“Jerusalém,
Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas
vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintainhos
debaixo das asas, e vós não quisestes! (MATEUS 23:37)
QUAL A ESPERANÇA PARA
O HOMEM?
Finalmente, não esperança para o homem,
mesmo que a perfeita, eterna e maravilhosa oferta da salvação em Cristo esteja
perante seus olhos. Seus olhos físicos não são aptos para ver essas verdades;
seus anelos terrenos estão grudados àquilo que é finito, por isso despreza os
verdadeiros tesouros que a alma necessita. Se despreza a Deus aqui, como vai
querer sua glória? Se não quer andar com ele neste mundo, como desejará ver sua
face de amor e graça no céu? Sendo assim, tudo parece ser desesperador, porque
todas as portas foram fechadas e tudo isso nos levou ao impossível.
Se não há qualquer esperança no homem,
então nossos olhos devem fixar agora em Deus como sendo ele riquíssimo em misericórdia
(Efésios 2:4). Então, é o momento para que nós entremos com coragem e humildade
nesse santo recinto. Nesse momento devemos tirar os olhos definitivamente do
homem; nossa conclusão é que seu estado é de um morto, com todas as suas
faculdades espirituais em estado de putrefação; devemos olhar para ele como
todos olharam para o túmulo onde jazia Lázaro, não vendo qualquer possibilidade
de vê-lo andando, a não ser por milagre. Enquanto vermos qualquer vestígio de
vida nos mortos, então é certo que seremos largados para colher os amargos
frutos da nossa incredulidade. O momento agora é para que olhemos para os
homens com a visão bíblica e que nosso ser seja tomado de santas emoções, a fim
de que derramemos nossas lágrimas ao vê-los deitados na tumba do pecado, com
satanás ardilosamente trabalhando com eles para seus interesses pervertidos.
Nosso Senhor afirmou que não há
esperança para que qualquer pecador possa ir a ele, a não ser por santa
intervenção dele mesmo: “Ninguém pode vir a mim...” (João 6:44), a não ser que
haja uma obra do Pai atuando soberanamente: “...se o Pai que me enviou não o
trouxer”. Então, é aqui que podemos entrar no terreno da graça milagrosa, para
contemplarmos o que Deus, somente ele pode fazer. Abraão tinha tanta convicção
disso, por essa razão não hesitou em oferecer seu filho Isaque em sacrifícios,
porque acreditava que Deus é o Deus que ressuscita os mortos. Onde as
esperanças do homem são desfeitas, então é o momento da intervenção graciosa de
Deus.
Meditemos um pouco mais nisso. Que
esperança havia em minha vida? Será que eu queria saber de Deus? Claro que não!
Todo meu ser ambicionava o mundo e suas paixões, mas um milagre ocorreu, quando
o Senhor estendeu sua compaixão para me livrar do estado mortal onde o pecado
me jogou. Pensemos em Saulo de Tarso, porque ele avançou rumo a Damasco para
matar os crentes. O que aconteceu ali foi a vontade de Saulo? Claro que não! Se
não fosse o milagre do Senhor ele se ergueria mesmo cego tentando golpear o
invisível Senhor da glória. Um homem erguido por Deus para andar com Deus é
milagre, caso contrário ele se renovará seu contrato com o diabo e com a morte.
Alguém perguntou a uma jovem como foi sua conversão, então ela respondeu: “Na
minha conversão eu fiz a minha parte e Deus fez a parte dele. A minha parte foi
fugir de Deus e a parte dele foi correr misericordiosamente atrás de mim”.
É nessa esperança que o evangelho mostra
ser magnífico e poderoso, porque quando Deus opera maravilhas, então ninguém
pode contra aquele que chama as coisas que não existem à existência. Salvação
de uma alma é milagre, e como eu não posso explicar milagres, significa que os
que creem vão aceitar de todo coração e assim render graça ao único que opera
grandes maravilhas (Salmo 106).
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