quarta-feira, 3 de junho de 2020

A RESPONSABILIDADE DO HOMEM PERANTE (2)



“Passava Jesus por cidades e aldeias, ensinando e caminhando para Jerusalém. E alguém olhe perguntou: Senhor, são poucos os que são salvos? Respondeu-lhes: Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão” (Lucas 13:22-24)
A CEGUEIRA DO PECADO IMPEDE QUE VEJAMOS NOSSA RESPONSABILIDADE (verso 23)
        Deixo a introdução da primeira página, a fim de entrar na exposição do texto, conforme mostra o verso 23. A pergunta daquele homem: “Senhor, são poucos os que são salvos?” mostra como o homem esquece de sua necessidade de se humilhar perante Deus. O que acontece é que a tendência é ser curioso e entrar em assuntos que não são necessários para o momento. Não foi assim com os atônitos discípulos, quando o Senhor estava prestes a subir para o céu? (Atos 1). Eles queriam saber algo que o Filho afirmou ser reservado ao Pai. Pois é, foi assim com o judeu que curiosamente queria saber sobre quantos são salvos. Notemos que nosso Senhor não lhe dirige resposta ofensiva, mas sim procura coloca-lo no lugar certo. Para que saber quantos serão salvos? Não é nessa interrogação que mais eleva o homem no orgulho, ao querer entrar nos mistérios de Deus?
        Acontece que nossas interrogações que envolvem assuntos não importantes para o momento só revelam nosso orgulho próprio, ou mesmo uma tentativa de encobrir sua condição de culpa perante Deus. Os que têm sede não querem saber sobre a composição química da agua, eles querem beber por causa da sede. O sedento não pegará o copo de água e levará para uma sala de estudos. Assim, a salvação de Deus e quantos serão salvos não era uma pergunta importante nem sábia. Já lidei com muitos que têm perguntas bíblicas, mas que jamais se interessavam em saber sobre sua condição eterna perante Deus. Os judeus mostraram ser relapsos na questão religiosa, por não interessar em ouvir sobre a condição deles no pecado. Quando homens encontram uma religião errada, mas que é confortável, eles a tomam como um gostoso lugar de descanso.
        Também, por detrás dessas perguntas há um orgulho em achar que é muito espiritual e de grande interesse por profundidade teológica: “...são poucos os que serão salvos?”. Na resposta do Senhor vemos como Ele desmancha essa atitude presunçosa. A bíblia nos chama à realidade individual diante de Deus, pois cada um dará contas de si mesmo. Os ensinos divinos nos dão “beliscões” que muitas vezes doem. Creio que o assunto mais ignorado da bíblia é sobre nossa condição como caídos, culpados e condenados diante de Deus. Mas o que vemos é uma tentativa de passar por cima disso e ignorar nossa triste situação, assim como fazemos de tudo para não ir a um médico, porque não queremos ouvir sobre uma doença grave que porventura temos. Parece que enquanto a dor não vem com intensidade os homens acham que podem passar sem os solenes avisos de Deus.
        Falo isso porque é o que mais vemos hoje, numa sociedade que se envolve com assuntos periféricos e não com aquilo que é de fato importante. Quando Paulo chegou em Atenas, o que ele começou pregar para aqueles homens cultos, mas idólatras, imediatamente o apóstolo os colocou diante da situação de responsabilidade que cada um tinha diante de Deus: “Deus não leva em conta o tempo da ignorância...” (Atos 17). Por que quero saber quantos são os eleitos? Por que o assunto não me leva a buscar se meu viver prova se sou um dos eleitos de Deus? A Nova Jerusalém estará lotada de pessoas salvas do mundo inteiro. Eu estarei lá? Sou um dos remidos? Meu nome está escrito no Livro da vida? Enfrento esse fato com humildade diante de Deus? Minha esperança é que o assunto venha mover nossos corações.

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