“Bem-aventurados os
que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos” (Mateus 5:6)
A PROMESSA AOS QUE
TÊM FOME E SEDE: “...serão fartos”.
Amado leitor, o que a alma faminta e
sedenta precisa e busca? Justiça! O pecador despertado pela graça logo percebe
o estado tortuoso no qual se encontra sua alma; logo percebe que quer
naturalmente andar pelas veredas do pecados e que não há nada de poder em si
mesmo, a fim de ir para Deus; logo percebe que está tão longe, tão distanciado
da verdade, por isso vê ao derredor somente escuridão; habita nele profunda
tristeza, um completo vazio e solidão; ele reconhece que seu problema no
coração não está vinculado à psicologia, mas sim ao pecado, do qual ele mesmo é
culpado.
Ele percebe que porque nasceu nessa
tortuosidade e anda assim, não há nele paz. O que ele busca? Não busca os
atalhos religiosos, numa louca tentativa de ser bonzinho, agradar a Deus, fazer
o melhor para o próximo, porque percebe que isso não lhe dá paz. Por alguns
instantes sim, parece que a alegria envolveu seu ser, mas logo percebe que tudo
sumiu como fumaça e derreteu como gelo ante o calor da verdade. Então, ele
percebe que não a paz duradoura em seu ser, a paz com Deus. Ele sabe que se
partir deste mundo a qualquer momento será atirado com justiça para o merecido
sofrimento, porque reconhece que tem pecado contra Deus e que, portanto um
indigno pecador. A alma nessa condição não tem segurança eterna, por isso vive
agitado como as ondas do mar.
Caro leitor, olhe os homens no pecado;
veja sua situação. O que acontece ultimamente é que milhares deles vivem sob a
euforia dos falsos mestres, porquanto estes procuram aliciar seus corações;
procuram enchê-los da paz deles mesmos; procuram infundir promessas da parte de
Deus, sem qualquer fundamento bíblico. Mas, tentar encher os corações dos
homens com essa falsa paz, vai fazê-los ainda mais agitados e arrogantes; vai
fazê-los subir as alturas como balão; vai fazê-los mais sonolentos, cegos e
surdos ante a verdade. Por meio das vãs promessas dos falsos mestres, eis que
os homens modernos vivem assim como o motor religioso embutido em seus corações,
mas precisando do combustível deles, a fim de funcionar, caso contrário ficarão
parados.
Mas não é assim que acontece com as
almas despertadas pela verdade e que agora mostram que têm fome e sede de
justiça. Elas anseiam por salvação em Cristo; seus ouvidos estão apurados para
ouvir a verdade; elas conseguem detectar as mentiras que saem das bocas dos
filhos da mentira. Não é fácil achar almas assim, elas são pedras preciosas e
só são achadas mediante um tremendo labutar do evangelho e de incessantes
orações e intercessões. Nosso Senhor atravessou a cidade de Jericó, a fim de
estar face a face com alguém assim – Zaqueu (Lucas 19:1-10). Mas, que prazer
para o Senhor! Ele afirmou que veio ao mundo para buscar tais pecadores.
Digo mais, tais almas que têm fome e
sede de justiça não podem ser produzidas por qualquer religião; não podem ser
produzidas pela iniciativa dos homens e pelo labutar dos evangelistas. Nossa
tarefa é pregar e pregar, mas o achar almas assim é tarefa plena e soberana da
graça salvadora. Enquanto a porta da graça estiver aberta, eis que o trabalho
do Salvador continua neste mundo e Seus servos continuarão pregando. A arca de
Noé foi suficiente para ele e sua família, além dos animais, mas a tão grande
salvação abarca pecadores do mundo inteiro e o convite do Salvador continua em
pé chamando a todos: “Vinde a mim!”
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