“Não há quem entenda...” (Romanos 3:11)
IGNORÂNCIA DE DEUS
Prezado leitor, no pecado é impossível
para o homem entender, por isso o texto afirma: “Não há quem entenda”. Mas
quero mostrar como essa verdade vai mais longe, porque a ausência de
entendimento causou um apagão na mente, assim como acontece quando o cérebro
não recebe oxigênio. Não foi apagando aos poucos, mas sim de uma vez por todas,
como ocorre na morte quando todo funcionamento físico e mental é paralisado.
Então, o que vemos no pecado é o homem sem qualquer sinal da verdadeira vida,
habitando num mundo feito por Deus, mas sem nada conhecer acerca de Deus,
conforme diz Efésios 2:12: “...sem esperança e sem Deus no mundo”.
Sendo assim, eis que não há qualquer
sinal de temor do Senhor. Alguns podem chegar a um conhecimento melhor de Deus,
mas tudo acontece dentro das atividades naturais; eles podem obter conhecimento
de Deus porque leem a Bíblia ou mesmo obtêm tal conhecimento mediante as
atividades religiosas. Mas mesmo assim não é o conhecimento que acontece no
coração, não é o homem interior renovado, não é a luz acesa no íntimo pelo
Espírito Santo. A luz que eles têm é puramente natural e logo ela é apagada
pelas circunstâncias mundanas. O rei Agripa quando ouviu o testemunho da
conversão de Paulo mostrou que realmente era conhecedor de Deus e dos costumes
judaicos, mas tal conhecimento não fez dele um convertido. Homens e mulheres
podem ter a iluminação da verdade revelada aos crentes, mas isso não significa que
eles são salvos, porque não produzem fruto de salvos no viver (Hebreus 6:4-8).
Uma vez que falta aos homens no pecado o
entendimento da verdade acerca de Deus: “Não há quem entenda”, eis que quando a
luz da glória de Cristo brilha perante a face deles, certamente há de
despertar-lhes ódio. Para os homens no pecado Deus é aceito como Deus, segundo
o que eles esperam de Deus, segundo as expectativas de um viver mundano. Mas,
eles não podem suportar a verdade que revela a glória Daquele que foi enviado
por Deus para a salvação. A reação é normalmente de fuga, a não ser que Deus
opere em seus corações o novo nascimento (João 3:3). Nicodemos entendia tudo acerca
de sua religião, mas era completamente ignorante da verdade que leva o homem ao
céu. Foi assim com o governador Félix, pois quando se assentou para ouvir a
mensagem de Paulo, com a sua consciência em ebulição eis que saiu dali com
medo.
Amigo leitor, conheci pessoas que agiram
assim diante da verdade, porque chegaram perto da luz, da mensagem salvadora e
se esconderam (João 3:19,20). O evangelho atual não traz consigo a glória de
Cristo, por isso milhares correm para buscar satisfação na mensagem moderna,
tão carregada de sentimentalismo e de humanismo. Os homens querem as riquezas
deste mundo e essa mensagem atualmente denominada de “evangelho” traz consigo
as bênçãos que a multidão tanto busca e os homens dão tudo por essas
superstições agraciadas de versos bíblicos. Nosso Senhor deixou Seus discípulos
bem advertidos com respeito a reação do mundo religioso ante a verdade que eles
iriam pregar: “Eles vos expulsarão das sinagogas; mas vem a hora em que todo o
que vos matar julgará com isso tributar culto a Deus” (João 16:2).
Mas é aqui que sobressai a glória da
graça salvadora, pois “...onde abundou o pecador, superabundou a graça”
(Romanos 5:20). Enquanto milhares fogem, eis que o amor conquistador de Deus
entra em ação. Os companheiros de Saulo fugiram ante a visão da glória de
Cristo vinda do céu, e se não fosse o poder da graça salvadora, Saulo teria
fugido também. Que poder de atração do amor de Deus! Esse é o poder que vence a
morte, derrota o velho homem, esmaga o opressor, destrói o controle do mundo e
apaga as expectativas do inferno, a fim de chamar os pecadores ao
arrependimento.
Vaguei tão errante nas trevas,
nem raios de luz vinha a mim.
E triste, cansada a minha alma,
não via perdão para mim.
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