“Mas ele vos dirá:
Não sei de onde vós sois; apartai-vos de mim, vós todos os que praticais
iniquidades” (Lucas 13:27)
OS PRATICANTES DA
INIQUIDADE: “...vós que praticais...”
Caro leitor, finalizo o assunto com
alguns argumentos a mais. Note bem que no texto o Senhor mostra que a condição
dos pecadores em nada é alterada, mesmo após a morte. Pensamos no íntimo que o
pecado abandona o homem com a despedida dele deste mundo, mas não passa de
engano. Somente Cristo pode arrancar o pecado do coração, caso contrário o
pecado faz parte do próprio ser, da própria natureza. Note bem que o Senhor não
vai dizer: “...vós que praticaram iniquidade”.
Os homens no pecado vivem no pecado em
qualquer lugar, em qualquer ocasião, e em quaisquer circunstâncias, e nem mesmo
a morte cancela essa força poderosa que desde a queda tomou posse daqueles que
em Adão tombaram. O pecado é a própria natureza do pecador, assim como um leão
tem natureza de leão, um cão tem a natureza de cão, assim também, todos os
nascidos no pecado têm a natureza do pecado. O pecado não pode ser desgrudado
do homem; não existe poder para isso, a não ser o glorioso poder do Senhor Deus
em Sua graça, para realizar uma nova criação (2 Coríntios 5:17).
Também, a maneira de viver mostra essa
triste condição. A natureza do pecado é completamente avessa à natureza santa
de Deus. Noutras palavras, pecado é o oposto a santidade, assim como as trevas é
oposta à luz. Enquanto o homem estiver no pecado ele é o que ele sempre foi em
Adão. Muitos pensam que a igreja tem algum poder mágico para modificar o homem;
muitos pensam que costumes religiosos podem fazer o homem diferente; muitos
pensam que a educação, os princípios morais e outras disciplinas podem modificar
o homem. Mas é tudo engano. O pobre pecador nasceu escravo, vive como escravo,
morre como escravo e cai no inferno como um pobre escravo do pecado. É impossível
separar o que a queda uniu. Então, quando a multidão de homens e mulheres
estiverem perante o grande Juiz, certamente ouvirá essa terrível verdade: “...Apartai-vos
de mim, vós que praticais a iniquidade”.
Os crentes avançam em santidade aqui,
mas não sem luta, tudo porque neste corpo mortal os santos entendem o que
significa para desprender completamente daquilo que tanto lhes dominou,
enquanto vivia no pecado. Há um hino no cantor cristão que emite essa verdade
na sua primeira estrofe: “Minha morada Jesus assegura, paz e conforto na luta
feroz”. É exatamente essa a compreensão que o verdadeiro crente tem do que
significa ficar livre do mal aqui. Nosso conforto só vem com batalha, luta,
oração e separação do mal. Mas não é esse o caso daqueles que continuam aqui vivendo
em santidade, pois avançam de maldade para a maldade. O pecado tem um progresso
no pecado, de forma oposta, avançam de santidade para um maior grau de
santidade.
Mas falo de juízo porque o objetivo é
mostrar aos pecadores que enquanto aqui estão eles podem escapar. Agora eles
podem olhar para o Monte do Calvário pela fé; agora eles podem contemplar
aquele Salvador maravilhoso, que veio ao mundo não para julgar, mas para
salvar. Agora pecadores podem se humilhar, podem conhecer arrependimento e
podem volver para Cristo, mesmo estando nessa miserável condição. A promessa de
salvar perdidos está estendida em toda Escritura. Milhares e milhares escaparam
da condenação; milhares e milhares já partiram deste mundo e subiram pela graça
para o céu; milhares e milhares caminham como salvos nessa peregrinação rumo à
glória eterna.
E você amigo, não quer agora mesmo cair
aos pés do Salvador? Não quer agora conhecer Aquele que veio do céu à terra
para tirar os pecadores da maldição eterna?
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