“Mas o Senhor ali nos
será grandioso, fará as vezes de rios e correntes largas; barco nenhum de remo
passará por eles, navio grande por eles não navegará” (Isaías 33:21).
O Senhor será para nós a maior
possessão, sem nenhum dos inconvenientes que parecem necessariamente acompanhar
as melhores coisas terrenas. Uma cidade favorecida com rios largos está
propensa a sofrer ataques de barcos a remo e outras embarcações bélicas.
Quando, porém, o Senhor apresenta a abundância de sua generosidade nesta
ilustração, Ele expressamente tem o cuidado de excluir o medo que a metáfora
possa despertar. Bendito seja Seu perfeito amor!
Senhor, se tu me envias riquezas como
rios largos, não permite que navios de guerra aportem na forma de mundanismo do
orgulho. Se tu me concedes saúde abundante e um espírito feliz, não deixes que “navios
grandes” de prazer carnal subam com a maré. Ainda que eu seja bem sucedido no
serviço santo, largo como o Reno, não permite que me depare com o barco da presunção
e da autoconfiança a flutuar nas ondas da minha utilidade. Quero ser
imensamente feliz deleitando-me com a luz do teu semblante ano após ano, mas
jamais quero desprezar teus frágeis santos, nem dar lugar à ilusória noção de
minha própria perfeição a navegar em rios largos de minha própria segurança.
Senhor, dá-me a bênção que enriquece sem trazer tristeza nem aumentar o pecado.
“Porque ei que darei ordens e sacudirei
a casa de Israel entre todas as nações, assim como se sacode trigo no crivo,
sem que caia na terra um só grão” (Amós 9:9).
O processo de peneirar o trigo é usado
até hoje. Onde quer que vamos, ainda estamos sendo peneirados e sacudidos. Em
todos os países o povo de Deus é testado “como se sacode trigo no crivo”. Às vezes
o diabo segura o crivo e nos revira para cima e para baixo freneticamente, com
o desejo ardente de livrar-se de nós para sempre. A descrença é rápida em
agitar nosso coração e mente com seus medos incessantes. O mundo coopera
prontamente com este mesmo processo, agitando-nos para um lado e para outro com
todo vigor. O pior de tudo é que a igreja, tão distante das origens, endossa o
processo com uma fúria ainda maior.
Todavia, não vamos nos intimidar com
isso! Assim é que a palha é separada do trigo; e este, separado do pó e da
palha. Imensa é a misericórdia derramada
sobre nós com este texto: “Sem que caia na terra um só grão”! Serão preservados
todos os grãos bons, verdadeiros e cheios da graça. O menor dos crentes não
será perdido, nem sofrerá qualquer perda do que vale a pena manter. Seremos tão
bem guardados no processo de peneirar que só teremos ganhos reais com ele por
meio de Cristo Jesus.
“Toda criatura vivente que vive em
enxames viverá por onde quer que passe este rio” (Ezequiel 47:9).
A água viva na visão do profeta fluía
para o mar Morto, e levava vida para aquele lago estagnado. Onde a graça chega,
a vida espiritual é a consequência imediata e eterna. A graça avança soberana,
conforme a vontade de Deus, tal qual um rio cheio de meandros segue seu próprio
curso; e onde quer que vá não espera encontrar vida para si mas, sim, criar
vida com sua torrente. Que essa torrente escoasse pelas nossas ruas e alagasse
nossas favelas! Que ela invadisse a minha casa, e enchesse cada cômodo! Senhor,
faz que a água flua para minha família e amigos e que eu não seja esquecido.
Espero já tê-la experimentado; que, porém, lavar-me com ela, e até nadar nela.
Ó meu Salvador, necessito de vida de modo mais abundante. Vem, eu te rogo, até
que cada parte de minha natureza seja vivamente ativada e intensamente avivada.
Deus vivo, rogo-te que me enchas com tua própria vida.
Sou um graveto seco e mirrado; vem e
faz-me reviver como a vara de Arão, para que eu brote e floresça, produzindo
fruto para a tua glória. Aviva-me, por amor ao Senhor Jesus.
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