“Passava Jesus por cidades e aldeias, ensinando e
caminhando para Jerusalém. E alguém olhe perguntou: Senhor, são poucos os que
são salvos? Respondeu-lhes: Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois
eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão” (Lucas 13:22-24)
INTRODUÇÃO:
A
pergunta feita por aquele homem a Jesus sobre quantos iriam ser salvos mostra
que somos iguais e que nossas perguntas curiosas vem apenas para encobrir nosso
desejo de continuar transitando o caminho largo ignorando nossa
responsabilidade de conversão. Nosso Senhor com profundo amor vai de encontro
aquele homem trazendo para nós uma grande lição acerca da urgente
responsabilidade de cada ser humano em buscar a sua salvação ante a tão grande
oportunidade que Deus tem proporcionado.
Eu
creio que este é um assunto de imensa importância em nossos dias, especialmente
porque há uma busca pelos ensinos acerca da soberania de Deus. Não vejo algo
errado em entender as maravilhas da soberana atuação de Deus, ao tratar sobre
eleição, depravação, redenção limitada, graça irresistível e segurança eterna.
Sim, são fatos maravilhosos e cheios de riquezas que enchem a visão dos eleitos
de prazer e santas emoções. Mas o fato é que temos a tendência de dar ênfase a
alguma coisa em detrimento de outras. O que acontece é que se os homens não
enxergarem sua responsabilidade individual diante de Deus, a tendência é tomar
os ensinos da soberania, a fim usar como se fosse um colchão tranquilizar-se
nisso.
Falo
isso porque já vi e vejo esses fatos ocorrendo em nossos dias. Se houver uma
doutrina que me deixa tranquilo, achando que pelo fato que sou um eleito de
Deus, então me cubro com isso e ignoro outros fatos. Nosso Senhor, no texto de
Lucas 13 mostra o ensino da eleição, mas imediatamente Ele lida com aquele
homem que lhe fez a pergunta, tratando-o com sua responsabilidade: “Entrai pela
porta estreita”. A bíblia é um livro assim e nós precisamos cuidar com os
perigos que nos cercam quando buscamos um lugar de comodidade no pecado.
Ilustro isso com o ensino de Paulo acerca da fé em Cristo, conforme vemos em
Romanos. Tudo parece fácil quando traduzimos tudo com o “basta crê!”. Lógico
que Paulo estava referindo à fé santa e pura. Mas eis que Tiago “puxa o tapete”
da comodidade e chama a todos à verdadeira fé prática, quando afirma que a fé
sem obras é morta. Ele não estava atacando Paulo, mas simplesmente dizendo que
a fé que Paulo ensinou é atuante fé, e ilustra isso com Abraão e Raabe.
Por
outro lado quero explicar que a responsabilidade que desejo tratar não é a
mesma conforme defende o ensino arminiano, de que a soberania de Deus e a
responsabilidade do homem andam juntos, no sentido que chega o momento que não
há mais como explicar. Colocar a responsabilidade do homem no mesmo nível da
soberana atuação de Deus, a meu ver não passa de heresia. Nada, absolutamente
nada pode estar no mesmo patamar da soberania total, absoluta de Deus. Os que
defendem o livre-arbítrio creem no fundo que Deus depende da decisão do homem e
até mesmo dizem que Deus respeita o livre arbítrio do homem.
Resta
que agora eu explique melhor o que creio. Para mim, conforme vejo nas
Escrituras, a responsabilidade que o homem tem perante Deus é de se humilhar e
não de tomar uma decisão. Nossa decisão foi tomada em Adão ali na queda; não
temos poder para tomar outra decisão de ir ou não para Deus. Nosso Senhor
deixou claro que todo o que comete pecado é escravo do pecado (João 8:34). O
escravo do pecado não vai se tornando escravo aos poucos, ele já é um escravo.
Então, o que dizer da responsabilidade? Os homens no pecado são chamados de
volta ao pó e isso consiste em se humilhar perante Deus. Ó que o Senhor me dê
graças para explicar essa verdade aos meus leitores!
Nenhum comentário:
Postar um comentário