terça-feira, 2 de junho de 2020

A RESPONSABILIDADE DO HOMEM (1)



“Passava Jesus por cidades e aldeias, ensinando e caminhando para Jerusalém. E alguém olhe perguntou: Senhor, são poucos os que são salvos? Respondeu-lhes: Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão” (Lucas 13:22-24)
INTRODUÇÃO:      
        A pergunta feita por aquele homem a Jesus sobre quantos iriam ser salvos mostra que somos iguais e que nossas perguntas curiosas vem apenas para encobrir nosso desejo de continuar transitando o caminho largo ignorando nossa responsabilidade de conversão. Nosso Senhor com profundo amor vai de encontro aquele homem trazendo para nós uma grande lição acerca da urgente responsabilidade de cada ser humano em buscar a sua salvação ante a tão grande oportunidade que Deus tem proporcionado.
        Eu creio que este é um assunto de imensa importância em nossos dias, especialmente porque há uma busca pelos ensinos acerca da soberania de Deus. Não vejo algo errado em entender as maravilhas da soberana atuação de Deus, ao tratar sobre eleição, depravação, redenção limitada, graça irresistível e segurança eterna. Sim, são fatos maravilhosos e cheios de riquezas que enchem a visão dos eleitos de prazer e santas emoções. Mas o fato é que temos a tendência de dar ênfase a alguma coisa em detrimento de outras. O que acontece é que se os homens não enxergarem sua responsabilidade individual diante de Deus, a tendência é tomar os ensinos da soberania, a fim usar como se fosse um colchão tranquilizar-se nisso.
        Falo isso porque já vi e vejo esses fatos ocorrendo em nossos dias. Se houver uma doutrina que me deixa tranquilo, achando que pelo fato que sou um eleito de Deus, então me cubro com isso e ignoro outros fatos. Nosso Senhor, no texto de Lucas 13 mostra o ensino da eleição, mas imediatamente Ele lida com aquele homem que lhe fez a pergunta, tratando-o com sua responsabilidade: “Entrai pela porta estreita”. A bíblia é um livro assim e nós precisamos cuidar com os perigos que nos cercam quando buscamos um lugar de comodidade no pecado. Ilustro isso com o ensino de Paulo acerca da fé em Cristo, conforme vemos em Romanos. Tudo parece fácil quando traduzimos tudo com o “basta crê!”. Lógico que Paulo estava referindo à fé santa e pura. Mas eis que Tiago “puxa o tapete” da comodidade e chama a todos à verdadeira fé prática, quando afirma que a fé sem obras é morta. Ele não estava atacando Paulo, mas simplesmente dizendo que a fé que Paulo ensinou é atuante fé, e ilustra isso com Abraão e Raabe.
        Por outro lado quero explicar que a responsabilidade que desejo tratar não é a mesma conforme defende o ensino arminiano, de que a soberania de Deus e a responsabilidade do homem andam juntos, no sentido que chega o momento que não há mais como explicar. Colocar a responsabilidade do homem no mesmo nível da soberana atuação de Deus, a meu ver não passa de heresia. Nada, absolutamente nada pode estar no mesmo patamar da soberania total, absoluta de Deus. Os que defendem o livre-arbítrio creem no fundo que Deus depende da decisão do homem e até mesmo dizem que Deus respeita o livre arbítrio do homem.
        Resta que agora eu explique melhor o que creio. Para mim, conforme vejo nas Escrituras, a responsabilidade que o homem tem perante Deus é de se humilhar e não de tomar uma decisão. Nossa decisão foi tomada em Adão ali na queda; não temos poder para tomar outra decisão de ir ou não para Deus. Nosso Senhor deixou claro que todo o que comete pecado é escravo do pecado (João 8:34). O escravo do pecado não vai se tornando escravo aos poucos, ele já é um escravo. Então, o que dizer da responsabilidade? Os homens no pecado são chamados de volta ao pó e isso consiste em se humilhar perante Deus. Ó que o Senhor me dê graças para explicar essa verdade aos meus leitores!

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