“...Não há quem
busque a Deus” (Romanos 3:11
O QUE REALMENTE QUER
DIZER O TEXTO?
Caro leitor na meditação anterior
procurei mostrar o quanto essa declaração necessita de nossas profundas
considerações, porque muitas são as passagens que parecem trazer sérias
contradições ao texto. Mas uma coisa jamais podemos fazer no tocante à Palavra
de Deus, jamais devemos ser superficiais no exame Dela, justamente porque a sã
doutrina jamais pode estar envolvida em contradições. A verdade é una e uma
explica a outra. Quando um ensino tão importante como esse parece estar
envolvido em confusão, na realidade a confusão é nossa, porque somos confusos
por natureza. Também, somos inclinados a torcer tudo e puxar o ensino para
aquilo que nós consideramos ser certo do nosso ponto de vista. Que fujamos
disso em santa determinação.
Sendo assim, importa que entendamos o
que realmente quer dizer o texto de Romanos 3:11 nessa solene declaração feita
pelo Espírito Santo por intermédio de Paulo: “...não há quem busque a Deus”.
Imediatamente vemos o quanto essa frase tão negativa vem golpear o ensino sobre
o livre-arbítrio. Vou passar então a mostrar aqui como à luz da verdade bíblica
essa frase quer dizer com clareza e literalmente que de fato não há quem busque
a Deus. Entendemos que não há no homem qualquer inclinação natural para buscar
a Deus; que não há em qualquer pessoa neste mundo qualquer disposição nela mesmo,
vindo de sua própria natureza; não há qualquer propensão a desejar Deus, querer
Sua glória, Sua salvação, Suas eternas riquezas, enfim tudo o que envolve a Deus
em Sua santidade, poder e glória.
Eu sei que tal verdade vem arruinar
completamente os planos aparentemente espirituais dos homens; tal ensino vem
lançar por terra tudo o que envolve religiosidade vã e carnal. Esse ensino
simplesmente cancela toda vaidade, tapa toda boca e anula toda pretensão humana
de mostrar ser por fora o que não é por dentro. No evangelho de João vemos como
Jesus dinamicamente provou esse ensino e confrontou os religiosos daqueles
dias, mostrando a vil condição do homem e seu completo distanciamento de Deus.
Vemos isso especialmente nos caps. 5, 6 e 8 desse impressionante livro.
Caro leitor, quão importante é esse
ensino no nosso viver prático! Ora, quanto mais formos humilhados em nossas
disposições carnais, melhor é para nós. O cristianismo atual bajula a carne e tenta
por energia no velho homem. Mas a graça atua somente quando o homem vê que não
passa de um caído, com toda disposição para suas práticas perversas contra
Deus. O que o pecado fez em nós? Onde fomos atirados em Adão? Em que situação
os salvos foram achados? Será que a ficha ainda não caiu? Será que a verdade
ainda não chegou ao seu íntimo? (Salmo 51:6). Lembre-se caro leitor que o
pecado pegou nossa alma e a entortou completamente (Habacuque 2:4); que o prumo
de Deus foi colocado em todos nós e fomos vistos assim, não somente tortos no
íntimo, como também tortos no viver. Como os homens provam isso? Ah! É simples!
Qual foi o diploma dado pelo pecado aos homens? Fomos premiados pela viva
soberba, por aquele fascínio por nós mesmos; por aquele dom de amar nossos
desejos egoístas; por recusar Deus e querer continuar nossa jornada rumo ao
inferno, sem qualquer desejo de voltar atrás e considerar nossa ruína eterna. Então, diante desses poderosos fatos
comprovados pelas Escrituras e mostrados em nossa vã maneira de viver, o que
podemos afirmar? Creio que devemos confessar nossa miséria e nada reivindicar
para nós, a não ser clamar, pedindo ao Senhor, para que sejamos envolvidos por
Sua misericórdia.
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