural deles
em rejeitar os caminhos santos de Deus mostra que eles são responsáveis e que
jamais acharão qualquer indício de injustiça. Notemos essa verdade em Jeremias
6:16, onde Deus, pela boca de Jeremias exorta o povo a olhar o caminho direito
por onde santos andaram, mas eles não quiseram. Foi isso o que Estêvão disse
àqueles líderes religiosos, antes de ser trilhado pelo apedrejamento: “Homens
de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao
Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais” (Atos 7:51). O resultado foi a
morte de um homem inocente.
Toda
ação de Deus em favor de uma raça caída é dizer aos homens o quanto Ele é
tardio em irar e que em tudo Ele estende um visual de bondade e de aberturas,
mostrando que há escape. Com a entrada do pecado Deus não começou a puxar o
punhal, nem o revólver. Mesmo com o avanço da maldade na face da terra, sob a
liderança de Caim, o Senhor deu longos anos à raça caída, a fim de mostrar Seu
favor, a fim mostrar enfim, quão justo e aterrorizante é o Seu juízo, como foi
com o dilúvio. Na pregação, nos Seus ensinos, em Suas advertências, nas
palavras de Sua sabedoria, o Senhor está falando com homens naturais, dizendo a
eles que são responsáveis diante Dele e que vão prestar contas. As aulas de um
Deus Criador, benigno, bondoso e fiel, todos os homens podem e devem ouvir;
essa escola todos devem entrar. Não estamos tratando da graça salvadora aqui.
Quando Ele aponta a porta estreita, Ele está como que dizendo: “Virá aquele dia
do juízo e milhares do mundo inteiro vão assentar-se a mesa com Abraão, Isaque
e Jacó e muitos vão ficar do lado de fora”.
Então,
posso assegurar que a questão de quem vai entrar ou não é outra lição. Dentro
deste reino terreno entendemos que cada pessoa é responsável, mas dentro do
reino de Deus entra então a vontade soberana. Quando pregamos o evangelho num
culto, se estiver cem pessoas não salvas, todas elas devem saber que a porta
estreita está aberta. Estamos apelando para a responsabilidade, estamos
avisando os homens acerca do perigo, mas quem vai entrar, isso não sabemos.
Quem pode explicar esses atos
de amor desse grande Deus? Ali em Jericó estava uma cidade inteira armada atrás
de uma muralha, sabendo que enfrentava o Deus de Israel. Os longos anos de
paciência estavam chegando ao fim e Deus estava dizendo que todos ali iriam
morrer, mas só Raabe e seus familiares escaparam. Então, vemos o que significa
o trabalho da graça. “Onde abundou o pecado, superabundou a graça”. Quando
homens caem diante do Deus de Israel, que maravilhosa obra em estender Sua mão
para chamar quem Ele bem quer chamar.
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