“Não há quem entenda...” (Romanos 3:11)
IGNORÂNCIA DE DEUS
Caro leitor, consideremos o fato que os
homens não pecado nada entendem de Deus. Eles sabem a respeito de Deus; eles
sabem que há um Deus; eles têm certo temor na alma que lhes leva a aparentar
certa devoção e até falar de Deus; alguns até mesmo utilizam versos bíblicos e
são bem religiosos, porque querem abrigar-se à sombra das bênçãos materiais e
até mesmo para evitar perigos terríveis aqui e após a morte. Mas tudo isso tem
valor só na aparência, e o mundo sob a liderança do pai da mentira sabe como
arrancar toda beleza religiosa que a natureza humana ainda mantém. O homem
religioso é como uma bela rosa, olhamos para aquela linda flor e desligamo-nos
dos seus espinhos. Mas, quão fácil é para que o vento ou mesmo um descuido para
que as pétalas da rosa comecem a soltar. E o que fica? Os espinhos! É assim o
que acontece no meio dos homens, pois não demora em que Deus tire Sua mão de
proteção e a maldade dos homens sejam descobertas e suas façanhas corruptas do
coração comecem a fervilhar em seu viver. Veja como vão embora as “pétalas” da
bondade, do aparente temor e da religiosidade pagã dos homens, aparecendo os
“espinhos” das paixões que ardem como fogo em seus corações.
Digo também, que mesmo diante de fatos
claros da bondade e da graça salvadora de Deus, eis que os homens não entendem
e vão considerar tudo loucura. Veja o que ocorreu com aquele ladrão na cruz,
colega do que fora convertido (Lucas 23). Mesmo ouvindo as palavras de
advertência do seu colega; mesmo presenciando sua conversão, mesmo assim estava
assegurado em seu coração que aquele não era o Cristo que ele esperava, que ele
queria. Ele queria um salvador diferente, um salvador baseado em sonhos,
criados na imaginação dos homens. Para ele, o salvador deveria ser um herói
forte, estilo Sansão, que poderia arrancar suas mãos penduradas na cruz, que
empunhasse a espada para enfrentar a hostil multidão e trouxesse o livramento
físico dele.
Também, visto que os homens no pecado
nada entendem nem podem entender, eis que poderão ter uma reação terrível,
violenta, baseando num suposto conhecimento de Deus. Foi isso o que nosso
Senhor disse aos Seus discípulos no cap. 16 de João. Ali nosso Senhor mostra
como este mundo maligno funciona; como homens religiosos estão dispostos até
mesmo perseguir e matar os crentes, acreditando que estarão fazendo em nome de
Deus. Ora, não foi assim que aquelas famílias tentaram fazer com Jesus? (Lucas
4). Nosso Senhor entrou na Sinagoga em pleno sábado, e ali pegou o Velho
Testamento e abriu no Livro do profeta Isaías e começou a falar a Seu respeito.
Se aquelas almas presentes não fossem cegas, logo perceberiam que diante deles
não estava um mero Nazareno, mas sim o próprio Deus. Enquanto o Senhor falava
aquilo que eles queriam ouvir, aquele povo mostrou-se pacífico e cheio de ânimo
para ouvir a Palavra de Deus. Mas quando o Senhor abriu Sua boca e começou a
mostrar biblicamente aquilo que era contra seus princípios religiosos, eis que
seus ânimos foram exaltados e o ódio criminoso despertou-se de seus corações,
por isso pegaram a Jesus para matá-Lo, atirando penhasco abaixo. E só não o
fizeram porque “ainda não tinha chegado a Sua hora”.
Caro leitor, diante dessas verdades, eis
que não há qualquer esperança para o homem nele mesmo; não há qualquer recurso
de luz nele mesmo; não há possibilidade de extrair de seu coração qualquer
elemento de bondade e fé, e deixado só ele será como um defunto em estado de
putrefação espiritual. Damos louvores ao Senhor porque Sua graça opera
maravilhas no meio dos homens, porquanto Ele em Sua misericórdia vem para
operar maravilhas e transformar corações, acendendo neles a viva fé.
Amavas-me Senhor, no fundo do
meu peito,
Brilhou a doce luz do meu
Consolador,
E com promessas mil, do Teu amor
perfeito,
Nasceu em mim a fé, em que hoje
me deleito.
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